terça-feira, 15 de outubro de 2013

Sub-20 - Edgar Borges: “Nossa vedeta é a equipa”

Sub-20 - Edgar Borges: “Nossa vedeta é a equipa”~

Portugal parte para a Copa do Mundo Sub-20 da FIFA Turquia 2013 como cabeça-de-série número um. Vice-campeã mundial na Colômbia, em 2011, a seleção das Quinas é apontada como uma das principais favoritas para o torneio, principalmente tendo em conta as ausências do Brasil, campeão do Mundo em título, e da Argentina. No entanto, o selecionador português, Edgar Borges, até defende, em entrevista ao FIFA.com, que a missão pode ser ainda mais complicada por causa disso.

Depois da derrota frente ao Brasil, por 3-2 no prolongamento, na final da Copa do Mundo de 2011, Portugal parte para a Turquia com ambições renovadas. Com novo técnico, Edgar Borges ocupa o lugar que era de Ilídio Vale na Colômbia, novos jogadores, mas o mesmo desejo.

“As expectativas são positivas, como é obvio. Conseguimos o apuramento e, se estamos entre as melhores seleções do Mundo neste escalão, temos a responsabilidade e a obrigação de dar o nosso melhor na Turquia. Queremos jogar bom futebol e, obviamente, aliar isso aos bons resultados”, afirma Edgar Borges.

A grande surpresa da Copa do Mundo Sub-20 aconteceu mesmo antes da competição começar. Brasil e Argentina, que entre ambas têm 11 títulos mundiais no escalão, não conseguiram o apuramento, algo que poderia aumentar a responsabilidade portuguesa na Turquia. Porém, o selecionador nacional faz uma leitura completamente diferente. 

“O facto de Brasil e Argentina não estarem apurados preocupa-nos, porque se eles não estão é porque os que os eliminaram são melhores. Só podemos imaginar o quão poderosos são. Têm de ter uma geração de excelência para conseguirem deixar de fora brasileiros e argentinos”, defende Edgar Borges.

O que esperar, então, da Copa do Mundo e quais os favoritos à competição que vai decorrer na Turquia? “As seleções que conheço melhor são as da Europa, claro, porque disputámos a fase final do Europeu de Sub-19. Com essas equipas, vamos ter sempre 50% de hipótese para qualquer lado e já provámos isso. São todas excelentes equipas e o mesmo acontece com as sul-americanas e as africanas. Vai ser muito complicado, muito disputado e tenho a certeza que a classificação vai ser decidida por pequenos detalhes”, explica.

A filosofia e os princípios
Assim, e tendo em conta o poderio das seleções apuradas, o técnico prefere não apontar metas e objetivos específicos para a Copa do Mundo. “Vamos imbuídos de ambição e confiança e tentar dignificar nome de Portugal e do futebol português. Essa é a nossa grande preocupação. Dignificar a camisola das Quinas. Dizem que, por sermos vice-campeões, para fazermos melhor temos ser campeões, mas isso é vender a banha da cobra. Há sempre três resultados em cada jogo, mas os outros também procuram o triunfo. Prometemos é que vamos dar tudo o que temos e não temos... Isso é ponto de honra. Temos as nossas qualidades, as nossas ambições e, jogo após jogo, é o que der”.

Mas, com dois títulos mundiais de Sub-20 no palmarés (1989 e 1991), não poderão os portugueses sonhar com um feito idêntico? “O sonhar faz parte da vida. Quem não sonha não progride, não tem ambição, mas daí a criar expectativas demasiado altas nesta fase não faz muito sentido. Somos pessoas realistas, sabemos o que valemos e o que queremos”, diz Edgar Borges.

Na Copa do Mundo de 2011, o espírito de equipa foi a grande arma da seleção portuguesa, mesmo que, ao longo da competição, se tenham destacado nomes como o guarda-redes Mika – que recebeu o prémio Luva de Ouro adidas – ou o atacante Nelson Oliveira. Agora, com a Turquia à vista, o selecionador quer manter a filosofia.

“Dentro do processo de formação, procuramos transmitir cultura de vitória aos atletas. Não se podem preparar jogadores para o mais alto nível sem esse espírito. A nossa vedeta é a equipa, não há cá vedetas individuais. A união e a sincronização vão fazer com que possamos sonhar até onde nos deixarem. Queremos construir uma verdadeira equipa e isso só acontece quando todos todos trabalham para o mesmo”, explica o treinador, que até deixa um exemplo bem curioso.

“Em 2011 fomos uma verdadeira equipa, muito unida. E, quando assim é, os talentos aparecem naturalmente. O Messi e o Cristiano Ronaldo só chegaram onde chegaram porque tiveram atrás deles grandes equipas. No sentido figurado, até brincamos a dizer que se o Messi estivesse no ‘FC Futebol Vão de Escada’ não seria o melhor do Mundo. Se a equipa funcionar, os mais talentosos aparecem naturalmente”, garante.

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