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Ligados à corrente elétrica!
O Estádio da Luz até pode ser o maior palco futebolístico
nacional, mas promete ser pequeno para a dimensão das emoções que serão vividas
este domingo, a partir das 19 horas, quando Pedro Proença apitar para o 302º
dérbi oficial da história.
Histórias não faltam. Goleadas, humilhações, polémicas e
golos que valeram títulos. Há de tudo um pouco naquela que é a maior rivalidade
histórica em Portugal, mas mais páginas estão em brancas e prontinhas a serem
escritas.
A caneta terá, neste caso, o formato de uma bola. Assumindo
o papel principal junto de 22 jogadores, dois treinadores e 60 mil na bancada,
é para ela, mais que tudo, que os olhos do país estarão a olhar durante 90
minutos que se prevêm intensos e imprevisíveis.Não decidirá nenhum título nem nenhuma
vantagem definitiva, mas num dérbi não se pensa a longo prazo. A cabeça está no
momento seguinte, no dia posterior, em que se chega à escola desejoso (ou
receoso) de ver aquele colega do clube rival, ou em que se vai ao café no final
do almoço à procura do amigo irritante que passou a semana a provocar. Ou
mesmo, fruto dos tempos mais recentes, na publicação preparadíssima para
publicar numa rede social e esperar que a discussão comece.
Dérbi faz a paixão do povo erguer-se no seu expoente máximo.
Exageros, reclamações e posteriores desculpas, tudo mexe com o estado de
espírito do adepto que sente o seu clube. É por isso que, num dérbi, nada do
que foi feito até ao momento interessa. Aqueles 90 minutos são reservados para
uma história à parte, para um capítulo isolado, que tem princípio, meio e fim.
Uma curta-metragem, nessa longa-metragem sem fim que é o futebol.
Enzo e Slimani, os desejados
Jorge Jesus e Marco Silva não têm tido as equipas na máxima
força neste arranque de época, mas um novo passo parece ser dado nesta jornada,
para um jogo que ninguém quer perder.
Os jogadores, representantes dos adeptos e de todos os
sentimentos que estes acarretam, têm um papel fulcral e a eles é pedido um
esforço adicional para que as cores sejam defendidas pelos melhores. E é assim
que se quer um dérbi, com os melhores em campo.
Do lado do Benfica, já se sabe que Fejsa e Rúben Amorim não
vão poder ir a jogo, pois o seu regresso acontecerá apenas em 2015. Face a
essas ausências, Jorge Jesus terá que optar por outras peças para o meio-campo.
Enzo Pérez, tal como o técnico disse na antevisão, está
totalmente recuperado e vai a jogo (será o seu último?). O argentino até podia
ser acompanhado pelo reforço Samaris, mas a escolha de Jorge Jesus para um jogo
de exigência máxima deverá ser André Almeida, mais familiarizado com o que o treinador
idealiza para a posição 6 - que o próprio considera ser a posição 4.
Maior dilema acontecerá na baliza. Júlio César chegou para
ser titular, mas a verdade é que, ao fim de três jogos oficiais, Artur Moraes
ainda não sofreu qualquer golo e uma saída do onze neste momento, além de
arriscada, pode significar o arrasar psicológico do guardião.
Do lado sportinguista, o grande atrativo é mesmo a frente de
ataque. É certo que Slimani não teve conduta correta e que esteve afastado da
equipa durante um período considerável de tempo, mas, a avaliar pelo que se viu
em Coimbra e em Alvalade diante do Arouca, o argelino não é preciso apenas no
banco de suplentes.
Marco Silva não escondeu a importância que o número 9 tem na
equipa e elogiou a sua conduta durante a semana, o que deverá resultar na sua
entrada direta para o onze, até porque Fredy Montero continua ausente daquilo
que se lhe pede.
O técnico só não poderá dizer que estará na máxima força,
porque Cédric Soares continua lesionado desde Coimbra. Em todo o caso, a
confiança em Ricardo Esgaio é total, naquela que parece ser a mais recente
aposta vinda da Academia.
Dúvida ainda existirá no meio-campo. William Carvalho e
Adrien Silva são intocáveis, mas André Martins não tem vaga garantida, até
porque esteve apagado contra o Arouca. João Mário e o próprio Carlos Mané
espreitam a vaga, se bem que o mais certo é mesmo o número 8 ser a opção inicial,
por estar mais rotinado.
Números para apimentar
Ao longo da última semana, o zerozero.pt, alicerçado pela
sua extensa base de dados, foi informando os seus leitores com números
pertinentes e que prometem contar para águias e leões, nem que apenas figure no
subconsciente, manifestando-se quando as estatísticas forem quebradas ou
ampliadas.
Começando pelo confronto direto, é interessante perceber que
o Sporting já não marca no Estádio da Luz, em jogos para o campeonato, há sete
anos, tendo Liedson sido o último a alcançar tal feito.
Por seu turno, o Benfica tem conseguido um registo notável
nos jogos dentro de portas. No Estádio da Luz, o Barcelona foi a última equipa
a conseguir ganhar, já lá vão quase dois anos e, precisamente, 50 jogos.
Ainda sobre este desafio, foram também analisados os
números dos avançados das duas equipas até ao momento, isto tendo em conta que
foi Montero a alinhar de início pelos leões nas duas primeiras jornadas. Lima e
Montero atravessam secas de golos consideráveis e este será o jogo ideal para
quebrar com tais malapatas
Equipa provável do Sporting
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