Jorge Jesus procura minorar historial com o FC Porto para voltar ao Jamor
Treinador do Benfica vai superar Sven-Goran Eriksson no número de duelos travados com o rival. "Dragões" atacam a Taça de Portugal para amenizar uma temporada negativa.
O 35.º jogo entre Benfica e FC Porto para a Taça de Portugal
vai decidir qual das equipas se apura para a final da prova e se o
braço-de-ferro entre os dois “grandes” desde que Jorge Jesus chegou à Luz se
acentua a favor dos “dragões” ou se é amenizado. Seja qual for o desfecho, é
altamente provável que haja golos nesta segunda mão das meias-finais, até
porque nunca se registou um nulo nas 34 ocasiões anteriores.
O FC Porto vai entrar no relvado do Estádio da Luz com um
golo de vantagem e com uma equipa mais resguardada pelas poupanças realizadas
por Luís Castro na 27.ª jornada do campeonato. Pedras-chave como Danilo,
Mangala, Alex Sandro e Quaresma repousaram para atacarem em força um troféu que
poderá funcionar como ponto de honra numa temporada pouco positiva para os
“azuis e brancos”.
Os “dragões” partem, de resto, para este encontro bem mais
confortáveis do que na última vez que jogaram a segunda mão das meias-finais da
competição com o Benfica, em 2010-11. Nessa época, os “encarnados” venceram no
Dragão na primeira mão (2-0), mas seria o FC Porto a chegar à final, depois de
ter virado a eliminatória em Lisboa (3-1), a 20 de Abril.
Essa foi uma das oito derrotas sofridas pelos “encarnados”
às mãos do rival na era Jorge Jesus. Desde que o técnico chegou ao Benfica,
defrontou o FC Porto por 15 vezes e somou ainda cinco triunfos (dois no
campeonato, dois na Taça da Liga e um na Taça de Portugal) e dois empates (2-2, em ambos os casos). Amanhã,
quando pisar a área técnica do banco das “águias”, Jesus vai ultrapassar Sven-Goran
Eriksson em número de duelos com os “dragões” (o sueco registou cinco vitórias,
cinco empates e outras tantas derrotas).
Os recordistas de clássicos com o FC Porto no banco do
Benfica são Janos Biri (de 1939-40 a 1946-47) e Otto Glória (1954-55 a 1958-59
e 1967-68 a 1969-70), ambos com 18 encontros. A diferença é que o húngaro
fechou as contas com um saldo bem mais favorável: 10 vitórias, um empate e sete
derrotas contra quatro vitórias, seis empates e oito derrotas do brasileiro.
Amanhã, porém, abre-se um novo capítulo do frente-a-frente
entre os dois rivais. Do lado dos “encarnados”, o objectivo é regressar ao
Estádio do Jamor, onde já marcaram presença em 33 ocasiões, a última das quais
na época passada, quando perderam o troféu para o V. Guimarães (2-1). Jorge
Jesus, de resto, depois de duas presenças na final (a primeira aconteceu ao
serviço do Belenenses, em 2006-07), nunca conquistou uma competição pela qual
já admitiu ter um sentimento especial.
Para tentar chegar ao palco da final, o técnico do Benfica
deverá escolher um “onze” bem mais próximo daquele que tem utilizado na Liga do
que tem feito até agora. Se, no encontro da primeira mão, deixou de fora cinco
habituais titulares (Oblak, Siqueira, Enzo Pérez, Markovic, Gaitán e Lima),
desta vez é pouco provável que faça uma gestão tão ampla, até porque está
obrigado a inverter o resultado.
Em dúvida para o encontro estão Jan Oblak (que foi vítima de
um traumatismo craniano no jogo com o Arouca), Luisão, Fejsa e Ruben Amorim,
todos por lesão. Isto para além de Sílvio, que vai falhar o resto da temporada
na sequência da fractura que sofreu na tíbia durante o encontro frente ao AZ,
para a Liga Europa.