domingo, 20 de abril de 2014

A importância das boas decisões de mercado

A importância das boas decisões de mercado
De Siqueira a Markovic, por exemplo. Com passagem pelas outras: por Pizzi, Cortez ou Funes Mori.
O título do Benfica começou num verão particularmente irrequieto: o campeão contratou muito, e nem sempre pareceu fazê-lo bem. Vários reforços chegaram e partiram de imediato. 
Pizzi, que custou seis milhões de euros por metade do passe, foi o caso mais mediático, ele que foi logo cedido ao Espanhol, mas não foi caso único. Lisandro LopezMitrovic e Luis Fariña, por exemplo, seguiram o mesmo caminho. 
Do lado reverso da medalha há a sublinhar sobretudo três nomes: contratações acertadas e que viriam a tornar-se fundamentais no título. Fala-se aqui de Markovic, Siqueira e Fejsa. Numa segunda linha é preciso falar de Sílvio. Curiosamente destes quatro nomes dois deles (Siqueira e Sílvio) estiveram na Luz apenas por empréstimo. 
Menos felizes, pelo menos para já, foram as apostas em Sulejmani, Djuricic, Funes Mori e Steven Vitória: jogadores utilizados muito esporadicamente. 
Abaixo destes ficou Cortez, dispensado logo em dezembro. Ainda fez 496 minutos, num total de seis jogos na Liga, mas somou exibições frágeis. A boa notícia é que o brasileiro veio por empréstimo: o Benfica aprendeu com erros do passado (Shaffer, Emerson e Luisinho, por exemplo). 
Mas por partes. 
1. Markovic Um talento raro. Com apenas 20 anos tornou-se um incontornável no onze de Jorge Jesus. Aproveitou a lesão de Salvio para ganhar a direita do ataque, somando 25 jogos na Liga, num total de 1634 minutos de utilização. Chegou envolto num secretismo pouco comum, sabendo-se através do relatório e contas do Benfica que assinou contrato até 2018 e custou mais deseis milhões de euros por metade do passe. Um valor elevado, é certo, mas justificado por um futebol vertical e vertiginoso, por cinco e por cinco assistências. Foi o oitavo jogador mais utilizado por Jesus, o que diz tudo no fundo. 


2. Siqueira Sílvio e, sobretudo, Cortez não estavam a deixar Jesus convencido, pelo que o clube garantiu em cima do fim do período de transferências uma paixão antiga: Guilherme Siqueira foi contratado por empréstimo do Granada perto da meia-noite de 2 de setembro. Aos 27 anos, e apesar de uma lesão pelo meio, o brasileiro impôs-se naturalmente. Fez 17 jogos, todos como titular, num total de 1362 minutos. Fez um golo (na vitória por 2-0 sobre o Nacional) e uma assistência, mas sobretudo trouxe consistência e segurança ao velho e complexo problema do Benfica: a lateral esquerda. Tem uma cláusula de opção de sete milhões, ficará no Benfica? 
3. Fejsa Será o melhor exemplo das boas decisões de mercado esta época: chegou no fim de agosto, e foi contratado a pensar numa provável venda de Matic. Nos primeiros cinco meses fez apenas sete jogos para a Liga, a partir da saída de Matic para o Chelsea (e em apenas três meses) só falhou uma jornada. Depois de cinco meses a compreender os processos da equipa, impôs-se e tornou a ausência de Matic um pormenor. Fez 16 jogos, num total de 1348 minutos, e deu aos centrais uma proteção que já não se via desde a saída Javi Garcia. Talvez por isso nos últimos quinze jogos da Liga doméstica, o Benfica só sofreu golos em dois deles. 
4. Sílvio Foi o jogador mais azarado da época do Benfica. Chegou, tal como Siqueira, por empréstimo, com a vantagem de poder jogar na direira e na esquerda da defesa. A temporada ficou marcada porém por duas operações, a primeira ainda em agosto, a segunda em abril, com outra lesão pelo meio. Perdeu praticamente quatro meses da época. Mesmo assim foi o quarto reforço mais utilizado, somando oito jogos e 648 minutos. O que mostra que seria uma séria opção se não fosse tanto azar... 
5. Sulejmani Chegou a custo zero, é verdade, mas é um custo zero relativo: o Relatório e Conta diz que o Benfica pagou 4,25 milhões de euros à empresa que o representa como prémio de assinatura. Por isso, e porque se trata de um atleta com 25 anos, esperava-se mais: 292 minutos num total de dez jogos é pouco. Sulejmani passou a primeira temporada muito no banco, mesmo que Gaitán e (sobretudo) Salvio tenham estado lesionados, num sinal de que a adaptação ainda não é completa nesta altura. 


6. Djuricic Fez uma temporada muito àquem das expetativas, tal como Sulejmani. A diferença é que neste caso Djuricic parece mais longe do que o compatriota de ser um produto esgotado. Chegou com 21 anos, fez 22 em janeiro, tem margem portanto para se afirmar na equipa nas próximas épocas. Contra ele tem as expetativas geradas pelos seis milhões de euros que o Benfica pagou pelo passe. Para já, ao fim de 226 minutos num total de nove jogos, está muito longe de justificar a aposta que o clube fez. 
7. Funes Mori e Steven Vitória Tratou-se de duas aquisições a baixo custo: Steven Vitória chegou a custo zero, ao passo que o preço de Funes Mori foi amortizado com a venda de Rodrigo Mora. Talvez por isso não se esperava muito deles, e eles corresponderam: fizeram muito pouco. Funes Mori jogou apenas29 minutos no empate caseiro com o Arouca, Steven Vitória ainda não se estreou. Em compensação jogaram bem mais na equipa (12 e 7 jogos, respetivamente) e devem ter dado muito jeito nos treinos de conjunto. 
No cômputo geral, portanto, numa época em que o Benfica contratou doze jogadores e gastoupouco mais de 41 milhões de euros, aumentando também o investimento em salários em cerca de cinco milhões de euros (de 19, 7 para 24,1 milhões), a sensação é que a equipa investiu bem. 
Siqueira e Markovic foram peças fundamentais na equipa, o primeiro por ausência de soluções, o segundo pela lesão de Salvio, e Fejsa permitiu o encaixe de 25 milhões com a venda de Matic. Sílvio seria também uma excelente solução para as laterais, mas o azar das lesões diminuiu essa possibilidade. 
Nem tudo foi perfeito, claro que não, houve até contratações incompreensíveis como Pizzi, mas a partir do momento em que há jogadores que se tornam fundamentais numa equipa campeã nacional, o balanço é positivo. A capacidade de tomar boas decisões no mercado foi fundamental, sim.

Crédito recuperado... e juros por reclamar

Crédito recuperado... e juros por reclamar
Técnico do Benfica foi um indiscutível protagonista da temporada

A 26 de maio de 2013, quando Jorge Sousa apitou pela última vez na final da Taça de Portugal, o ciclo de Jorge Jesus no Benfica parecia terminado. O primeiro sinal nesse sentido tinha sido dado em pleno Estádio do Dragão, no momento em que o técnico se ajoelhou perante o golo de Kelvin, a lançar o FC Porto para o tricampeonato. Quatro dias depois veio a derrota na final da Liga Europa, frente ao Chelsea, a reforçar os indicadores, antes do epílogo escrito no Jamor. 
Nesse dia, após o apito final, e no espaço de poucos minutos, o futuro de Jorge Jesus foi duplamente colocado em causa. Primeiro por um jogador, depois pelos adeptos. O dedo apontado de Óscar Cardozo colocava em causa a autoridade do técnico e deixava a ideia de que este tinha perdido o grupo de trabalho. Ao descer a escadaria do Estádio Jamor, com a medalha de vencido, Jesus teve de ouvir então a revolta dos adeptos, que em vinte dias passaram da euforia à depressão. 
O futuro de Jesus foi debatido de forma intensa, mas não por muito tempo. Uma semana, mais concretamente, pois a 4 de junho o Benfica anunciava a renovação de contrato com o técnico, por mais duas épocas. Por convicção nesta aposta, ou por falta de convicção nas alternativas, Luís Filipe Vieira segurou o técnico. 

Até uma vitória foi problema 
A aposta revelou-se certeira, ainda que os primeiros tempos não tenham sustentado a decisão do presidente encarnado. Na ronda inaugural da Liga o Benfica foi derrotado pelo Marítimo, nos Barreiros, e na semana seguinte, na receção ao Gil Vicente, salvou-se nos descontos. Mas curiosamente o período mais sensível até surgiu após uma vitória, em Guimarães. Ao ver um agente policial intercetar um adepto que tinha entrado em campo, no final do encontro com o Vitória, Jorge Jesus decidiu interferir. Fê-lo de forma veemente, agressiva, arriscando punições desportivas e judiciais, confirmadas mais tarde (um mês afastado do banco e 25 mil euros de multa entregues a instituições de solidariedade). 
Na jornada seguinte ao incidente de Guimarães o Benfica empatou em casa com o Belenenses e ficou com cinco pontos de atraso para o FC Porto. Jesus voltou a ser questionado, mas Vieira veio a público reiterar a confiança no técnico. 
Depois disso o Benfica ainda disse adeus à «Champions» na fase de grupos, mas na Liga só cedeu mais quatro pontos, com os empates na receção ao Arouca e na visita a Barcelos. 
Seguro, confiante, regular e claramente superior à concorrência no potencial, o Benfica embalou para o 33º título. E paralelamente avançou na Taça de Portugal, na Taça da Liga e na Liga Europa, embora Jesus tenha sido sempre fiel ao discurso: a prioridade era o título. 
Nas entrelinhas o técnico ia admitindo, desta forma, que a gestão do plantel teve influência no descalabro da época anterior. E desta vez Jesus foi mais cuidadoso, até pela maior riqueza de alternativas. Jogadores como Jardel, Sílvio, André Gomes, Rúben Amorim ou Sulejmani deram ao técnico a confiança necessária para mudar o «onze» de acordo com a prova em causa. Isto sem esquecer Oscar Cardozo, que esteve quase fora do clube por causa do incidente com Jesus mas que depois reapareceu para evitar problemas ao técnico em várias situações, antes de uma paragem prolongada que o atirou para segundo plano, desligado do resto da equipa. Ou ainda Salvio, que também se viu forçado a uma paragem longa, mas que regressou a tempo de assumir papel relevante na reta final. 

Igual a si próprio 
Depois do triplo desgosto de 2012/13, Jorge Jesus procurou sempre um registo mais prudente esta época. Raras foram as conferências de imprensa anteriores aos jogos em que o técnico não prometeu um Benfica humilde, a respeitar o adversário, independentemente do nome deste. E sempre a colocar o campeonato no topo das prioridades, algo que levou à prática. 
Tantas vezes desbocado, quer em relação à equipa, quer em relação aos adversários, Jesus mostrou-se mais «controlado» esta época. E talvez por isso fique a ideia que a estrutura encarnada procurou reduzir ao máximo as declarações do técnico na fase decisiva da época, aproveitando várias vezes a Benfica TV como veículo exclusivo. Mas aqui e ali Jorge Jesus ainda foi igual a si próprio, como na ocasião em que revelou que André Villas-Boas ia treinar o Zenit, no rescaldo do incidente que protagonizou em Londres. 
E foi precisamente com o sucessor de Villas-Boas no Tottenham que Jesus protagonizou mais um momento polémico. Na visita a White Hart Lane, para os oitavos de final da Liga Europa, o treinador do Benfica levantou três dedos na direção de Tim Sherwood, após o terceiro tento encarnado. Ao justificar-se, no final do jogo, o técnico disse que o gesto era relativo a Luisão, que na verdade enverga a camisola 4, mas Jesus explicou mais tarde que três é a posição do central brasileiro em campo. O incidente foi agravado pelos gestos agressivos do técnico para com o seu adjunto, Raul José, e especialmente para com o secretário técnico, Shéu Han. 
As declarações de Jesus atingiram também a formação, quando o técnico disse que os jovens do clube «tinham de nascer dez vezes» para estarem à altura de substituir no «onze» Nemanja Matic, contratado pelo Chelsea no mercado de Inverno. Palavras que motivaram a resposta de algumas promessas do clube, e que contrastaram com a renovada promessa do presidente numa aposta sólida na formação. 
Fiel a si próprio nos excessos do discurso, mas também na competente preparação técnica e tática da equipa, Jorge Jesus conseguiu conduzir o Benfica ao 33º título, sendo um dos indiscutíveis protagonistas da temporada. Se há um ano o ciclo do técnico na Luz parecia extinto, Jesus parece ter agora recuperado o crédito que tinha em 2010. E o reembolso pode até incluir juros, se ao campeonato juntar a Liga Europa ou mesmo a Taça de Portugal, há muito desejada para dedicar ao avô.

Das lágrimas do patrão Enzo ao talismã que chegou para a baliza

Das lágrimas do patrão Enzo ao talismã que chegou para a baliza
Médio argentino assumiu o meio-campo e foi decisivo nos jogos contra o FC Porto e o Sporting

As lágrimas de Enzo Perez no final da Liga Europa perdida para o Chelsea deixaram uma das imagens mais fortes da época passada do Benfica. Quando um jogador é assim, raçudo, cheio de coração, parece que merece menos perder do que os outros. 
Este campeonato foi a vingança de Enzo. Transformou a tristeza em vontade, correu de um lado ao outro do campo e, ao lado do 1,94 ou 1,85 metros de Matic ou Fejsa, foi ele o «gigante» do miolo. 
É verdade que nem sempre o sacrifício foi utilizado em qualidade e que, por vezes, a razão devia ter prevalecido sobre a emoção. O gesto feito ao árbitro no jogo com o Arouca valeu-lhe um castigo para lembrar isso mesmo. E ainda foi o terceiro jogador mais indisciplinado do Benfica, com seis cartões amarelos. 
No entanto, a raça também serviu para pegar na equipa quando foi preciso. Recuar até aos centrais, pedir a bola, conduzi-la calmamente e entregá-la aos pés dos colegas da frente, tudo isso mostrou que era o homem certo para o fazer. Se o Benfica teve um patrão esta época, esse patrão foi Enzo Pérez. 
Ainda por cima, soube escolher as suas vítimas. Primeiro o FC Porto, na Luz, quando ajudou a roubar a bola no primeiro golo, de Rodrigo, e marcou o canto que deu o segundo, de Garay. Ainda voltaria a fazer estragos ao dragão, convertendo o penálti da reviravolta para a Taça de Portugal. Isto, já depois de outros três golos marcados ao P. Ferreira, à Académica e ao Sporting. 

Aliás, este último golo merece um parágrafo só para ele. O argentino recupera a bola, ultrapassa os adversários em velocidade e a maneira como finta Eric Dier antes de rematar simplesmente não se faz. O que aconteceu depois? Enzo chorou. Só que, agora, de alegria.
Oblak, o talismã que faltava
Nunca o Benfica tinha sido campeão com um guarda-redes estrangeiro na baliza
Se no verão passado elegêssemos Oblak como uma das figuras do Benfica, o leitor ficaria chocado, certo? Compreende-se. Afinal, o esloveno andava a fazer uma birra sobre o contrato e Artur era dono e senhor da baliza encarnada. Parece que foi há tanto tempo... 
Entretanto, com Artur na primeira volta e Oblak na segunda, o Benfica sagrou-se pela primeira vez campeão com guarda-redes estrangeiros na baliza. O jovem de apenas 21 anos tornou-se, aliás, um indiscutível naquela que foi assumida como a prioridade por Jorge Jesus - o campeonato. Porquê? 
Bem, as qualidades são notórias e serviram de base desde logo à sua contratação, por 3,9 milhões de euros, quando ainda era menor de idade. Tem bons reflexos, sai bem nos cruzamentos e transmite uma segurança que o faz parecer 10 anos mais experiente. Mas vamos mais longe: Oblak dá sorte ao Benfica. 
Desde que assumiu a baliza, a equipa nunca perdeu nos jogos da Liga e só sofreu golos em duas partidas. Aliás, do registo do esloveno só consta um empate, com o Gil Vicente, na jornada 17, quando até foi mal batido no golo que deu o 1-1. Uma pequena nódoa que foi antecedida de 363 minutos sem sofrer um golo, aos quais se seguiram mais 456 minutos sem ir buscar a bola ao fundo das redes, até ao jogo com o Nacional, na jornada 23. 
Oblak é, portanto, aquilo que faltou ao Benfica nos últimos anos. Depois do terror de Roberto e da instabilidade de Artur, chegou alguém que não faz os adeptos encolherem-se a cada lance de perigo. Chegou alguém que não sofre aquele «frango» que decide um título. Chegou alguém que já não o deixa chocado por estar entre os melhores do novo campeão nacional.
Luisão, uma época «como nunca»
Central brasileiro vence o terceiro campeonato pelas águias
Segunda jornada, Benfica-Gil Vicente, 89 minutos. Os encarnados perdiam por 0-1 e a Luz estava em estado de choque. Os golos nos últimos minutos deram uma das vitórias mais importantes da época e Luisão correu para os benfiquistas. Nos lábios leram-se palavras feias, atípicas da relação que se espera entre um capitão e os seus adeptos. O que é certo é que, à sua raiva, seguiu-se não só uma equipa invencível na Liga, mas também uma temporada intocável do central.
«É a minha melhor época de sempre». Se Luisão o diz, quem somos nós para o contrariar? Na verdade, até concordamos. Aos 33 anos, o brasileiro decidiu mostrar que ainda há centrais daqueles que não têm medo dos miúdos de 20 que correm mais, mas que, por outro lado, não sabem correr tão bem.
Foi preciso chegar a 27ª jornada e o título estar praticamente decidido para Jorge Jesus o fazer descansar. Até ao jogo com o Arouca, Luisão atuou todas as jornadas e sempre durante 90 minutos. O treinador do Benfica sabia o que lhe estava a pedir: um «Luisão como nunca», nas palavras do próprio Jesus. E o central não o desiludiu.
Além de todos estes minutos nas pernas, Luisão também foi mostrar lá à frente como se faz. Leva nesta altura cinco golos marcados na época e, ao lado dos sete golos de Garay, ameaça o recorde da dupla de centrais do Benfica mais goleadora de sempre (Ricardo Gomes e William, em 90/91, marcaram 13 golos).
Luisão parece ser agora a prova de que ainda podemos acreditar que há jogadores que se fundem com os clubes. Com dez anos de águia ao peito, o capitão torna-se o único «tricampeão» do plantel e já fala em terminar a carreira no clube. Acabaram-se os rumores de saída a cada verão e até os adeptos já lhe terão perdoado todas as palavras feias.
Gaitán está no ponto
Menos irreverente, mas mais estável; menos individualista, mas mais útil para o Benfica
Que Nico Gaitán nasceu com um dom, já o sabíamos. Vimo-lo rapidamente, assim que chegou ao Benfica, já lá vão quatro épocas. O que aprendemos agora é que o rapaz argentino que sabia fazer umas fintas e dar uns toques daqueles que fazem o estádio sussurrar um «uuuuiiii...» cresceu. 
Gaitán está, como se costuma dizer, no ponto. E o seu amadurecimento foi fundamental para a época do Benfica, ainda que nem sempre traduzido em mais golos ou mais momentos marcantes. 
O argentino, que não tem outra alcunha para além de Nico (como é possível?) aprendeu finalmente com os erros. Depois de três épocas de grandes jogos (mais grandes jogadas, até), decidiu tornar-se menos irreverente, mas mais estável, menos individualista, mas mais útil para a equipa. 
Jorge Jesus passou a ter em Gaitán alguém em quem confiar. Muito para além da sua técnica e habilidade acima do normal, o argentino aprendeu a defender, a jogar com todos e para todos, a soltar a bola quando o colega do lado estava em melhor posição. No fundo, aprendeu que não podia jogar sozinho. 
E se há coisa que se nota é que Gaitán esperou ansiosamente por este momento. Em quatro épocas no Benfica, só agora é campeão. Aos 26 anos, e provavelmente a lutar pelo contrato que o pode levar para outras ambições, Nico Gaitán decidiu dar o seu melhor. 
Só falhou, até agora, três jornadas. Começou a marcar tarde, mas a bom tempo de ajudar o Benfica a ganhar ao rival Sporting, a conquistar três pontos no Restelo e a consolidar a goleada ao Rio Ave. É o jogador do plantel com mais assistências, ao lado de Rodrigo (tem seis). 
E, sem deixar de fazer umas fintas e provocar uns «uuuuiiii...», começou a suar a camisola.
Rodrigo- afinal, havia outro
A afirmação de um talento e de uma dupla que mudou a face da equipa
O Benfica de Jorge Jesus sempre gostou de atacar, de preferência com muitos jogadores e em avalanche. A «nota artística» dependia sobretudo do número de golos, independentemente dos desequilíbrios defensivos. Qualquer que fosse a dupla de avançados, o objetivo era o mesmo. 
Rodrigo foi sendo, ao longo das duas épocas passadas, um dano colateral desta estratégia. A meio caminho entre a baliza e um 10 que não existia, o jovem de 23 anos não conseguia destacar-se. Era, aliás, a terceira opção para a frente, a seguir a Cardozo e Lima. A lesão do paraguaio, em novembro, redefiniu as hierarquias, dando espaço a uma dupla (Rodrigo-Lima) com características que mudaram grande parte da identidade habitual do Benfica. 
Com as mudanças táticas desta época, para uma equipa mais equilibrada, mais junta, mais solidária e menos ansiosa por goleadas, surgiu Rodrigo. Não o Rodrigo de apoio a outro avançado, não o Rodrigo pós-lesão em S. Petersburgo, sem confiança, tremido, mas o Rodrigo mais rápido, mais eficaz, mais matador.  
Além de seis assistências em benefício dos companheiros, o hispano-brasileiro chegou aos 17 golos numa época, um recorde pessoal desde que chegou ao Benfica. Mais minutos em campo ajudaram, claro, mas não é por acaso que a melhor fase da época da equipa coincidiu com a subida de forma de Rodrigo. Mais dinâmicos, mais pressionantes, os dois avançados mais utilizados na Liga equilibraram-se no rendimento e revezaram-se nos momentos de protagonismo. 
Coube a Lima, melhor marcador encarnado na Liga (14 golos e cinco assistências, números que ilustram uma época de muito bom nível), a glória de bisar no jogo do título. Mas Rodrigo assinou vários momentos decisivos, e talvez o mais importante deles na receção ao FC Porto, na Luz, quando marcou o primeiro golo e mostrou definitivamente que podiam contar com ele.
Com Rodrigo, o Benfica é mais rápido sem necessitar de ser mais descuidado, é mais atento sem deixar de surpreender e é o melhor ataque sem deixar de ser a melhor defesa. Não é tudo mérito do avançado, claro, mas agora já ninguém o tira do topo. Afinal, há vida além de Cardozo e Lima.

Simão, Coentrão, David Luiz, Ramires e Javi García também festejam título

Simão, Coentrão, David Luiz, Ramires e Javi García também festejam título

Apesar de não estarem no Benfica há vários anos, David Luiz, Ramires e Javi García não esquecem o clube e fizeram questão de congratular os encarnados através das redes sociais pela conquista do título nacional.

«Parabéns, Sport Lisboa e Benfica, aos jogadores, ao presidente e à equipa técnica pela conquista do 33º título nacional!», escreveu Simão Sabrosa, atualmente a representar o Espanhol de Barcelona.

Também em Espanha, mas a representar o Real Madrid, Fábio Coentrão escreveu: «Carrega Benfica! Parabéns a todos os benfiquistas por mais esta conquista. Um abraço a todos!»
O brasileiro David Luiz, jogador do Chelsea, também escreveu falou do título: «Parabéns a todos os jogadores, comissão técnica, diretoria e adeptos benfiquistas pelo 33.º título português!»

Pelo mesmo caminho seguiu o seu compatriota, e companheiro de equipa no Chelsea, Ramires: «Parabéns Benfica! Tive o prazer de levantar a Troféu em 2009/10 e fico feliz por mais esta conquista do clube. Os benfiquistas tratam-me com muito carinho até hoje e o mínimo que posso fazer é retribuir sempre que possível! Parabéns a todos vocês!»

O espanhol Javi García, que joga no Manchester City, escreveu: «Parabéns Benfica! Campeões! Parabéns a toda a equipa e a todos os benfiquistas!»

Plantel no meio dos adeptos em pleno Marquês de Pombal

Plantel no meio dos adeptos em pleno Marquês de Pombal 
O plantel do Benfica festejou bem junto dos milhares de adeptos presentes na rotunda do Marquês de Pombal a conquista do 33.º título de campeão nacional.

Os jogadores desceram do autocarro que os transportou desde o Estádio da Luz até ao conhecido palco de celebrações da capital, colocando-se então bem perto aos adeptos numa espécie de corredor criado para o efeito.

Momento de grande comunhão e festa, com Jorge Jesus a ser atirado ao ar pelos jogadores, sempre bem perto de milhares de adeptos.

Oblak fecha a baliza na Luz

Oblak fecha a baliza na Luz

Além de pretender fechar hoje as contas do título, o Benfica poderá conseguir somar hoje o oitavo jogo seguido sem sofrer golos em casa para o campeonato nacional, naquele que, tal como lembra hoje o jornal "A Bola", se pode transformar no segundo melhor registo de sempre das história das águias.

Esta série, lembre-se, iniciou-se no clássico com o FC Porto (2-0), da 15.ª jornada, partida que, curiosamente, marcou a estreia de Jan Oblak como titular em jogos na Luz, para a Liga. Afinal, a partir daí, foi também com o internacional esloveno que o Benfica manteve a baliza inviolada nos jogos seguintes com Marítimo (2-0), Sporting(2-0), V. Guimarães (1-0), Estoril (2-0), Académica (3-0) e Rio Ave (4-0), sendo bem provável que, depois da lesão sofrida em Arouca (2-0), seja novamente com Oblak na baliza que as águias vão tentar prolongar a série.

Só Otto Glória fez melhor
É preciso recuar 44 anos para encontrar um registo melhor do que o actual, tendo sido sob o comando do brasileiroOtto Glória que o Benfica, entre 1968/69 e 1969/70, esteve dez jogos consecutivos do campeonato nacional sem sofrer golos na Luz.

Para além disso, o melhor que o Benfica fez foram séries de sete jogos sem sofrer golos, ou seja, iguais à actual, tendo estas surgido em 1971/72, com Jimmy Hagan; em 1980/81, com Mário Wilson; 1981/82 e 1982/83 com Lajos Baroti e Sven-Goran Eriksson; 1986/87 com John Mortimore; e 1988/89, com Toni.

Luís Filipe Vieira: «Dedico esta vitória a todos os benfiquistas»

Luís Filipe Vieira: «Dedico esta vitória a todos os benfiquistas»
PRESIDENTE LEMBRA EUSÉBIO E COLUNA
Luís Filipe Veira, presidente do Benfica, dedicou este domingo o título de campeão nacional a todos os adeptos, em especial a Eusébio e Mário Coluna, falecidos já durante o ano de 2014.

"Uma vitória de todos os benfiquistas mesmo daqueles não acreditaram. É uma felicidade e um orgulho. Quero dedicar a vitória a todos os benfiquistas que estiveram sempre connosco. Num ano triste para nós queremos dedicar este título a dois grandes homens que perdemos: Eusébio e Coluna. Este título é para eles", afirmou o presidente das águias, num discurso feito para as dezenas de milhares de adeptos presentes no Marquês de Pombal.

Marquês de Pombal tem uma camisola com o 33 nas costas

Marquês de Pombal tem uma camisola com o 33 nas costas
ESTÁTUA EQUIPADA A RIGOR...

Milhares de adeptos do Benfica festejam esta noite no Marquês do Pombal, em Lisboa, a conquista do 33.º título de campeão nacional em futebol, depois da vitória sobre o Olhanense, por 2-0, no estádio da Luz. O Benfica venceu hoje o Olhanense por 2-0, em jogo a contar para a 28.ª jornada, sagrando-se campeão nacional pela 33.ª vez na sua história, a duas jornadas do fim da I Liga.

Ainda o jogo não tinha terminado e já centenas de adeptos do Benfica estavam concentrados junto à rotunda do Marquês do Pombal. Logo após o apito final, ouviram-se buzinadelas e cânticos de vitória de adeptos benfiquistas, que empunham bandeiras e ostentam cachecóis do clube. "Sou fanático do Benfica. Isto é como se fosse a minha vida", afirmou à agência Lusa Tiago Sousa, de 18 anos. Outra adepta do Benfica, Vanessa, de 16 anos, referiu que a conquista do campeonato foi "para já a coisa mais importante do ano".

E diz que espera vir ainda mais três vezes ao Marquês, para festejar a eventual conquista da Taça de Portugal, da Taça da Liga e da Liga Europa. Na Taça de Portugal, o Benfica apurou-se esta semana para a final no Jamor (após bater na Luz o FC Porto por 3-1), na Taça da Liga o clube disputa o acesso à final a 27 de abril, também contra o FC Porto, no estádio do Dragão, e na Liga Europa os "encarnados" discutem as meias-finais frente à Juventus. Mas o Marquês de Pombal é também palco de festa para adeptos mais habituados às conquistas do clube, como é o caso de Glória Ribeiro, de 83 anos. "Eu desde sempre que sou do Benfica. Já assisti a tantas e tantas vitórias. Sou do tempo do José Águas e da Taça dos Campeões [1960 e 1961]", recordou.

Vice-presidentes do SL Benfica felizes com a conquista do título

33.º Campeonato do palmarés

Vice-presidentes do SL Benfica felizes com a conquista do título

O Vip Lounge do Estádio da Luz foi o local escolhido pelos vice-presidentes do Sport Lisboa e Benfica escolheram para celebrar a conquista do ceptro de Campeão Nacional.

Em declarações à Benfica TV, Domingos Almeida Lima, destacou que este título sabe muito bem às hostes do Clube. “Os títulos sofridos são os mais saborosos. O Campeonato não começou bem, subimos de rendimento e acabámos de melhor maneira. A Família Benfiquista merecia ganhar este título, um título sem mácula, um título bom para os benfiquistas e também para Portugal”, apontou.

Também Sílvio Cervan estava feliz e destacou que é uma vitória de todos: “É uma vitória de seis milhões que acreditam e que vivem o Benfica com paixão intensa. Para quem acreditou, num grupo num rumo. É a vitória do presidente da Direcção, técnicos, jogadores, adeptos… de todos!”

Alcino António alinhou pelo mesmo discurso: “Temos de agradecer a toda a massa associativa todo o acarinho e apoio. Os Campeões só se fazem com o apoio da massa humana. Espero que seja o primeiro de muitos títulos. Também é preciso saber ganhar”.

Nuno Gomes: “União da estrutura foi o segredo para esta conquista”

Assessor para a Área Internacional

Nuno Gomes: “União da estrutura foi o segredo para esta conquista”

Nuno Gomes regressou ao Sport Lisboa e Benfica, agora com as funções de Assessor para a Área Internacional. Ele sabe muito bem o que é ser Campeão pelo Benfica e esta noite viveu intensamente a conquista do 33.º título.

“Os jogadores vão ficar a saber, vão sentir na pele o que é ser Campeão pelo Benfica. Vão viver a euforia “encarnada”. Hoje vivi este título de forma arrepiante e emocionante. Fora das quatro linhas vive-se de outra forma, mas com o orgulho de sempre. União da estrutura foi o segredo para esta conquista”, afirmou Nuno Gomes.

Paulo Sousa aconselha a Juventus

Paulo Sousa aconselha a Juventus

Paulo Sousa está actualmente a treinar os israelitas do Maccabi Telavive, contudo, o seu passado como jogador doBenfica e da Juventus levou o jornal italiano "Tuttosport" a falar com o ex-internacional português acerca da meia-final da Liga Europa entre águias e "bianconeri", sendo que o ex-médio sugere à "Vecchia Signora" a ter atenção a Markovic e Gaitán. "A posse de bola e as transições ofensivas são os pontos fortes do Benfica. Eles têm jogadores rápidos nas alas. Markovic é um talento invejado por meio Mundo. E Gaitán tem a Premier League em cima dele", atirou, citado pelo jornal "A Bola".

Sublinhando que tem "os dois clubes no coração" e não escondendo a preferência para que estes apenas "se tivessem encontrado a 14 de Maio, na final", Paulo Sousa não deixa de dar o favoritismo à Juventus. "O Benfica é uma equipa motivada e imprevisível, mas a Juve tem algo mais nos planos mental e táctico. E em dois jogos, a táctica melhor pode fazer a diferença. Diria que a Juventus é ligeiramente favorita", explicou.

Feliz por ambas as equipas
É notório que Paulo Sousa está muito dividido nesta eliminatória e, acima de tudo, fez questão de se mostrar satisfeito com a carreira de Benfica e Juventus. "Estou feliz por ambas as equipas. Muita coisa correu mal no Benfica no final da época passada, ficaram com problemas que souberam resolver. A Juve, por sua vez, é um exemplo de continuidade graças a Conte. Pode ser uma eliminatória equilibrada", disse.

Curiosa é a abordagem de Paulo Sousa ao ambiente que a "Vecchia Signora" pode encontrar na Luz, lembrando que isso pode ser complicado para os próprios jogadores do Benfica. "O ambiente na Luz? É muito motivador para o Benfica. Mas às vezes também pode ser difícil para os próprios jogadores do clube. Para os adversários pode ser um inferno, sim, mas sobretudo para equipas mais pequenas, não para quem tem a experiência da Juve", finalizou Paulo Sousa ao "Tuttosport".

«Vamos trabalhar para ter mais conquistas» - André Gomes

«Vamos trabalhar para ter mais conquistas» - André Gomes

Na hora do festejo pela conquista do título nacional, André Gomes deixou a promessa de que o grupo vai continuar a trabalhar para conquistar mais troféus até final da época.

«Vamos continuar a trabalhar para ter mais conquistas, pois ainda temos mais competições pela frente», referiu André Gomes, em declarações prestadas à Benfica TV.

O jogador foi ainda questionado sobre o golo que marcou a meio da semana ao FC Porto: «Foi um momento especial com a ajuda dos meus companheiros. Mas foi o trabalho de todo o grupo que nos fez chegar a este momento.»

Salvio partiu o braço esquerdo e é operado segunda-feira

Salvio partiu o braço esquerdo e é operado segunda-feira
CONFIRMOU JORGE JESUS À BENFICA TV
Eduardo Salvio foi o azarado da tarde do 33.º título da história do Benfica. O extremo argentino lesionou-se no braço esquerdo, durante a primeira parte do embate frente ao Olhanense, e durante os festejos do título surgiu no relvado em lágrimas.

À SIC Notícias, Toto admitiu que poderá falhar os próximos jogos. "Acho que não dá para defrontar a Juventus", lamentou.

Mais tarde, em declarações à Benfica TV, Jorge Jesus confirmou a ausência do sul-americano. "Voltou a ter azar. Partiu o braço e vai ser operado na segunda-feira", afirmou.

Luisão é o único "tricampeão"

Luisão é o único "tricampeão"
CAPITÃO ESTEVE NOS TRÊS TÍTULOS ESTE SÉCULO

Luisão é o único jogador do plantel 2013/2014 que celebra o terceiro título de campeão nacional pelo Benfica, sendo que, além do capitão, só Maxi Pereira, Ruben Amorim e Cardozo estiveram no triunfo de 2010.

Chegado ao Benfica há mais de 10 anos, o central internacional brasileiro é o único sobrevivente da equipa que, em 2004/2005, com o italiano Giovanni Trapattoni, colocou um ponto final num "jejum" de vitórias que durava desde 1993/1994. Luisão não só integrou esse coletivo, com o estatuto de titular indiscutível no centro da defesa, ao lado, a maioria das vezes, de Ricardo Rocha, como foi ele o autor do golo que decidiu o título, na penúltima ronda, na receção ao Sporting (1-0).

Como o jogo a acabar, Luisão voou mais do que os centrais "leoninos" e do que as mãos de Ricardo e colocou o Benfica na rota do 31.º título, que viria a selar no fim de semana seguinte, com um empate a um golo no Bessa, frente ao Boavista. Do "onze" base utilizado por "Trap" faziam ainda parte o guarda-redes Quim, os defesas Miguel e Manuel dos Santos (ou Fyssas), os médios Petit, Manuel Fernandes e Nuno Assis e os avançados Simão, Giovanni e Nuno Gomes, não esquecendo, entre outros, Mantorras, Zahovic, Karadas ou João Pereira. O título de 2004/2005 foi conquistado com enorme sofrimento e muitos pontos perdidos (oito empates e sete derrotas), valendo aos "encarnados" que FC Porto (ficou a três pontos) e Sporting (a quatro) ainda fizeram pior.

Depois desse triunfo, o título só voltou à Luz em 2009/2010, na primeira época sob o comando de Jorge Jesus e com Luisão novamente como elemento fundamental, no eixo da defesa, desta vez ao lado do seu compatriota David Luiz, agora no Chelsea. Luisão participou em 28 jogos e voltou a marcar um golo fulcral, desta vez na receção ao Sporting de Braga - que adiou o título do Benfica até à última jornada -, selando um triunfo (1-0), na Luz, que colocou os "encarnados" com seis pontos à maior.

Em relação à equipa de há quatro anos, o "4" dos "encarnados" não é, porém, o único que resta: está acompanhado pelo lateral direito uruguaio Maxi Pereira, o avançado paraguaio Óscar Cardozo e o médio internacional luso Ruben Amorim. Como nessa campanha e a exemplo de Luisão, Maxi Pereira volta a pertencer ao "onze base", ao contrário de Cardozo, que foi o melhor marcador do campeonato de 2009/2010 e, desta vez, foi vítima de uma lesão que lhe roubou grande parte da época. Depois de um início de época complicado, em que muitos pediram o seu adeus -- não o entretanto malogrado Eusébio, que defendeu a sua permanência -, depois do incidente com Jesus na final da Taça de 2012/2013, Cardozo marcou em cinco rondas consecutivas, mas lesionou-se e perdeu posição para a dupla Lima/Rodrigo.

Por seu lado, e depois de regressar de "exílio" no Sporting de Braga, Ruben Amorim voltou a ser um precioso suplente, que só não foi mais utilizado devido a sucessivas lesões. Desta vez, nunca atuando como lateral direito, mas sempre no meio campo. Da equipa base de 2009/2010, muitos jogadores foram vendidos, por muito dinheiro, como Di Maria e Fábio Coentrão (Real Madrid), David Luiz e Ramires (Chelsea) e Javi Garcia (Manchester City), e outros também foram saindo, como Aimar e Saviola.

- Os títulos de campeões nacionais pelo Benfica dos 26 jogadores já utilizados por Jorge Jesus:

3.º: Luisão
2.º: Maxi Pereira, Ruben Amorim e Cardozo
1.º: Garay, Lima, Enzo Perez, Gaitan, Rodrigo, Markovic, Siqueira, Fejsa, Oblak, Matic (x), Artur, Sílvio, Bruno Cortez (x), André Almeida, Sulejmani, Salvio, Ivan Cavaleiro, Djuricic, Jardel, Ola John (x), Funes Mori e André Gomes

Jorge Jesus: «Enervei-me muito com o jogo...»

Jorge Jesus: «Enervei-me muito com o jogo...»
TÉCNICO SOFREU NA BANCADA MAS DEPOIS FESTEJOU
Jorge Jesus admitiu que o facto de ter visto o Benfica-Olhanense na bancada, pelo facto de se encontrar castigado, acabou por tornar tudo mais difícil para o técnico, até pelo facto de os encarnados só terem marcado na 2.ª parte.

"Foi muito complicado [ver o jogo de fora], Não tem nada a ver, sentes que perdes o poder. Queres dar uma ordem e corrigir e não consegues. Não tens intervenção. Enervei-me muito hoje com o encontro, pois estava a ser impotente", referiu o treinador, em declarações à Benfica TV, sublinhando que nem nos momentos mais difíceis perdeu a confiança na recuperação do título que escapava desde 2010.

"É o culminar de um trabalho de muita gente que acreditou que era possível. Era o nosso grande objetivo e estamos todos de parabéns. A confiança foi sempre total, nunca perdemos o norte e somos campeões a duas jornadas do fim. Vai ser uma noite inesquecível", vincou.

"Quero partilhar este êxito com a minha família, os meus jogadores e os adeptos. Quero ainda agradecer ao presidente por ter acreditado em mim desde o primeiro ano", finalizou Jesus.

«É um momento especial»
TÉCNICO PARCO EM PALAVRAS
Jorge Jesus foi parco em declarações durante a festa do título. O técnico encarnado, já depois de um banho de champanhe, referiu que se trata de um "momento especial".

"Fomos campeões uma vez mais. Agora quero comemorar, depois falamos", referiu...

Raúl José: «Hora de ir festejar com os adeptos»

Raúl José: «Hora de ir festejar com os adeptos»
RADIANTE COM TÍTULO DOS ENCARNADOS
Com Jorge Jesus nas bancadas, Raúl José foi o primeiro a dar voz pelo título encarnado. O adjunto mostrou-se radiante pelo triunfo e garante que agora é hora de celebrar o que foi conquistado junto com os adeptos.

"Fizemos um grande jogo. Tentou sempre procurar a baliza do adversário e ganhámos com todo o mérito. Falhámos 3 ou 4 golos mas conseguimos o objetivo. Mas vamos celebrar agora. Foi uma demonstração de grande qualidade e de caráter, mas agora é hora de ir festejar com os adeptos", sustentou.

Luisão: «Título demorou mas chegou com muito mérito»

Luisão: «Título demorou mas chegou com muito mérito»
EXULTA COM TÍTULO DE CAMPEÃO NACIONAL
Luisão representava o rosto de felicidade depois da conquista do 33.º título nacional da história do clube. As águias bateram o Olhanense e deixaram o capitão encarnado aliviado e radiante.

"A ansiedade foi natural, mas conseguimos acalmar-nos. A família está de parabéns. É maravilhoso. Só quem vive o dia-a-dia, quem está no estádio sente isto. No começo da temporada foi difícil mas o presidente reuniu-se connosco e foi uma das pessoas que mais acreditou nos momentos difíceis. Trabalhámos e temos muito mérito", explicou, no final da partida, em declarações à Benfica TV, antes de destacar o apoio do público.

"O público está de parabéns. É incrível, maravilhoso. Não tenho palavras para descrever cada vez que vestimos esta camisola. Demorou mas chegou com muito mérito. É um título muito bonito", rematou.

Sílvio: «Feliz por ser campeão pelo clube do coração»

Sílvio: «Feliz por ser campeão pelo clube do coração»
LATERAL NÃO PÔDE JOGAR MAS TAMBÉM CELEBROU
Sílvio foi uma das principais ausências do jogo do título, por se encontrar gravemente lesionado, mas também tem participado na festa no Estádio da Luz.

"Estou triste por não ter ajudado neste último jogo mas muito feliz por ser campeão pelo Benfica, o clube do meu coração", referiu o lateral à Benfica TV, que admitiu ter ficado "emocionado" com as palavras de apoio que recebeu de colegas e adeptos.

Enzo Pérez: «Tem sido uma grande temporada»

Enzo Pérez: «Tem sido uma grande temporada»
MÉDIO FALA EM "TÍTULO MERECIDO"
Enzo Pérez estava naturalmente contente com a conquista do 33.º título de campeão do Benfica, destacando a justiça do mesmo.

"Merecemos pelo que fizemos ao longo da época. Com humildade e trabalho conseguimos o objetivo principal. Tem sido uma grande temporada. Procuramos sempre a vitoria com as nossas ideias", disse à Benfica TV.

Lima: «Ponto mais alto da minha carreira»

Lima: «Ponto mais alto da minha carreira»
AVANÇADO MUITO FELIZ PELA CONQUISTA
Lima, autor dos dois golos do Benfica na vitória que deu o 33.º título aos encarnados, garante que a noite de domingo é o ponto alto da sua já longa carreira de jogador profissional.

"Foi o ponto mais alto da minha carreira, mas fui só mais um elemento nesta conquista. Tive companheiros maravilhosos que ajudaram a conquistar um título merecido", afirmou no final do encontro.

Os 28 voos da águia rumo ao título

Os 28 voos da águia rumo ao título
TODOS OS JOGOS DO NOVO CAMPEÃO

Desde o começo repleto de incertezas fruto de uma época anterior onde o fracasso acabou por triunfar no final, de um Cardozo "salvador" no arranque da época à dupla goleadora Lima/Rodrigo que a terminou, passando por jogos-chave para a temporada encarnada como o foram a vitória em Olhão ou o primeiro encontro depois da morte do "Rei" Eusébio, ante o FC Porto. Depois dos sobressaltos no arranque, o Benfica primou pela consistência e regularidade na segunda parte da época, chegando ao título.

1.ª jornada: Marítimo-Benfica, 2-1

Marcadores: Derley 45'+1 g.p. e Sami 78'; Rodrigo 51'

Um começo normal, isto se tivermos em conta as últimas nove temporadas. Os encarnados não vencem o primeiro jogo disputado no campeonato desde 2004/2005 e nos Barreiros cumpriram a tradição recente. Derley marcou o primeiro do Marítimo, de penálti, pouco antes do intervalo, e Rodrigo empatou pouco depois e ser reatada a segunda parte. A 12 minutos do fim, Sami marcaria o golo da vitória à antiga equipa e aumentaria a contestação na Luz, depois do final traumático de 2012/2013.

2.ª jornada: Benfica-Gil Vicente, 2-1 

Marcadores: Markovic 90'+2 e Lima 90'+3; Diogo Viana 70'

A salvação chegou em apenas dois minutos quando já poucos acreditavam. Depois do golo de Diogo Viana, a 20 minutos do fim, a Luz tornou-se contestatária e descrente com a própria equipa mas havia mesmo uma... luz ao fundo do túnel. Dois golos em menos de nada, deixaram todo um estádio em plena exaltação com a certeza de que os três pontos foram conquistados e de que afinal, ainda havia campeonato.

3.ª jornada: Sporting-Benfica, 1-1

Marcadores: Montero 10'; Markovic 64'

Em Alvalade, os homens de Jesus deparavam-se com o primeiro duro teste no campeonato, frente a um conjunto leonino que liderava a prova. Montero marca o primeiro bastante cedo e abala a formação benfiquista. A nova "coqueluche" Lazar Markovic ultrapassa três adversários e marca um dos melhores golos do campeonato, num encontro que fica marcado pelas três substituições forçadas de Jorge Jesus. Salvio foi o caso mais grave e só voltaria a jogar.

4.ª jornada: Benfica-P. Ferreira, 3-1

Marcadores: Enzo Pérez 4', Garay 22' e 52'; Rúben Ribeiro 50'

O segundo jogo da Luz, na temporada, contou com uma contribuição argentina. Enzo abriu o "placard" aos quatro minutos e homenageou o compatriota Salvio, após o primeiro depois de se ter conhecimento do "calvário" que o número 18 iria ter de ultrapassar. Garay, com um bis, descansou a águias no resultado mais folgado da temporada.

5.ª jornada: V. Guimarães-Benfica, 0-1

Marcadores: Cardozo 73'

Um jogo equilibrado no D. Afonso Henriques e com drama já para lá do apito final. Durante os 90 minutos, foi Cardozo a decidir a partida, ajudado por um precioso desvio que enganou o guarda-redes Douglas, após a marcação de pontapé. Já depois do final da partida, o técnico Jorge Jesus tentou interceder por um adepto encarnado e acabou por ser punido com cinco jogos de castigo.

6.ª jornada: Benfica-Belenenses, 1-1

Marcadores:Cardozo 17'; Diakité 30'

As águias defrontavam os azuis do Restelo, quando a formação de Mitchell Van der Gaag ocupava a "lanterna vermelha" do campeonato. Cardozo voltou a ser o "abono de família" do Benfica mas um único golo do Tacuara não chegou. Diakité fez o empate ainda na primeira parte que a formação de Jesus não conseguiu desfazer. No final, a contestação do público foi audível.

7.ª jornada: Estoril-Benfica, 1-2

Marcadores: Balboa 74'; Lima 10' e Cardozo 71'

Na Amoreira, começou por desbloquear a situação logo à dezena de minutos, quando apareceu sem marcação na cara de Vagner para cabecear para o fundo da baliza. A lesão de Markovic acabou por promover a entrada de Ola John que não teve peso na partida. Antes do regresso aos balneários para o intervalo, o mesmo Lima teve os bis nos pés mas permitiu a defesa do guardião canarinho após remate na sequência de uma grande penalidade. Aos 11 minutos da segunda parte, Filipe Gonçalves vai tomar banho mais cedo após receber o segundo amarelo e foi de fora das quatros linhas que viu Cardozo sentenciar a partida com um vistoso (e pouco comum) golo de pé direito, num remate de primeiro. O Estoril acabaria a partida com nove jogadores depois da expulsão de Gerso nos instante finais.

8.ª jornada: Benfica-Nacional, 2-0

Marcadores: Siqueira 15' e Cardozo 48'

A partida com os insulares determinou a estreia-se de Ivan Cavaleiro como titular no campeonato. O produto da formação encarnada esteve em campo 82 minutos, o tempo suficiente para Siqueira romper pela esquerda e culminar uma jogada no fundo da baliza, no único golo que marcou esta temporada. Pouco depois do intervalo, Cardozo mostrou que o pé continuava quente e selou o "placard", depois de ter feito a assistência para o brasileiro, no primeiro golo.

9.ª jornada: Académica-Benfica, 0-3

Marcadores: Cardozo 34', Marcelo 37' p.b. e Markovic 86'

O Tacuara, no seu quinto jogo seguido a marcar para a Primeira Liga, abre caminho ao triunfo que pareceu garantido em três minutos, numa partida que contou com algumas alterações face ao anterior onze. Jesus mostrava que não tinha o onze-base definido mas tais incertezas não foram determinantes para determinar o curso da partida. Markovic fechou o encontro com chave de ouro para os encarnados. 

10.ª jornada: Benfica-Sp. Braga, 1-0

Marcadores: Matic 73'

Um jogo renhido, perante uma Luz bem composta entre duas equipas que mostraram querer ganhar desde o primeiro ao 90.º minuto. Matic roubou uma bola ainda no meio-campo defensivo bracarense, pisou a linha de grande área e atirou a contar, num remate colocado que acabaria por surpreender o internacional português Eduardo.

11.ª jornada: Rio Ave-Benfica, 1-3

Marcadores: Ukra 58'; Rodrigo 38', Lima 63' e 79'

Uma entre tantas outras vitórias entre à dupla da frente, nascida em terras de Vera Cruz. Rodrigo apareceu no lugar certo para aproveitar o deslize do guarda-redes adversário e empurrar para a baliza deserta. Na segunda metade, os homens de Nuno Espírito efetivaram uma reação à desvantagem e Ukra chega mesmo à igualdade, que se vê desfeita apenas cinco minuto volvidos, pós um livre irrepreensível de Lima. A expulsão de Wakaso facilitou a tarefa encarnada que viu Lima voltar a fazer o gosto ao pé, dando tranquilidade à equipa.

12.ª jornada: Benfica-Arouca, 2-2

Marcadores: Rodrigo 40' e Lima 83' g.p.; David Simão 18' e Serginho 74'

Um encontro que esteve sempre longe de estar ganho. Primeiro, aos 18 minutos, o antigo "aluno" da Luz, David Simão, marcou de livre direto e pediu desculpa ao público da Catedral. Rodrigo reduziu no final da primeira parte num jogo em que as oportunidades de golo escassearam e o futebol que os encarnados apresentaram não convenceram. Serginho volta a instalar a surpresa em Lisboa, marcando após um lançamento lateral, com Lima a fixar da marca dos 11 metros o resultado final, após Sulejmani ter sido travado na área.

13.ª jornada: Olhanense-Benfica, 2-3

Marcadores: Femi 7' e Regula 31'; Lima 19', Matic 37' e Sulejmani 47'

No Estádio Algarve deu-se aquele, que é considero por muitos, como o jogo da mudança na época encarnada. O Benfica ganha ao "lanterna vermelha", sem impressionar, e a lesão de Artur lança um novo guardião aos 69 minutos: Oblak estreia-se no campeonato, às ordens de Jesus. Seguir-se-ão oito jogos em que o esloveno apenas irá sofrer um golo.

14.ª jornada: V. Setúbal-Benfica, 0-2

Marcadores: Rodrigo 54' e Lima 69' g.p.

Foi o primeiro jogo do resto da vida do Benfica no campeonato. Oblak fez o primeiro jogo a titular no campeonato com Jesus e terminou a zeros. Os golos pertenceram à dupla mais vezes titular pelos encarnados nesta Liga ZON Sagres e o 2-0 virou um "resultado fetiche" na época da águia.

15.ª jornada: Benfica-FC Porto, 2-0

Marcadores: Rodrigo 13' e Garay 53'

O Benfica precisava de vencer por diversas razões. A mais primordial delas, para se destacar do rival nortenho. "Ganhar por Eusébio", a mais sentimental. O balneário sabe que Matic partirá e o encontro seria também o fim de um ciclo de tremenda progressão do sérvio em Portugal. Rodrigo faz o primeiro, após um slalom incrível de Markovic, com Garay a fechar o resultado na segunda parte, após uma cabeçada que só morou no fundo das redes. Os três pontos concederam a liderança aos encarnados.

16.ª jornada: Benfica-Marítimo, 2-0

Marcadores:Rodrigo 19' e 35'

Com um bis de "Rodrigol" se fez o resultado, no quarto jogo seguido em casa, contando com todas as competições. Jesus não poupa e apresenta o 11 de gala entre encontros da Taça da Liga onde deu ordens para alguns jogadores descansarem. No primeiro golo, o 19 das águias aproveita o mau corte de Igor Rossi. No segundo, Rodrigo corre cerca de 30 metros até empurrar a bola para o fundo das malhas, após perda do esférico infantil por parte de João Diogo. A defesa maritimista não esteve em noite inspirada.

17.ª jornada: Gil Vicente-Benfica, 1-1

Marcadores: Vítor Gonçalves 73'; Lima 62' g.p.

O encontro de Barcelos foi o "combo-breaker" da segunda metade da época encarnada. O Benfica contou só por vitórias os jogos realizados desde a 13.ª ronda... à exceção da partida com o Gil Vicente. Num relvado difícil para se praticar futebol, as duas formações tiveram um jogo dividido mas os pupilos de Jesus estiveram quase sempre mais perto do golo. A expulsão de Siqueira, com duplo amarelo aos 58 minutos, parecia precipitar as águias para o abismo mas seria o Benfica a marcar primeiro por Lima, após derrube de Brito sobre Gaitán. Vítor Gonçalves reporia a igualdade, num remate de fora da área, num lance que Oblak não ficou isento de culpas.

18.ª jornada: Benfica-Sporting, 2-0

Marcadores: Gaitán 27' e Enzo Pérez 76'

Um dérbi que ficou marcado pela correção e até Bruno de Carvalho salientou a justiça da vitória por parte do rival, pedindo mais aos seus jogadores no final da partida. Nico Gaitán deu expressão à superioridade da águia na primeira parte, num incomum golo de cabeça. Na segunda metade, foi o compatriota Enzo a rubricar numa jogada individual, um dos melhores golos do campeonato.

19.ª jornada: P. Ferreira-Benfica, 0-2

Marcadores: Garay 54' e Markovic 68'

A primeira parte foi de má qualidade e não se viu futebol digno de um campeão. Na segunda metade, os encarnados apareceram dispostos a inverter a situação e foi um central a desbloquear a situação. Garay, de cabeça, não deu hipóteses a Degra, após um bom crumzamento de Ruben Amorim. Quatorze minutos volvidos, Markovic com uma excelente arrancada descansaria as hostes encarnadas e deixaria os homens de Jesus a gerir a vantagem com o pensamento no primeiro compromisso europeu do ano (PAOK).

20.ª jornada: Benfica-V. Guimarães, 1-0

Marcadores: Markovic 40'

O veloz sérvio resolveu com uma "pièce de résistance". O número 50 encarnado recebeu um passe, digno de luva de beisebol de Rodrigo, levantou a bola por cima de Douglas, fez a receção ainda no ar e empurrou para a baliza deserta. Um golo que definiu uma partida difícil mas que esteve sempre controlada pelos encarnados.

21.ª jornada: Belenenses-Benfica, 0-1

Marcadores: Gaitán 7'

Nico Gaitán resolveu uma partida com um golo tão madrugador quanto impressionante: o argentino arrancou de meio-campo, ganhou em velocidade ao último defensor e surpreendeu Matt Jones com um chapéu de 30 metros. Com apenas um golo à maior, as águias tiveram de sofrer a bom sofrer até ao apito final no Restelo.

22.ª jornada: Benfica-Estoril, 2-0

Marcadores: Luisão 6' e Rodrigo 19'

O Benfica volta a encontrar o "carrasco" da temporada passada no mesmo "local do crime". A diferença é que desta vez os encarnados não deixaram os homens de Marco Silva explanar o seu futebol. Luisão despertou a Luz com um golo madrugador. O 2-0 de Rodrigo deu a confiança necessário para o conjunto de Jesus poder gerir a vantagem obtida até ao minuto 90, já a pensar no jogo em White Hart Lane.

23.ª jornada: Nacional-Benfica, 2-4

Marcadores: Candeias 7' e Djaniny 80'; Lima 24', Rodrigo 33', Garay 43' e 89'

Na Choupana, os encarnados mostraram o "estofo" de campeão. A perder desde o minuto 7, através de uma grande penalidade muito contestada pelos homens de Jesus, o Benfica soube arregaçar as mangas e operar a reviravolta necessário na casa de um Nacional europeu. Certo é que os encarnados já ganham por 3-1 antes do intervalo. Djaniny ainda reduziu, na sequência de uma transição rápida, mas o instinto goleador de Garay viria a matar o jogo perto do derradeiro apito.

24.ª jornada: Benfica-Académica, 3-0

Marcadores: Lima 11', 28' e Enzo Pérez 59'

Os estudantes aprenderam uma lição em apenas meia hora. Os encarnados entraram determinados a não deixar dúvidas quanto ao seu intento para a partida: ganhar. Os dois golos de Lima tranquilizaram as hostes encarnadas, permitindo explanar o seu melhor futebol se necessário. O compromisso europeu estava à porta e não há tempo para grande "nota artística". Enzo fecha a contagem com um golo onde empregou toda a raça argentina, numa jogada construída sempre em esforço.

25.ª jornada: Sp. Braga-Benfica, 0-1

Marcadores: Lima 13'

Os bracarenses jogam desfalcados de vários jogadores-chave mas o Benfica não facilita. Lima marca à antiga equipa e assegura três preciosos pontos numa ronda em que o rival Sporting também triunfou sobre uma formação minhota. Os encarnados tiveram de suster as últimas investidas dos homens de Jorge Paixão, recuando as linhas, sentindo a importância de um triunfo no Axa. Rodrigo poderia ter descansado a equipa já nos descontos mas permitiu de Eduardo na marcação de uma grande penalidade.

26.ª jornada:Benfica-Rio Ave, 4-0

Marcadores: Rodrigo 17', Gaitán 29', Cardozo 77' g.p. e 90'+2 g.p.

Talvez a melhor exibição dos homens de Jesus no campeonato. Na primeira parte, Rodrigo e Gaitán "asseguraram" os três pontos, em 45 minutos que primaram pelo futebol vistoso e de recorte técnico. Como diria Jorge Jesus... "com nota artística". Com jogos europeus antes e depois da partida com os vila-condenses, Jesus deu tempo aos menos utilizados, beneficiando o Tacuara desse facto. Cardozo regressa aos golos após o maior jejum de sempre de águia ao peito.

27.ª jornada: Arouca-Benfica, 0-2

Marcadores: Rodrigo 45'+2 e Gaitán 55'

Pedro Emanuel instruiu a sua equipa para não conceder espaços ao ataque encarnado, aproveitando as perdas de bola em zona recuada do Benfica para lançar um contra-ataque rápido. Assim aconteceu até que ao cair do pano do intervalo, quando Cássio falhou a interceção a um cruzamento, Balliu também não conseguiu aliviar e amorteceu a bola, já dentro da pequena área para Rodrigo fazer o primeiro e deixar o Municipal de Aveiro em delírio. Já no segundo tempo, Gaitán fez o segundo e "carimbou a festa encarnada" para o jogo com o Olhanense.

28.ª jornada: Benfica-Olhanense, 2-0

Marcadores: Lima 57' e 60'

Com a Luz completamente cheia e em ambiente de festa, o Benfica entrou dominador mas tardou em chegar ao golo, fruto de uma enorme ineficácia demonstrada na 1.ª parte. Os fantasmas ameaçaram aparecer mas o primeiro golo de Lima fez suspirar de alívio os adeptos encarnados. O brasileiro bisou pouco depois e encerrou definitivamente as contas do título.