Miguel Rosa: a polémica já vai além dos
empréstimos
Médio ofensivo não defrontou o clube que
o vendeu ao Belenenses
A surpreendente
ausência de Miguel Rosa do Belenenses-Benfica abriu uma nova frente de polémica
relativamente às transferências nacionais. Se até aqui as situações
controversas estavam associadas a acordos de empréstimo, agora estão em causa
também situações em que houve venda do passe, seja parcial ou totalmente.
As interrogações
em torno da ausência de Miguel Rosa alimentam-se, de resto, nas palavras de
Marco Paulo no final do jogo de domingo. O treinador do Belenenses garantiu que
a razão não era técnica, e como tal devia ser remetida para a SAD. O
Maisfutebol fez várias tentativas para obter esse esclarecimento, desde
segunda-feira, mas sem sucesso.
Recorde-se que
Miguel Rosa foi transferido do Benfica para o Belenenses, no início da época.
Contactada pelo nosso jornal, fonte encarnada garantiu não ter qualquer
influência no caso.
Certo é que a
polémica está mais abrangente, vai além dos empréstimos. Até aqui era nesse
contexto que surgiam as situações mais controversas, nomeadamente com os
«grandes».
O Regulamento de
Competições define, em situações de cedência temporária, que «são nulas e de
nenhum efeito quaisquer cláusulas, ainda que estabelecidas ou acordadas entre
as partes intervenientes, e nomeadamente entre o clube cedente e o clube
cessionário, que, por qualquer forma, visem limitar, condicionar ou onorar a
livre utilização do jogador em causa».
A realidade não
é, porém, bem assim. Como assume, de resto, o presidente do Gil Vicente.
«Quando é o Gil a pagar a totalidade dos salários, os jogadores emprestados
jogam sem problema nenhum. Quando o clube que empresta assume parte do salário,
falamos e chegamos a um acordo. Por vezes o acordo passa por não jogar contra
esse clube», reconhece António Fiúza, contactado pelo Maisfutebol.
Com Miguel Rosa
estamos perante um cenário novo, uma vez que o médio ofensivo já não pertence
aos quadros do Benfica, embora o emblema da Luz tenha acautelado alguns direitos
em caso de transação futura.
O mesmo se
aplica a Luís Martins (Gil Vicente) e David Simão (Arouca), embora estas
cláusulas não estejam apresentadas nos últimos relatórios enviados à CMVM. Em
relação a David Simão, por exemplo, o Benfica tem direito de preferência, o que
quer dizer que terá de ser contactado caso surja uma proposta, para ter a
possibilidade de igualar a mesma e assim reaver o jogador.
Refira-se, no
entanto, que Luís Martins e David Simão já defrontaram o Benfica esta época. O
médio marcou, de resto, um golo no empate do Arouca no Luz. Já Miguel Rosa, no
Belenenses, não defrontou o clube em que foi formado.