sexta-feira, 14 de fevereiro de 2014

Gaitán beneficiou da generosidade de Maxi

Gaitán beneficiou da generosidade de Maxi

Maxi Pereira e Nico Gaitán são muito amigos fora de campo, sendo que essa boa relação também dá frutos no relvado, como foi notório no último dérbi com o Sporting, em que o internacional uruguaio fez uma assistência para que o internacional argentino abrisse o marcador de um jogo em que o Benfica haveria de vencer por duas bolas a zero.

Curiosamente, Maxi Pereira só ofereceu dois golos a Nico Gaitán e, na outra ocasião em que serviu o médio-ofensivo para um tento, foi também num dérbi com o Sporting, mais concretamente a 21 de Fevereiro de 2011, quando o Benfica foi vencer a Alvalade e o lateral-direito ofereceu o 2-0 final ao argentino.

Senhores das assistências
Além destes dois golos que Nico Gaitán fez ao Sporting, há que contabilizar mais 19 apontados pelo internacional argentino com a camisola do Benfica, ainda que o atleta de 25 anos se destaque essencialmente nas assistências, uma vez que soma 45 em 160 jogos, o que se traduz numa média superior a uma passe mortal a cada quatro partidas.

Quanto a Maxi Pereira, e ao longo de 272 jogos com a camisola do Benfica, este tem números bastante interessantes para um jogador que actua preferencialmente a lateral-direito, uma vez que soma 16 golos e 18 assistências pelos encarnados.

Renovações para avançar
Segundo o jornal "A Bola", o dossier das renovações de contrato de Nico Gaitán e Maxi Pereira deve avançar brevemente, sendo que o caso do internacional argentino será mais urgente, uma vez que, apesar de ter vínculo até 2016, é muito cobiçado por inúmeros emblemas internacionais, o que acelera a intenção do líder encarnado de alargar a ligação contratual do médio-ofensivo ao Benfica por mais uns anos.

Quanto ao internacional uruguaio de 29 anos, este tem vínculo válido até ao final da temporada 2014/15, altura em que terá 31 anos, sendo provável que o próximo vínculo que fará com os encarnados será o último de um jogador que, lembre-se, está na Luz desde 2007/08.

Águia fechou a baliza

Águia fechou a baliza

Até ao jogo com o Olhanense (3-2), o Benfica disputou 21 partidas e sofreu 23 golos, contudo, essa deslocação ao Algarve, que também marcou a ascensão de Jan Oblak à titularidade na baliza encarnada, assume-se como um importantíssimo ponto de viragem para as águias, uma vez que, nos dez jogos seguintes, a equipa de Jorge Jesusapenas sofreu um golo.

De facto, desde que venceram o Vitória de Setúbal (2-0) a 20 de Dezembro de 2013, os encarnados mantiveram a sua baliza inviolada nos jogos com o Nacional (1-0), Gil Vicente (5-0), FC Porto (2-0), Leixões (2-0), Marítimo (2-0), Gil Vicente (1-0), Penafiel (1-0) e Sporting (2-0), apenas sofrendo um golo na deslocação a Barcelos, para a Liga, num jogo que terminou empatado a uma bola.

Oblak não explica tudo
Se a ascensão de Jan Oblak, que tem estado quase sempre impecável na baliza encarnada, explica grande parte deste ciclo, a verdade é que a produção de todo o sector defensivo do Benfica está de parabéns e tem o suporte estatístico a prová-lo.

De facto, a média de remates consentidos pelas águias baixou de 8,1 disparos/jogo nos primeiros 21 encontros para 4,8 nos últimos dez, num registo que pode ser explicado pelos elogios de um avançado que defrontou recentemente o Benfica, mais concretamente o maritimista Derley. "É difícil fazer golos ao Benfica, pois Luisão e Garay marcam super bem. A equipa pressiona muito, nunca deixa o opositor sozinho. Não permite que ele pense ou vire para a baliza. Luisão comanda a defesa e impõe respeito. Tive uma chance na Luz, mas o guardião defendeu", atirou o brasileiro dos insulares ao "Record".

Duarte Gomes no P. Ferreira-Benfica

Duarte Gomes no P. Ferreira-Benfica
PAULO BATISTA NO GIL VICENTE-FC PORTO

O lisboeta Duarte Gomes vai arbitrar a visita do líder Benfica ao Paços de Ferreira, da 19.ª jornada da I Liga, anunciou o Conselho de Arbitragem (CD) da Federação Portuguesa de Futebol (FPF).

Paulo Batista, de Portalegre, vai arbitrar a visita do FC Porto, segundo classificado a quatro pontos dos encarnados, ao Gil Vicente, 12.º colocado, enquanto Carlos Xistra, de Castelo Branco, será o juiz na receção do Estoril ao Sp. Braga.

No seu comunicado, o CA dá conta da indisponibilidade de Bruno Paixão, por doença, e a presença de Pedro Proença no curso de árbitros selecionados para o Mundial'2014.

Árbitros da 19.ª jornada da I Liga:

- Sábado, 15 fev

Belenenses-Académica, Manuel Mota (Braga)
Sporting-Olhanense, Hugo Miguel (Lisboa)

- Domingo, 16 fev

Marítimo-V. Setúbal, Rui Silva (Vila Real)
Arouca-Nacional, Jorge Sousa (Porto)
V. Guimarães-Rio Ave, Rui Costa (Porto)
P. Ferreira-Benfica, Duarte Gomes (Lisboa)
Gil Vicente-FC Porto, Paulo Batista (Portalegre)

- Segunda-feira, 17 fev

Estoril-Sp. Braga, 20:00 Carlos Xistra (Castelo Branco)

United ainda atento a Garay

United ainda atento a Garay

O Manchester United está no mercado à procura de um defesa-central, de forma a colmatar a baixa de Nemanja Vidic, 32 anos, que anunciou a saída de Inglaterra no final da temporada. A formação orientada por David Moyes tem alguns nomes identificados e um deles continua a ser o de Ezequiel Garay. 

O colosso inglês pode avançar para a contratação do jogador argentino no final da temporada, por altura do Mundial deste ano, no Brasil, onde quase de certeza estará o central encarnado, de 27 anos, escolha habitual de Alejandro Sabella, selecionador argentino. Outra alternativa a Garay para a defesa do Manchester United é Thomas Vermaelen, jogador belga de 28 anos que alinha no Arsenal. 

Todavia, o Zenit continua a ser o emblema mais próximo de tirar Garay da Luz. O mercado de transferências na Rússia só fecha a 27 de fevereiro, o que dá alguma margem de manobra do clube de São Petersburgo para negociar a transferência do internacional argentino. No final do jogo com o Sporting, o treinador do Benfica, Jorge Jesus, admitiu que Garay é um jogador importante e reafirmou que não deseja perder mais atletas. Mas reconheceu que a decisão está nas mãos da SAD.

Luís Neto sobre o Benfica: «Pode haver essa possibilidade»

Luís Neto sobre o Benfica: «Pode haver essa possibilidade»
Luís Neto tem sido colocado como alvo do interesse do Benfica, envolvido na possível transferência do argentino Ezequiel Garay para o Zenit São Petersburgo.

O defesa de português, em declarações prestadas à Antena 1, assume estar a par das notícias: «Pode haver essa possibilidade, mas, para já, no Zenit, não me falaram dessa hipótese. Talvez só quando tudo estiver concretizado falem comigo.»

«É uma possibilidade que está a ser colocada, mas estou tranquilo e a ver o que pode acontecer, pois o mercado na Rússia fecha mais tarde. Vamos ver se vou ser colocado nesse negócio.»

Neto mostrou-se, de resto, cauteloso: «Não sei se seria a melhor altura para regressar a Portugal. Mas estou feliz no Zenit, sinto-me bem aqui. Vou esperar pelos próximos dias, pois de certeza absoluta que haverá novidades.»

Jorge Jesus: «O P. Ferreira vale mais do que mostra a tabela»

JJ (Antevisão) «O P. Ferreira vale mais do que mostra a tabela»
TÉCNICO DESCONFIADO DO VALOR DOS CASTORES
Jorge Jesus desvalorizou a delicada situação do P. Ferreira na classificação. Para o técnico encarnado, os castores mereciam estar mais acima na tabela.


"O P. Ferreira tem mais valor do que mostra a classificação. É um campo difícil e reforçaram-se com jogadores de qualidade no mercado de inverno. O Benfica vai ter dificuldades mas tem de arranjar soluções para elas. A nossa responsabilidade é vencer", sublinhou o técnico em conferência de imprensa.


Jesus quer a sua equipa a encarar com desconfiança o adversário: "Temos de ter a humildade de perceber que o P. Ferreira quer pontuar e acredita nisso. O Benfica tem um lema que é não olhar para o nome dos adversários. O facto de termos vindo de uma vitória sobre o Sporting não nos vai provocar excesso de confiança. A Liga portuguesa é muito competitiva e das cinco ou seis mais fortes da Europa".


Questionado sobre um possível mau estado do terreno de jogo, o treinador do Benfica desvalorizou a questão.


"O estado do relvado não nos preocupa. Já jogamos em Penafiel e em Barcelos com lama e chuva e tivemos de nos adaptar. O obstáculo é o nosso adversário, até porque o relvado do P. Ferreira costuma ser dos melhores", concluiu.


O duelo entre P. Ferreira e Benfica está marcado para domingo, às 17 horas.

«No ano passado perdemos um jogo e não fomos campeões»
TREINADOR LEMBRA CAMINHADA DAS ÁGUIAS
Jorge Jesus recordou o percurso do Benfica na época passada para lembrar que os encarnados estiveram muito perto do triunfo no campeonato.


"No ano passado o Benfica fez 56 ou 57 jogos e só perdeu dois em Portugal. Foi um campeonato fácil? Não, tem de ser valorizado. Perdemos um jogo no campeonato e não fomos campeões. Não se pode tirar o mérito à equipa do Benfica", afirmou o treinador em conferência de imprensa.


Sobre esta época, Jesus declarou que "ainda falta muito campeonato" e tudo pode acontecer: "Está tudo em aberto. Os nossos adversários não deixam de ter chances porque no passado o Benfica também teve cinco pontos de atraso e tem agora cinco de avanço. Se pudermos manter a distância, melhor, mas também temos de justificar dentro de campo a qualidade que temos".


Jorge Jesus disse ainda que se o Benfica lidera o campeonato, "é natural que esteja melhor do que os adversários", faltando ainda o último terço do campeonato, onde vão ter lugar "todas as decisões".


Questionado sobre a avaliação ao seu trabalho, o treinador respondeu que vai continuar com as suas ideias.


"Trabalho em função das minhas convicções desde o primeiro dia que aqui cheguei. Quando acontece não estarmos em primeiro a minha forma de pensar e trabalhar não muda. Sei aquilo que estou a fazer", concluiu.

«Prioridade para o campeonato na gestão de jogadores»
TÉCNICO VOLTOU A FALAR DO "GRANDE OBJETIVO" DO CLUBE
Jorge Jesus voltou a dar total prioridade ao campeonato nacional, quando questionado sobre o peso das diversas competições nas condições físicas dos jogadores.


"O grande objetivo de todos os benfiquistas, treinador, presidente e adeptos é o campeonato, mas também queremos ganhar as outras competições, embora seja difícil ganhar quatro provas seja em que país for. Vamos tentar ganhá-las mas não vamos fazer nada para prejudicar a Liga. Se tiver de poupar algum jogador vou dar sempre privilégio ao campeonato", disse o técnico em conferência de imprensa.


Sobre o próximo jogo, Jesus não se mostrou preocupado com a ausência de Enzo Pérez para a deslocação a Paços de Ferreira, agendada para domingo, às 17 horas.


"O Benfica tem tido alguns jogadores como Cardozo, Salvio, Enzo ou Matic considerados nuclares. Mas se eles não jogam, jogam outros. Interessa é o valor da equipa, e esse está presente", esclareceu.


O técnico falou das características de Fejsa e estabeleceu algumas comparações com Matic: "São dois jogadores completamente diferentes. O Matic é muito mais criativo tecnicamente, enquanto o Fejsa tem outras qualidades que o Matic não tinha quando chegou. É natural que o Fejsa possa adquirir muita qualidade em termos ofensivos, porque defensivamente já tem um conhecimento muito bom do que a equipa quer".

«Fejsa pode adquirir mais qualidade em termos ofensivos» 

O treinador do Benfica mostra-se confiante na capacidade de evolução de Ljubomir Fejsa, o sucessor de Nemanja Matic no meio-campo dos encarnados.
«São dois jogadores completamente diferentes. O Matic é um jogador muito mais criativo tecnicamente, mas o Fejsa também tem outras qualidades que o Matic não tinha quando chegou. Por isso, penso que, com algum trabalho, pode adquirir mais qualidade em termos ofensivos, pois em termos defensivos já está com um conhecimento muito bom daquilo que a equipa quer», afirmou Jorge Jesus.

O treinador voltou a elogiar a exibição de Fejsa frente ao Sporting, recusando a ideia de que o jogador possa apenas ser importante em jogos em que os encarnados tenham de tapar mais os caminhos para a sua baliza: «No jogo com o Sporting teve boa nota, mas acho que também pode fazer isso com adversários em que não tenha tanta responsabilidade em defender.»


 «Sei que vou fazer bem a muita gente»
TÉCNICO COMENTA DESFECHO DO "CASO GUIMARÃES" QUE RESULTOU NO PAGAMENTO DE 25 MIL EUROS
Jorge Jesus  comentou, esta sexta-feira, na conferência de imprensa de antevisão do jogo com o P. Ferreira, o desfecho do "caso Guimarães", que resultou no pagamento de 25 mil euros a "duas instituições de solidariedade social" e 500 euros ao agente da PSP.


"Concordei com tudo o que o Ministério Público propôs. Chegámos a um acordo. A partir do momento em que me disseram para contribuir para instituições de solidariedade ainda melhor. Sei que vou fazer bem a muita gente", referiu.


No final do jogo com o V. Guimarães, disputado em 22 de setembro do ano passado, Jorge Jesus intrometeu-se numa ação da polícia que tentava travar adeptos benfiquistas, que invadiram o relvado vimaranense para celebrar a vitória do Benfica, por 1-0. Na sequência destes incidentes, decorre ainda um processo judicial, tendo o técnico sido ouvido na segunda-feira no Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP), em Lisboa, na sequência de uma carta precatória enviada para Lisboa pelo Tribunal de Guimarães, onde o inquérito corre na 2.ª secção do Ministério Público (MP).

Enzo Pérez: «Estamos a conversar sobre a renovação»

Enzo Pérez: «Estamos a conversar sobre a renovação»
ARGENTINO DIZ-SE "MUITO FELIZ" EM PORTUGAL

Enzo Pérez atravessa um bom momento no Benfica. O médio tem contrato com os encarnados até 2016 mas confirmou que já decorrem negociações para ampliar o vínculo.

"Estamos a conversar. Eu e a minha família estamos muito felizes em Portugal", declarou o jogador em entrevista ao argentino "Diario Uno", embora tenho dito que "nada está acertado".

Enzo recordou ainda o lance do golo marcado ao Sporting, na vitória por 2-0 da passada terça-feira: "Foi um erro deles quando saíam com a bola. O Benfica estava a pressionar alto, recuperei a bola, fui para cima do defesa e consegui marcar. Foi um golo muito festejado porque era um dérbi e deu-nos a tranquilidade para continuar a dominar como fizemos em grande parte do jogo"

Questionado sobre a possibilidade de ser chamado à seleção argentina para o Mundial'2014, o jogador mostrou poucas esperanças.

"Já o disse: Sabella tem uma equipa e um grupo definidos, e é muito difícil entrar quando já falta muito pouco para o Mundial", concluiu.

Chama continua acesa na ausência de Enzo

Chama continua acesa na ausência de Enzo

VITÓRIA EM TODOS OS JOGOS QUE O 35 NÃO JOGOU

Enzo Pérez assumiu-se, desde a última época, como uma das principais peças do xadrez montado por Jorge Jesus, e a verdade é que têm sido poucas as vezes em que o argentino não entra nas contas do técnico. Certo é que, em 2013/14, o Benfica não se ressentiu das ausências do médio, que viu a equipa vencer todos os cinco encontros em que não participou. Ou seja está mais que provado que o Benfica tem soluções para dar e vender. Tem excelentes soluções no banco e no jogo e quando falta um existe sempre uma boa solução para entrar sem que a equipa se ressinta disso mesmo e a prova está que mesmo sem Matic e sem Enzo o Benfica lá vai ganhando e está a conseguir já conciliar as boas exebições com as vitórias. Poucos em Portugal podem dizer o mesmo e isso deve-se a uma única pessoa que é Jorge Jesus. JJ consegue que os jogadores do Benfica entrem em jogo sempre com a mesma dinâmica, pois todos sabem o que fazer em campo. Muito se falou na saída de Matic do Benfica e que a equipa se ressentiria com a falta do mesmo mas a verdade é que mesmo sem as pedras basilares que eram Matic e Enzo o Benfica ganha e ganha bem.

Jesus paga à Raríssimas e a associação infantil

Jesus paga à Raríssimas e a associação infantil

O treinador do Benfica, Jorge Jesus, terá de pagar 12.500 euros à Associação Nacional de Doenças Mentais e Raras (Raríssimas) e a mesma quantia à Associação de Apoio à Criança de Guimarães. 

Estas foram as duas instituições de solidariedade social indicadas pelo Ministério Público (MP), na sequência do acordo entre o MP, o juiz de instrução criminal, Jorge Jesus e Luís Vargas, o agente da PSP atingido pelo treinador encarnado após o final da partida em Guimarães. 

Ao que A BOLA apurou, a proposta de acordo - e consequente ausência de julgamento - partiu do Ministério Público, prontamente aceite por Jorge Jesus. O treinador já pedira desculpa e quer esquecer o episódio ocorrido no Estádio D. Afonso Henriques, quando se intrometeu entre uma ação da polícia e alguns adeptos benfiquistas que invadiram o relvado para tentarem ficar com as camisolas dos jogadores. 

O técnico encarnado, de 59 anos, terá de pagar uma multa de 25 mil euros e 500 euros a Luís Vargas. O processo ficou, assim, suspenso e só será arquivado quando o treinador do Benfica liquidar as verbas e se não reincidir num crime da mesma matéria no espaço de oito meses.

Juventus esteve na Luz para ver Oblak

Juventus esteve na Luz para ver Oblak

A Juventus foi um dos clubes representados no derby com o Sporting, terça-feira, no Estádio da Luz, e, segundo apurou o nosso jornal, os emissários do histórico clube italiano tinham uma missão específica: observar Jan Oblak, jovem guarda-redes esloveno de 21 anos que recentemente conquistou a titularidade na baliza encarnada e que começa a ser cada vez mais falado na Europa.

A curiosidade e interesse despertados por Jan Oblak em vários grandes clubes do velho continente não nasceu agora, mas intensificou-se, naturalmente, desde que passou a ser primeira aposta no Benfica, com muitos olheiros atentos à possibilidade de se tratar de mais um talento prematuro em matéria de guarda-redes, à imagem de Thibaut Courtois, David de Gea ou Ter Stegen

A Juventus tem vindo a seguir o esloveno com particular atenção, de tal forma que os representantes da vecchia signora estiveram no Estádio da Luz no domingo e, apesar do adiamento do jogo, voltaram na terça. Jan Oblak acabou por não ter muito trabalho no derby, mas respondeu bem nas poucas vezes em que foi chamado a intervir (nota 6 em A BOLA). Os dirigentes do emblema de Turim, que venceu a Serie A nos últimos dois anos e que lidera atualmente a tabela, pretendem continuar a acompanhar as exibições e a evolução do guarda-redes esloveno do Benfica, e no final da temporada, com base nos relatórios elaborados, vão analisar o dossier


Com Oblak na baliza Jesus fechou baliza e reduziu os remates a metade
SOFREU UM GOLO NOS ÚLTIMOS DEZ JOGOS E ANTES CONSENTIRA 23 EM 21

O Benfica fechou a baliza e reduziu quase a metade os remates consentidos. Logo a seguir à visita ao Olhanense, com 21 jogos disputados, a equipa de Jesus sofrera 23 golos. A partir daí solidificou os processos defensivos, consentindo só um golo nos dez jogos seguintes.

Nem Matic nem Enzo na Liga, 45 jogos depois da estreia da dupla

Nem Matic nem Enzo na Liga, 45 jogos depois da estreia da dupla

Jorge Jesus vai ter de remodelar a zona central em Paços de Ferreira

Com Nemanja Matic no Chelsea e Enzo Pérez castigado, o Benfica vai apresentar-se em Paços de Ferreira com um «núcleo central» completamente diferente daquele que tão bem funcionou em 2012/13 e na primeira metade da temporada em curso. Uma situação nova para Jorge Jesus, no que à Liga diz respeito. No campeonato, a dupla jogou partilhou a zona central pela primeira vez a 23 de setembro de 2012, quando o Benfica empatou a duas bolas em Coimbra.
Desde então o Benfica fez 45 jogos para o campeonato, e nunca o treinador benfiquista esteve privado de ambos os jogadores. Contou sempre com um, pelo menos, na zona central do terreno.
Em 27 destes encontros para o campeonato, Jesus contou mesmo com a dupla. Houve ainda mais sete jogos em que partilharam a titularidade, mas com o argentino na ala. Cinco das quais esta época, por força da lesão grave de Salvio e de alguns problemas físicos de Markovic, a dada altura.
Nos restantes onze desafios, jogou apenas um. Mas pelo menos um, ali ao meio. Em cinco ocasiões foi Matic sem Enzo (duas por opção, com o argentino a sair do banco, ainda na fase inicial da mudança para o centro do terreno). Em seis ocasiões foi o argentino a jogar ao meio sem o sérvio, mas isto já contando com os três últimos jogos, depois do regresso de Matic ao Chelsea. Isto na Liga, reforce-se.

Apenas cinco jogos sem ambos, nas restantes provas
Foi em Coimbra que a dupla se juntou pela primeira vez na Liga, mas a estreia em absoluto foi quatro dias antes, em Glasgow. Ainda que nessa visita ao Celtic, para a Liga dos Campeões, Matic e Enzo tenham contado com Aimar à sua frente. Frente a Académica estiveram sozinhos na zona central, já que Jesus apostou em dois avançados.
Se na Liga o técnico encarnado contou sempre com um dos dois jogadores, nas outras competições houve apenas cinco encontros em que não teve nenhum. Mas apenas duas antes da saída de Matic para Londres: a receção à Académica, na época passada, para a Taça da Liga, e a visita em Cinfães, já na presente temporada, para a Taça de Portugal.
Os restantes três jogos sem Matic ou Enzo são mais recentes, já com o sérvio em Inglaterra, pelo que a única «baixa» real é o argentino: Leixões e Gil Vicente para a Taça da Liga e Penafiel para a Taça de Portugal.

Amorim apontado ao «onze»
Com Enzo castigado, Rúben Amorim perfila-se como principal candidato ao lugar no «onze», ao lado de Fejsa.
Curiosamente, foi uma lesão do médio português, frente ao Paços de Ferreira, que «acelerou» a estreia do sérvio de águia ao peito.

Depois disso estiveram juntos em campo em cinco jogos, mas apenas uma foram ambos titulares: frente ao Leixões, na Taça da Liga.

Elogio ó maióre (Jorge Jesus, claro)

Elogio ó maióre

Jorge Jesus, claro
Jorge Jesus é um treinador pitoresco: fala uma linguagem misteriosa, destrói qualquer idioma que atreva cruzar o caminho dele, é sobranceiro e arrogante. Olha-se ao espelho e vê refletida a imagem de Narciso. Neste nosso mundo que insinua educação e cortesia, não é fácil gostar de um homem assim. Mas eu gosto. Jorge Jesus é no fundo a antítese de Trapattoni. 
O italiano fala quatro línguas, Jesus... bem, Jesus não fala quatro línguas. O italiano foi campeão em quatro países e ganhou todas as competições europeias, Jesus foi campeão uma vez em Portugal, ganhou três Taças da Liga e uma Taça Intertoto. O italiano joga um futebol aborrecido e melancólico, Jesus joga um futebol exuberante e sorridente.
O italiano é enfim todo ponderado, Jesus é todo descontrolado: em vários sentidos.
E é isso que é admirável. Jesus não é prudente, não é sensato e não é razoável. Mas é transparente. Não é politicamente correto por uma razão muito clara: nada nele é político. É tudo sinceridade à flor da pele.
Lembro-me de uma vez falar com Paulo Jorge, o antigo central do Sp. Braga, que me dizia que no contacto pessoal Jorge Jesus não é propriamente a pessoa mais sensível do mundo, mas tinha uma grande vantagem: defende um tipo de futebol que agrada aos jogadores e que por isso os motiva naturalmente. 
No fundo ele sabe motivar os atletas sem fazer a mínima ideia de como é que os motiva. Sabe dar-lhes conforto e fascínio enquanto grita e gesticula junto à linha. Sabe enfim, como um dia disse Jorge Valdano, que nenhuma equipa diverte o público se os próprios jogadores não sentirem que estão a divertir-se.
Somou, e continua somar, vitórias com equipas potentes que lhe caíram nas mãos, o que nem sempre é fácil. Valorizou jogadores, valorizou a equipa, valorizou a marca. Conseguiu pequenos milagres como a transformação de Enzo Perez ou de Coentrão.
Comete vários erros, é verdade que sim, porque é um homem com defeitos. Como todos os homens. Mas é verdade também que com Jesus o Benfica mantém um trajetória que lhe permite sonhar com títulos. O que antes dele não era habitual. E esse é o ponto.
O futebol mudou muito nos últimos vinte anos. Os jogadores, e também os treinadores, são os novos heróis do mundo contemporâneo. São pessoas submetidas a um pressão tão brutal quanto absurda. Sobretudo num clube como o Benfica: uma casa que vive em hipertensão. Em permanentes viagens entre a euforia e a depressão.
Basta pensar, por exemplo, que nenhum treinador foi consensual nos últimos vinte anos, nem nenhum treinador conseguiu resultados verdadeiramente gratificantes.
Jesus conseguiu pelo menos manter a equipa sempre próxima de títulos. Às vezes ganha-os, às vezes perde-os. Sobretudo trouxe algum equilíbrio a um Benfica que habita em cima de placas tectónicas: sempre demasiado instável.
Suponho que um dia o futuro lhe fará justiça. Se tiver humor, num texto com erros ortográficos.

A noite em que Möller-Nielsen ficou às portas do Benfica

A noite em que Möller-Nielsen ficou às portas do Benfica

Ex-selecionador dinamarquês falece nesta quinta-feira

Sempre discreto, mesmo quando estava no auge da carreira, Richard Möller-Nielsen - quemorreu nesta quinta-feira, aos 76 anos - vai ficar nos livros como o homem que surgiu no local certo, à hora certa, para conduzir a seleção dinamarquesa a uma das epopeias mais surpreendentes da história do futebol internacional, no Euro-92.
Mas foi, também, o homem que, por muito pouco, ficou à porta de entrar na história do Benfica, num dos períodos mais agitados da vida do clube encarnado. Essa foi a terceira vez que o seu percurso se cruzou com o futebol português. E, tal como nas duas anteriores, Möller-Nielsen não saiu a ganhar.

Homem certo no local certo
Sobre o seu percurso como jogador e técnico, já se escreveu aqui. Resta dizer que mesmo a sua nomeação para o cargo de selecionador, sucedendo ao histórico Sepp Piontek, criador da «Danish Dynamite» dos anos 80, resultou de um conjunto de circunstâncias felizes: antigo adjunto de Piontek, Möller-Nielsen chegou ao cargo em 1990, como solução de recurso, depois de falhada a contratação do alemão Horst Wohlers.
Nos dois anos que se seguiram, o selecionador entrou em conflito com alguns dos melhores jogadores da equipa, entre eles os irmãos Laudrup, Brian e Michael. E a Dinamarca, que acabou atrás da Jugoslávia no grupo de qualificação, teria ficado à porta do Euro-92 se a guerra nos Balcãs não tivesse eclodido pouco antes da competição. Com a Jugoslávia banida, a UEFA solucionou o problema, repescando os dinamarqueses – que, ao contrário do que diz a lenda, não estavam de férias na praia, mas já de sobreaviso face aos desenvolvimentos políticos.
Sem Michael, o mais velho e mais famoso dos Laudrup que, influenciado pelas ideias de Johann Cruijff, considerava Möller-Nielsen um técnico demasiado defensivo, a seleção da Dinamarca assentou as suas virtudes num guarda-redes excecional – Peter Schmeichel – e nos dribles sinuosos do Laudrup mais novo, Brian, para conquistar a coroa suprema, superando as favoritas Holanda e Alemanha. Numa competição de nível mediano, o espírito solidário e a ausência de vedetas acabou por funcionar a favor da equipa. E nem mesmo os adeptos mais entusiastas atribuíram a Möller-Nielsen mais do que o papel de líder discreto, com ideias arrumadas e sem sombra de génio ou mania das grandezas.
Poucos se lembram disso, mas o primeiro encontro da Dinamarca campeã da Europa com o futebol português resultou no único troféu sénior de seleções conquistado por Portugal. A seleção dinamarquesa tinha acabado de vencer a Argentina, na decisão da Taça das Confederações, mesmo sem as suas principais estrelas, (os Laudrup, e Peter Schmeichel, então o melhor guarda-redes da Europa). Mas no Canadá, um golo de Paulo Alves, a passe de Pedro Barbosa, permitiu a Portugal vencer a Dinamarca na final do troféu Skydome, disputado num estádio fechado e com relva artificial.
O reencontro com Portugal deu-se um ano mais tarde, no arranque da fase de grupos do Euro-96. A seleção portuguesa, ausente de fases finais há dez anos, tinha pela frente o campeão em título, com Laudrups, Schmeichel e companhia. E o empate (1-1) com golos de Brian Laudrup e Sá Pinto, acabou por ter sabor a vitória: nessa tarde, em Sheffield, Portugal foi claramente melhor que o campeão.

Sem capacidade para repetir o milagre de quatro anos antes, Möller-Nielsen e a Dinamarca ficaram pelo caminho na fase de grupos, atrás de Portugal e da Croácia. Chegava ao fim a sua passagem pelo cargo, e também o período dourado do futebol dinamarquês. Exilado na Finlândia, onde treinou a seleção entre 1996 e 1999, Möller-Nielsen não voltou ao futebol de alto nível. Mas esteve perto, muito perto, em outubro de 1997, no seu terceiro contacto com o futebol português.

Trunfo eleitoral
Após a saída de Manuel Damásio, a presidência do Benfica estava vaga. Havia três concorrentes: Vale e Azevedo, Abílio Rodrigues e Luís Tadeu. O primeiro, derrotado por Damásio na eleição anterior, já conquistara notoriedade junto dos adeptos e apostava forte num nome bem conhecido para treinador: o escocês Graeme Souness, ainda a viver dos créditos de grande jogador no fantástico Liverpool. Abílio Rodrigues, o candidato com menos visibilidade, também tinha um trunfo eleitoral forte, na figura de Bobby Robson, que tinha deixado excelente imagem no Sporting, FC Porto e no Barcelona.

Faltava a escolha de Tadeu, que nessa altura repartia o favoritismo nas sondagens com Vale. A escolha recaiu em Möller-Nielsen que discreto, como sempre, desembarcou em Lisboa, numa manhã de outubro, para confirmar, numa conferência de imprensa relâmpago, que sim senhor, tinha acordo fechado com o candidato.

A 31 de outubro de 1997, numa das eleições mais concorridas da história do Benfica, 19.824 votantes participaram numa escolha equilibrada até ao fim. Nunca se saberá até que ponto um boato, posto a correr por fontes da candidatura de Vale e Azevedo, no pico da afluência, ao final da tarde, contribuiu para fazer inclinar a balança: Rui Costa, então na Fiorentina, teria acabado de desembarcar em Lisboa e estaria no escritório de Vale, pronto a assinar em caso de vitória. 

Falso, como se percebeu depois: Vale ganhou mesmo as eleições, com 51,5 por cento dos votos, contra 46,9 da lista de Luís Tadeu, apoiada por Eusébio. Tadeu e Möller-Nielsen ficaram fora dos destinos encarnados, entraram Vale e Souness para os seus lugares. O Benfica acentuou aí uma espiral de autodestruição que, entre outras coisas, levou o técnico escocês a deixar o clube, ano e meio depois, com um lamento e um aviso: «Vale e Azevedo mente quando olha nos olhos. Tenham cuidado, este homem é perigoso». Os factos posteriores viriam a dar-lhe razão. Ninguém sabe como teria sido com Möller-Nielsen no seu lugar, mas dificilmente teria sido pior.