quarta-feira, 13 de novembro de 2013

Bagão Félix: 8 notas sobre o derby

Bagão Félix: 8 notas sobre o derby

1. Diga-se o que se disser, os jogos entre o Benfica e o Sporting continuam a ser o mais genuíno dérbi/clássico nacional. Com a radical rivalidade de quem quer vencer saborosamente o opositor (no campo), com o eterno fascínio da imprevisibilidade do desfecho, independentemente de quem está melhor ou pior, mas sem a obsessão doentia e a guerrilha figadal (fora do campo e às vezes dentro dele) de outros clássicos.

2. O jogo foi um hino à emoção imanente ao futebol. Esplendoroso e empolgante. Como, aliás, nos anteriores confrontos para a Taça. Agora 4-3, antes 5-3 e 3-3. Ao todo 21 golos, uma média de 7 por jogo! À inglesa.

3. No sábado, outra boa notícia: dos 28 jogadores, 11 eram portugueses. No Benfica, cinco (hélas, há quanto tempo!) e no Sporting, seis.

4. Escrevi aqui em Setembro de 2010: Cardozo, além de Óscar, é alcunhado de Tacuara. Por isso, os benfiquistas lhe exigem que seja como o que esta palavra significa em tupi-guarani: cana de bambu que chega a doze metros e é usada para fazer eixos de lança. Como os que, sob a forma de golo, marcou ao Sporting!

5. Em Atenas 7 oportunidades e 0 golos para o SLB, com Roberto a brilhar. Na Luz 7 oportunidades, 4 golos e duas bolas nos ferros, com o excelente Rui Patrício a falhar. Da ineficácia para a eficácia (ou vice-versa) em alguns dias.

6. Voltou o fantasma do minuto 92. Não haverá relógios que passem directamente do minuto 91 para o 93?...

7. E o espectro dos cantos e livres defendidos à zona. Este ano já vão 6, sem esquecer Chelsea e Estoril no terrível fim de época. O vírus da zona?

8. Que regresse depressa Ruben Amorim. 

- Bagão Félix, jornal A Bola, 13 de Novembro de 2013

Carlos Daniel: Subida de rendimento da equipa deve-se ao novo sistema de 3 médios

Carlos Daniel: Subida de rendimento da equipa deve-se ao novo sistema de 3 médios

Que me desculpem aqueles que não querem ver que houve jogo além dos erros do árbitro ou do frango de Rui Patrício. É que houve mesmo, e deixou que contar:

1. O Benfica joga muito melhor no sistema de três médios pelo qual Jesus optou nas duas últimas partidas, ainda que negue a si próprio ter-se rendido ao 4x3x3, que considerou um dia como o "sistema mais fácil de anular";

2. Foi com a inclusão do terceiro médio que se libertaram (de algumas tarefas defensivas) os dois jogadores mais determinantes do processo de criação encarnado - Enzo e Gaitán. À subida de rendimento de ambos, muito mais que à eficácia de Cardozo, se deve a subida de rendimento da equipa;

3. O grande teste vem a seguir, a propósito da lesão de Ruben Amorim. Vai Jesus manter-se no rumo que valeu subida de rendimento imediata (promovendo André Gomes ou deslocando Gaitán para zona central) ou não resiste à enésima tentativa de provar que é possível ganhar com o sistema de quatro avançados?

4. A opção errada por Ivan Cavaleiro durante o jogo da Taça indicia que o técnico encarnado pode seguir a segunda via, que é a errada. No sábado, foi nessa substituição que entregou o domínio ao Sporting e quase perdeu uma eliminatória que estava ganha. Já Lima entrou tarde mas bem;

5. O Sporting não tem qualidade individual para competir com os grandes rivais, e essa discrepância de talento faz muita diferença em jogos como o de sábado. Comparar qualquer dos setores (defesa, meio campo, ataque) das duas equipas prova-o à exaustão, mais ainda quando o próprio Rui Patrício falha (que teoricamente o Sporting só leva vantagem no guarda-redes);

6. Há por isso grande mérito de Leonardo Jardim na forma como tem feito crescer o misto de jovens e estrangeiros (mais ou menos) desconhecidos com que criou o novo Sporting. Pelo coletivo bem trabalhado disfarça as limitações de orçamento;

7. Também nas substituições Leonardo Jardim esteve bem, sobretudo quando lançou Slimani para criar novos problemas à defesa do Benfica. E o argelino podia ter feito um hat-trick;

8. O futuro do Sporting depende da serenidade de um grupo de trabalho que deve - e merece - cumprir tranquilamente o seu processo de crescimento. As declarações desbragadas do presidente Bruno de Carvalho arrastam os adeptos para a ideia de que o Sporting só não ganha já a tua a gente porque forças ocultas o impedem. Além de fazer mal à equipa, não é verdade.

-Carlos Daniel, Diário de Noticias

José António Saraiva: Sporting deixou de ser grande ou Leonardo Jardim decidiu ser hipócrita?

José António Saraiva: Sporting deixou de ser grande ou Leonardo Jardim decidiu ser hipócrita?

Há meia dúzia de semanas, Leonardo Jardim considerava uma hipocrisia um dos três grandes queixar-se das arbitragens. No sábado passado, porém, lá apareceu a justificar a derrota com "dois erros do árbitro". Será o Sporting que deixou de ser grande ou Jardim que decidiu ser hipócrita?

Devo dizer que sempre me indignaram mais os penáltis mal assinalados do que aqueles que o árbitro não marca, sobretudo quando as jogadas não têm perigo nenhum.

Mas, com erros ou não, o dérbi lisboeta foi um importante jogo de futebol, sobretudo por duas razões:

1 - Confirmou a ressurreição do Sporting, depois do coma da época passada. É hoje uma equipa alegre, intensa, objetiva, rapidíssima, funcionando sempre em coletivo, capaz de trocar a bola em pequenos espaços, onde cada jogador está a superar-se. Leonardo Jardim, com o apoio do presidente, tem feito um trabalho tremendo;

2 - Confirmou o crescendo do Benfica, depois de um desgraçado início de época. A equipa apática de há semanas parece transfigurada: corre, luta, voltou a produzir um futebol vistoso e espetacular, com todos os jogadores a subirem de produção.

Sendo um jogo com grandes jogadas e grandes golos, o dérbi acabou por ser decidido por um lance cómico, que no entanto pôs justiça no resultado, considerando que:

A - Numa altura crucial do jogo, o Benfica perdeu uma pedra que estava a ser preciosa (Ruben Amorim), caindo a pique e permitindo a reação do Sporting;

B - O Benfica voltou a sofrer um golo depois do minuto 90, o que é sempre traumatizante, mas foi cruel depois do esforço enorme de Atenas e quando os jogadores já julgavam a eliminatória resolvida;

C - Mesmo assim, a equipa cerrou os dentes, fez das tripas coração, encostou o Sporting às cordas e teve ânimo para chegar à vitória.

Portanto: parabéns ao Benfica, parabéns ao Sporting e uma recomendação a Jardim: nunca volte a dizer "desta água não beberei". Nenhum latino (mesmo ilhéu) pode afirmar que nunca se queixará do árbitro. 
Não temos a fleuma britânica, temos o sangue quente - e sobretudo, como aceitamos com dificuldade as derrotas, somos sempre tentados a justificá-las com erros alheios. 

- José António Saraiva, jornal Record, 13 de Novembro de 2013

Ajax pensa em Ola John para janeiro


Ajax pensa em Ola John para janeiro

Ola John, de 21 anos, voltou a ser notícia na Holanda face ao renovado interesse do Ajax em contratá-lo na reabertura do mercado em janeiro.

O campeão holandês esteve perto de conseguir o empréstimo do extremo no verão, mas as lesões de Salvio e Nico Gaitán fizeram com que Jorge Jesus e a SAD recuassem nas negociações.

Ainda assim, Ola John continua com espaço bastante reduzido na equipa encarnada e a hipótese de rumar à Holanda, possivelmente por empréstimo, volta a estar em cima da mesa, segundo garantiu o jornal De Telegraaf, sublinhando que o Ajax não desistiu do extremo.

Ola John, que ontem foi também tema de conversa nos sub-21 da Holanda, com o selecionador, Albert Stuivenberg, a justificar porque voltou a não o convocar, desta vez para o jogo com a Eslováquia, a contar para a fase de apuramento para o Europeu sub-21.

«Estou sempre em contacto com a direção técnica do Benfica. O Ola não está a jogar lá, por isso está sem ritmo. Naturalmente, se estivesse a jogar seria opção para nós... assim tenho pena mas não há hipótese de o chamar», disse

É o pior treinador da história do Benfica!

Fernando Guerra dizima Jorge Jesus: É o pior treinador da história do Benfica!


Toda a gente sabe que a coerência é um dos traços que mais vincadamente caracterizam a personalidade de Jorge Jesus. Palavra dita é amadurecida e opinião expendida é fruto de prévia e profunda reflexão. Outra situação, diametralmente oposta, é o que não diz e as pessoas teimam em garantir que disse ou pensou, não devendo faltar muito por isso, para, em reposição da verdade, vir a terreiro desancar quem ousou insinuar que ele sugeriu a dispensa de Cardozo ou admitiu haver falta de espaço para os dois coabitarem na estrutura do futebol profissional. 

A pré-temporada foi enriquecida pelo folhetim e não consta que, até determinada altura, coincidente com a realização do primeiro derby da época, na 3.ª jornada da Liga, em Alvalade, até esse dia, repete-se, não consta que alguma vez Jesus tivesse rejeitado o que fora noticiado sobre o assunto.

Pode concluir-se hoje, com as devidas reservas, que o empurrão em pleno relvado no Jamor, na derrota da final da Taça de Portugal diante do Vitória de Guimarães, não terá ultrapassado em gravidade as reaçôes a quente que serão normais entre atores do futebol. 

Tanto assim que, após o palpitante derby, Jesus entendeu esclarecer o País que Cardozo é «um finalizador, um goleador!». Deve reconhecer-se que é mesmo o máximo como treinador, pois teve feeling e, levado pela sua inatingível perspicácia, tomou a decisão «em boa hora»: a de utilizar o avançado paraguaio, o qual, pormenor que Jesus parecia ignorar quando definiu a equipa, representa 37,5 por cento do total de golos apontados pelo Benfica em 2013/14 e assinou 169 desde que foi contratado em 2007, dos quais doze (!) ao Sporting.

Pelos vistos, Jesus só descobriu isso no sábado passado... em que me parece ter atrapalhado de mais e orientado de menos. Com a qualidade do plantel que o presidente colocou à sua disposição, com Óscar, como lhe chama, em noite inspirada, três golos até ao intervalo, e com confortável vantagem no recomeço, deixar-se levar para prolongamento e precisar da cumplicidade de Rui Patrício para escapar ao sortilégio das grandes penalidades julgo ser mais de atrapalhador do que de treinador. 

É essa a sensação com que fiquei do jogo de Atenas, com o Olympiakos, e do da Luz, com o Sporting: os jogadores sabem fazer bem e sentem que podem chegar longe, mas há um pequeno problema chamado Jesus, o qual continua a valorizar a primeira pessoa do singular e a menosprezar o desempenho dos seus profissionais.

Objectivamente, feeling teve-o Luís Filipe Vieira ao arrastar a polémica de verão. Este plantel governava-se sem Jesus mas perdia-se sem Cardozo, o que conduz a uma evidência: se Jesus quisesse sair seria um respirar de alívio; se Cardozo mudasse de emblema seria uma enorme preocupação.

Regressemos, porém, à inabalável coerência de Jesus. Em meados de outubro, considerou prioritários o campeonato e a Taça de Portugal. Quinze dias depois, em Coimbra, em nova demonstração de estruturada linha de pensamento, não só proclamou justificadas pretensões na Champions, como, qual milagre, reivindicou a legitimidade de sonhar com a presença na final, em maio de 2014, marcada para o Estádio da Luz.

Mais fantástico ainda, como o trapezista no circo, em que a cada exercício se propõe arriscar a vida para fixar o interesse do público, o mesmo treinador que abominava o 4x3x3, vendo nele o sistema mais fácil de desmontar, apesar de André Villas Boas e mais tarde Vítor Pereira lhe terem provado o contrário, mudou de ideias, sabe-se lá por que circunstâncias, e, de repente, o modelo no qual não se cansou de bater é promovido a primeira escolha. Nenhum drama na mudança, refira-se. 

Grave, sim, é o Benfica ter tolerado a teimosia num conceito sem jeito. Por isso, na relação tempo/títulos, Jesus é o pior da história do Benfica. 

Por isso, quando se lhe exigia que somasse seis pontos nos confrontos com o Olympiakos, através de duas vitórias, averbou um e abriu a porta da Liga Europa, como lhe é habitual. Por isso, depois de se apanhar com a situação controlada com o Sporting, entrou em regime de contenção, permitiu a recuperação leonina e acabou imensamente agradecido ao seu anjo da guarda... 

Não sei se este plantel encarnado é o melhor dos últimos 30 anos, como alvitrou Vieira, mas é francamente muito bom. Tão bom que é capaz de obrigar Jesus a conquistar algum título... importante. 

- Fernando Guerra, jornal A Bola, 12 de Novembro de 2013

Benfica ganhou bem e Duarte Gomes fez uma excelente arbitragem


Miguel Sousa Tavares peremptório sobre o derby: Benfica ganhou bem e Duarte Gomes fez uma excelente arbitragem


Em minha opinião, o Benfica ganhou bem o derby de Lisboa: jogou mais, teve melhores ocasiões e esteve sempre por cima no resultado. Para além disso, teve um super-Cardozo - que, de há muito, eu considero, não o melhor jogador da equipa (esse é Gaitán), mas o mais valioso. 

Sorri ironicamente quando, no começo da época, se escreveram inúmeros textos a anunciar a sua iminente saída por desrespeito público ao treinador e aqui mesmo grandes benfiquistas explicaram veementemente que, com a sua continuação, estava em causa a dignidade da «instituição». E sorri, porque, infelizmente, nunca acreditei nesse hara-kiri, por parte da direcção. 

Como seria de esperar, Cardozo ficou e começou a marcar, como sabe: todos meteram a viola no saco e a Jorge Jesus até só faltou agora reivindicar a autoria dos três golos de Cardozo ao Sporting. Diz que foi o seu «instinto» que foi determinante para meter o Cardozo a jogar - como se todos nós, a começar por Leonardo Jardim, não soubéssemos que a alternativa não passou de um bluff pífio, pois que o «insubordinado» Óscar Cardozo é o ganha-pão de Jorge Jesus e de toda a equipa.

Quanto ao Sporting, jogou tudo o que tinha e indiscutivelmente melhor do que desde há muito. Mas, como já sucedera no Dragão, o que tinha não chegou e não foi capaz, mais uma vez, de tirar partido do cansaço europeu dos seus rivais. Como seria de esperar também, mandaram as culpas da derrota para cima do árbitro, porque a cultura de Calimero não desaparece facilmente (e, no dia em que desaparecer, o Sporting começa a ganhar). 

Eu achei a arbitragem de Duarte Gomes excelente, não tenho dúvidas de que o primeiro penalty reclamado não existe (o Montero vem por trás, interpor-se entre o pontapé de Luisão e a bola, só podendo ser atingido), e, quanto ao segundo, é daqueles que umas vezes são marcados, outras não. Os meus leitores habituais sabem que eu abomino estes penalties, em que praticamente se exige aos defesas que joguem sem braços, como se fossem decepados, e, sobretudo, acho que é próprio das equipas fracas reclamarem penalties destes, que, a serem marcados, caem quase sempre do céu, sem qualquer correspondência com as jogadas e com o mérito dos ataques. 

Mas já se sabe que o clube que anunciou ao mundo em comunicado que é dotado de uma «nobreza de carácter» de saber ganhar e saber perder, que não está ao alcance dos outros, terá sempre de encontrar um bode expiatório para os seus desaires. 

Desta vez, pelo menos, não foi a falta de cadeiras na cabina dos treinadores nem as bolas enviadas para a bancada que não foram devolvidas pelo público... 

- Miguel Sousa Tavares, jornal A Bola, 12 de Novembro de 2013

José Marinho: Caiu o verniz em Alvalade, quando perdem a culpa é do árbitro


José Marinho: Caiu o verniz em Alvalade, quando perdem a culpa é do árbitro


NOTAS DE UM DERBY MEMORÁVEL
 
Grande jogo de futebol e um vencedor justo;

- Ressurgimento de Cardozo como melhor avançado do futebol português, de momento;

- Estranha apatia defensiva do Benfica nas bolas paradas que permitiu uma reacção do Sporting nos esquemas tácticos, o que nunca aconteceu em futebol corrido;

- Desta vez, parece que não há dúvidas de que Cardozo obteve mesmo um "hattrick";

- Caiu o verniz em Alvalade e pelas mesmas razões históricas. Quando perdem a culpa é do árbitro;

-Afinal Leonardo Jardim também fala da arbitragem. Curiosamente das duas vezes que o fez, foi para se referir a jogos com o Benfica. Antes do jogo do campeonato - convém recordar que o Benfica foi prejudicado de forma decisiva - e depois do jogo da Taça;

- Gaitán podia ser um dos melhores jogadores do futebol europeu? Podia, mas se calhar não era a mesma coisa.

- Rui Patrício é e será sempre um dos melhores.

- Gosto do estilo de Bruno Carvalho. Entre o presidente e o chefe de claque. A verdade é que está a resultar num clube com aquela estranha mania de superioridade moral e social. O que, como se sabe, não existe. Nem no futebol, nem na vida real.

-José Marinho, Facebook

Pedro Barbosa analisa o derby: Cardozo entrou para a história!


Pedro Barbosa analisa o derby: Cardozo entrou para a história!


1. Que grande jogo! Eu já tive a felicidade de participar em jogos destes e por isso sei o que é viver aquele ambiente com a intensidade e entusiasmo de todos. Houve de tudo no derby. Espectáculo, emoção, paixão dos adeptos, erros e a incerteza no resultado. Mas infelizmente os erros de arbitragem continuam, algumas declarações no final e as situações com Jesus também. Já chega e o treinador do Benfica ainda não percebeu isso.

2. Jesus voltou a usar o desenho táctico de Atenas. Sentiu-se confortável? Foi para equilibrar a luta no meio campo? Não sei se o recuo inicial do Benfica foi estratégico ou se foi o Sporting que obrigou a isso, mas o Benfica sentiu-se cómodo. A verdade é que com Ruben Amorim este novo desenho ganha consistência, capacidade de pressão e intensidade e até ao momento um acréscimo de qualidade. Os golos deram-lhe tranquilidade e o controlo do jogo, mas a boa reacção do Sporting criou problemas.

3. O Sporting apresentou-se com identidade e foi fiel aos princípios que defende. A boa entrada em jogo, pressionante e a jogar no meio campo ofensivo prova isso mesmo. Mas o que retiro desta equipa foi a capacidade para reagir. Após o intervalo e uma desvantagem de dois golos, voltou ao jogo e sempre como equipa. Soube aproveitar as que são nesta altura as fragilidades do Benfica e durou até ao fim. Apesar da derrota, a equipa cresce e são este tipo de jogos que dão experiência e maturidade para outros confrontos.

4. Cardozo foi o homem do jogo. Hat-trick num derby coloca-o nesse patamar. Muito se fala de Cardozo, na relação que tem com os adeptos, mas ele faz golos. É um finalizador e voltou a decidir neste jogo. Não se movimenta muito, pouco entra no processo ofensivo da equipa, mas quando a bola aparece na área normalmente marca. Neste jogo tocou poucas as vezes na bola e foi tremendamente eficaz. De bola parada, de primeira numa boa jogada colectiva e na pequena área a cabecear com classe. Três momentos que lançam Cardozo para a história dos derbies.

5. Foram onze os portugueses que estiveram no derby. Muito bom olhando para o passado recente. Destaque para a vontade, alegria e dinâmica de Ivan Cavaleiro a mostrar a Jesus que tem de contar com ele. Os 30 minutos de André Gomes foram curtos. Tem qualidade para mais e é bom ver a personalidade e confiança que possui. Do lado do Sporting a juventude impera e tem sido normal. Adrien mais presente e activo e o Sporting melhorou. Gostei da irreverência de Carlos Mané. Sem medo, com velocidade e coragem a merecer outras oportunidades.

6. Rui Patrício errou. Com este lance já ninguém se lembra das boas defesas que fez. Nem da forma como fez a leitura certa do jogo que está a decorrer à sua frente. Seja através de uma saída fora da área ou a um cruzamento. Patrício fez tudo isso mas na sua posição não há ninguém para colmatar o erro. Para a história fica o golo que sofreu e não o bom comportamento geral. É a vida solitária do guarda-redes e o Rui sabe disso. É forte e tem capacidade para ultrapassar este momento.

7. William Carvalho continua a trajectória segura. Sereno, com personalidade marca o ritmo da equipa. Teremos surpresa no jogo com a Suécia? 

8. Montero não marcou mas é um jogador de qualidade. Inteligente, sabe o que faz e os terrenos que pisa. A entrada de Slimani fê-lo baixar no terreno. Pode ser uma opção não só para o decorrer do jogo. O jogo da equipa passa a ser diferente mas ganha qualidade e mais presença na área.

9. O jogo também se fez nos bancos. E aí gostei dos treinadores. Diferentes, é certo, mas cada um com boa postura nas substituições. De certeza que Jardim mexeu com os jogadores no intervalo e foi colocando as fichas à medida do jogo. Foram acertadas e tiveram efeito prático. Foi ao limite e o erro deitou tudo a perder. Jesus, por outro lado, teve desde cedo o resultado do seu lado e foi gerindo o tempo e a equipa. Ter Lima para entrar no prolongamento fê-lo voltar ao figurino habitual de dois avançados e acabou por resultar.

10. As bolas paradas, por muito que Jesus não o admita, estão a ser um problema. A equipa tem revelado pouca concentração, posicionamento deficiente e passividade no momento de atacar a bola e os resultados estão à vista. É urgente reconhecer e atacar o problema porque a sensação que existe é que qualquer bola na área é um momento de aflição.

-Pedro Barbosa, Site Mais Futebol

Markovic: Markovic: «Ao lado de bons jogadores é mais fácil» - «Nunca festejo os golos»

CAMISOLA 50 ACREDITA QUE VAI APRENDER E CONSOLIDAR POSIÇÃO

Markovic: «Ao lado de bons jogadores é mais fácil»

Tem apenas 19 anos, mas já saltou algumas etapas naturais no crescimento de um jogador. Markovic chegou ao Benfica apontado como o novo prodígio do futebol sérvio, mas acredita que de águia ao peito vai crescer de forma mais consolidada e, talvez, até mais rápida. A verdade é que o camisola 50 já tem 3 golos marcados na Luz em 11 jogos, um registo de destaque se tivermos em conta que no Partizan Belgrado precisou de 90 jogos para acertar 19 vezes nas redes contrárias.

UMA ESTRANHA MANIA DO EX-PARTIZAN BELGRADO

Markovic: «Nunca festejo os golos»

Há jogadores que formam um coração com as mãos, há jogadores que abrem os braços como se se tratassem de asas de aviões, há jogadores que executam passos de dança. Mil e uma são as formas de extravasar as emoções na hora do golo. Markovic, esse, não vai em modas; aliás faz questão de nunca celebrar os golos que marca, por mais bonitos ou importantes que sejam, como refere.

São Paulo quer Cortez de volta


EMBLEMA TRICOLOR PONDERA FALAR COM AS ÁGUIAS

São Paulo quer Cortez de volta

O São Paulo pondera falar com o Benfica, no sentido de o convencer a “abreviar” o empréstimo de Bruno Cortez. O emblema tricolor está apostado em reforçar o sector defensivo e, segundo o “Diário de São Paulo”, encara Bruno Cortez e Rhodolfo (central do Grémio) como os principais alvos, levando em consideração a qualidade/preço – é preciso não esquecer que estão ambos cedidos pelo... tricolor.

A conjuntura económica não é muito favorável e o emblema paulista espera contorná-la através do regresso dos dois futebolistas. Bruno Cortez está emprestado até 30 de junho, não descartando o São Paulo a possibilidade de negociar com Luís Filipe Vieira o seu retorno já em janeiro. “Bruno Cortez pensa no São Paulo, até por uma questão contratual. Passou por um período de adaptação a Portugal, estando agora mais acostumado à cidade e ao futebol europeu. Se o São Paulo quiser que ele regresse, precisará de negociar, pois o Benfica tem o direito de opção de compra”, avisa Eduardo Uran, o agente do futebolista.

O Benfica não tenciona exercer este direito de preferência, pois Bruno Cortez não correspondeu às expectativas que a SAD nele depositava. No entanto, não deixará certamente de solicitar uma quantia ao São Paulo, caso este o contacte no sentido de “abreviar” o empréstimo. Por seu turno, o emblema brasileiro procurará jogar com a pouca utilização do jogador, mas no sentido inverso, argumentando que a permanência em Portugal até ao final de junho poderá até ser prejudicial para o Benfica.

"Cardozo não é o meu género de avançado"

"Cardozo não é o meu género de avançado"

Pouco preocupado em saber porque não ficou no Benfica, o dianteiro brilha no Rennes como consequência da confiança que lhe é dada pelo seu treinador.

Nélson Oliveira voltou a ser cedido pelo Benfica, agora ao Rennes, porque na Luz há Cardozo - um goleador que não lhe enche as medidas, preferindo... Ibrahimovic -, mas também Lima e Rodrigo. 

Emigrou e está em alta, a marcar golos e a realizar exibições de elevado quilate, porque, como refere em entrevista a O JOGO, sente que o seu treinador, Philippe Montanier, confia plenamente nas suas qualidades. 

Quanto a Jorge Jesus, que "tem a sua maneira de trabalhar", diz apenas que a confiança manifestada por um treinador é "meio caminho andado" para um jogador explodir. E, isso, o jogador de 22 anos está a conseguir longe da Luz.

Um dos seus concorrentes diretos na Luz, Cardozo, fez um hat trick no dérbi com o Sporting. O que achou da exibição do jogador paraguaio?

Não tive oportunidade de assistir ao dérbi. Cardozo é um excelente avançado, mas não é o género de avançado que eu aprecio.

«Quero ser titular no Benfica» - Lisandro Lopez

«Quero ser titular no Benfica» - Lisandro Lopez

O defesa-central argentino ganhou depressa protagonismo no Getafe, sexto classificado da Liga espanhola. Em entrevista a A BOLA, explica que só foi emprestado pelo Benfica esta época porque Luisão e Garay ficaram no plantel. Acredita que voltará à Luz no próximo ano melhor jogador e preparado para o desafio.

- Foi para o Benfica para ocupar o lugar de Garay ou Luisão. Quando chegou, sentiu que estava à altura do desafio?

- Sabia que precisava de um certo tempo da adaptação, mas estava seguro de que tinha todas as condições para poder jogar no Benfica. Mas estando eles na equipa, atuando juntos e bem há alguns anos e havendo ainda outros bons defesas no plantel, para mim tornava-se complicado poder jogar. Mas sou jovem e sei que com trabalho e sacrifício tudo se pode conseguir. Oxalá algum dia possa ser titular no Benfica. É o que aspiro e foi para isso que vim para a Europa. Espero poder jogar no Estádio da Luz, perante um público que me parece maravilhoso.

- Ficou triste quando soube Garay e Luisão ficariam no clube?

- Aceitei a situação com total naturalidade, sabia que se eles ficassem era para bem do grupo, que é espetacular. Trabalhei suficientemente bem durante a pré-época para poder ganhar um lugar, mas com os grandes jogadores que tinha à minha frente era muito difícil jogar. Além de que a equipa é o mais importante de tudo.

- Está a acompanhar a carreira do Benfica?

- Vejo todos os jogos, pela televisão ou pela Internet. Na Champions, começámos bem, depois perdemos com o PSG, não jogámos bem mas o adversário também é uma boa equipa. Estamos num grupo que não é fácil, mas estou convencido de que com os jogadores que temos passaremos à fase seguinte. No Campeonato, não tivemos um bom começo, perdemos na primeira saída, empatámos no campo do Sporting e o FC Porto aproveitou. Agora já estamos no bom caminho, o Campeonato é longo e temos uma boa equipa técnica e um plantel que saberão levar o Benfica a lutar, com êxito, pela conquista do Campeonato.

- Fala no plural.

- É que eu, apesar de estar aqui e de ter de cumprir as minhas obrigações como profissional do Getafe, sinto que sou jogador do Benfica. Assinei um contrato de cinco anos, até 2018, e espero, durante todo esse tempo, ter a oportunidade de defender, como titular, a camisola do clube. 

- No final desta aventura, regressará ao Benfica?

- Sim, é isso que está acordado. Fui cedido só por um ano. Vou regressar com as pilhas bem carregadas e com a esperança de que o Benfica confie em mim e me dê a possibilidade de mostrar que posso ser titular. Procurarei ser útil à equipa, à qual darei tudo para ajudá-la a chegar o mais alto possível em todas as competições. Depois de ter jogado um ano numa Liga importante como a espanhola, regressarei ao Benfica com essa experiência e sendo melhor jogador.

- E se o Benfica decidir emprestá-lo de novo?

- Ficaria muito triste porque quero jogar no Benfica. Esse é o meu grande objetivo, mas é o clube que manda. Se considerarem que tenho de ir para outro sítio, terei de acatar a decisão, embora com tristeza. 

- Nesse caso, preferiria que fosse o Getafe?

- Aqui estou muito bem, sou muito bem tratado. É um bom clube mas, repito, o meu desejo é ser titular no Benfica.

«A situação não é boa» - Djuricic

«A situação não é boa» - Djuricic

Filip Djuricic, médio-ofensivo de 21 anos, integra a convocatória de Sinisa Mihajlovic para os dois jogos particulares da Sérvia, o primeiro no dia 15, frente à Rússia, no Dubai, e o segundo a 19, diante de uma equipa de jogadores sérvios escolhida pelos jornalistas locais, que terá lugar em Uzice, no país natal do jogador.

O número 10 do Benfica, eleito na época passada o melhor jogador do Heerenveen e o terceiro melhor da liga holandesa, tendo integrado o onze ideal da prova, foi ontem nomeado para falar à Imprensa sérvia e acabou por referir-se ao momento que vive na Luz, que continua a não ser o mais desejado: «Não joguei a última partida, o derby com o Sporting, mas fiquei feliz por termos ganho a partida. A situação não é boa, mas vou dar o meu melhor para entrar na luta e, no futuro, convencer o treinador.»

Djuricic recordou, também, uma questão relacionada com declarações que proferiu em setembro, pouco depois da vitória da Sérvia sobre o País de Gales (vitória, por 3-0, com um golo de Lazar Markovic, em Cardiff, em jogo respeitante ao apuramento para o Campeonato do Mundo de 2014) e que lhe trouxe dissabores: «Nada posso dizer sobre o Benfica. Da última vez, depois do jogo com o País de Gales, tive um problema. Em princípio, por nada que tivesse dito sobre o clube, simplesmente, eles têm essa atitude, se calhar por alguma má experiência no passado. Ainda assim, a Imprensa em Portugal é estranha.»

Na altura, 11 de setembro, Djuricic admitia que não esperava encontrar-se na situação que vivia no Benfica, sobretudo porque jogara, nessa partida com os galeses, os primeiros 90 minutos em quatro meses, e afirmava que essa questão deixava marcas. 

Por essa altura, o jogador disse igualmente que iria continuar a trabalhar e a lutar, no clube e na seleção, intenção que reafirma agora, dois meses depois.

Ontem, o herdeiro da camisola de Pablo Aimar abordou ainda as vantagens de trabalhar em Lisboa com sete compatriotas - Lazar Markovic, Sulejmani, Matic, Fejsa, Mitrovic, Uros Matic e Filip Markovic. «Somos muitos, temos de manter essa situação. É mais fácil do que quando estava na Holanda ao serviço do Heerenveen», finalizou Djuricic.

Capas dos jornais desportivos de quarta-feira 13/Nov/2013


CAPAS DOS JORNAIS DESPORTIVOS DE QUARTA-FEIRA 13/11/2013