Ramires: «Onde quer que vá recebo carinho
dos benfiquistas»
Exclusivo Maisfutebol: médio do Chelsea
elogia escola de treinadores em Portugal e lamenta pobre desempenho no Mundial
2014
Foi apenas uma
temporada, mas foi marcante. Da mesma forma que o Benfica ainda hoje recorda
Ramires, o brasileiro também não esquece o clube da Luz. Numa altura em que se
comenta muita a ténue ligação dos jogadores aos clubes que representam, o
Maisfutebol questionou Ramires, agora no Chelsea, sobre a forma como vive,
atualmente, o Benfica.
«Continuo a
torcer sempre pelo Benfica. Acompanho sempre», começou por dizer.
Depois,
alongou-se um pouco mais e explicou os motivos desta ligação: «É difícil
desvincular-me do Benfica. Deu-me uma oportunidade enorme de jogar na Europa.
Fui muito bem recebido. Vá onde vá, encontro benfiquistas e ainda sou muito
acarinhado. Tenho um carinho muito especial pelo Benfica.»
Já lá vão quatro
anos desde a saída de Ramires da Luz, rumo ao Chelsea. A verdade é que apesar
de estar longe de Portugal, manteve-se sempre em contacto com o país até no seu
clube.
Agora treinado
por José Mourinho, o brasileiro também estava na equipa de André Villas-Boas,
aquando da passagem do atual técnico do Zenit por Stamford Bridge. Se somarmos
Jorge Jesus, já são três treinadores portugueses em cinco anos na Europa.
Ramires acha que
só tem a ganhar. «Tenho aprendido muito. É uma escola muito boa. São grandes
treinadores, grandes pessoas e fico sempre muito feliz com a oportunidade de
trabalhar com eles», garante.
Pedimos uma
comparação, mas Ramires mostrou-se incapaz: «São diferentes. Nenhum treinador é
parecido. São muitas coisas diferentes. Fico feliz de ter trabalhado com eles.
Dou-me muito bem com eles, todos.»
«Comentei que o
clima poderia prejudicar os Europeus»
Espanha e
Inglaterra já estão fora. Portugal está quase. Itália e Alemanha precisam
vencer na última ronda para se apurarem. E já nem vamos ao ponto de abordar
Croácia ou Bósnia. A verdade é que o Mundial do Brasil está a ser duro para as
seleções europeias. Ou, pelo menos, para a maioria.
Questionámos
Ramires sobre se encontra uma explicação para este dado curioso. O médio
brasileiro garante que não fica surpreendido.
«Antes de
começar, comentei que o clima poderia dificultar um pouco para as seleções
europeias. O clima aqui é muito diferente. Para quem joga em Manaus ou
Fortaleza é muito quente. Jogo em Inglaterra, joguei em Portugal e lá nunca
jogámos numa temperatura como estas que apanhámos aqui. Isso pode ter dificultado
um pouco», explica.
Sobre o caso
específico da seleção portuguesa, Ramires lamenta o desfecho anunciado. «É uma
grande equipa e esperava que Portugal passasse a primeira fase. Torci para
Portugal, até, porque tenho lá amigos com quem joguei, mas é difícil», diz.
Depois, deixa um
aviso para memória futura: «Um Mundial é muito difícil. Às vezes um adversário
que pensamos que vai ser fraco acaba por não ser. Há exemplos já nesta Copa. É
importante estar sempre concentrado em relação aos adversários.»
«Chile? Não
escolhemos adversários»
Ramires foi
suplente utilizado na goleada do Brasil aos Camarões, por 4-1, depois de ter
sido titular frente ao México, na ausência de Hulk, lesionado. Segue-se o Chile
e o médio do Chelsea projeta «mais um jogo difícil».
«O Chile é uma
excelente equipa que está a fazer um bom Mundial. Agora no mata-mata não pode
haver vacilos. Temos de nos concentrar e preparar bem para o Chile», anteviu.
Questionado se
foi uma surpresa ter de enfrentar o Chile e não Espanha ou Holanda, Ramires
garantiu que não. E deixou um sublinhado: «Nós não escolhemos adversários.
Queríamos era a qualificação, independentemente de quem fosse o rival.»
Por fim: o
Brasil é favorito? «Todos os adversários querem ganhar ao Brasil. Claro que, a
jogar em casa, o favoritismo será sempre do Brasil, contra qualquer adversário.
Estamos tranquilos quanto a isso», concluiu.