A liderança fica-vos tão bem
O Benfica venceu o Marítimo por 2-0 e voltou à liderança
isolada do campeonato. Rodrigo voltou a mostrar pé quente, bisando numa partida
controlada quase por inteiro pelas águias, apesar de Oblak ter sido chamado a
intervir (com sucesso) algumas vezes. Markovic também se exibiu em bom nível. Um
Benfica superior em todos os centímetros do possível relvado da Luz aproveitou
erros alheios para voltar a olhar por cima do ombro a ver quem lá vem. Jorge
Jesus esclareceu por fim quem é a principal opção para o lugar de Matic, numa
tarde/noite em que Rodrigo espelhou o Benfica pós-clássico: segue embalado e
confiante no primeiro posto.
Oblak continua imbatível, acabaram os golos sofridos de bola
parada, mas é preciso sublinhar que o esloveno foi, por fim, testado a sério. O
Marítimo foi responsável por algo que nem o FC Porto fez na Luz. Talvez por
isso, até merecesse sair com um golo numa partida em que cometeu falhas a mais
para voltar a bater os encarnados como tinha feito na primeira jornada.
Ljubomir «Manel» Fejsa
O jogo estava lançado na base da substituição de Matic.
Fejsa parecia a opção mais provável, Jorge Jesus confirmou a hipótese. O
camisola 5 foi, portanto, o Manel de que o técnico falava a meio da semana. Um
bom início colocou a bola nas alas encarnadas, mesmo que a pressão não fosse
sufocante. Depois de uma boa jogada aos dois minutos entre Gaitán e Maxi Pereira,
o primeiro remate surgiu por Markovic, no flanco esquerdo para uma defesa
segura de José Sá. Uma defesa que o guardião do Marítimo repetiu, agora a tiro
de Lima, aos 15 minutos. Dois lances que não foram de grande perigo, dois
lances que mostravam que se jogava na direção da baliza dos insulares, porém.
Os insulares entraram com a estratégia que se esperava.
Linhas recuadas, dois extremos bem abertos para tentarem romper em velocidade
até à área contrária. O Benfica, por sua vez, entrou com um 4-4-2 ofensivo e
tomou, desde logo, conta das operações, trabalhando o seu Futebol no meio-campo
do adversário.
Apesar de ter mais posse de bola, a verdade é que a
defensiva fechada dos insulares abria poucos espaços e o Benfica ia sentindo
dificuldades em furar. À passagem do minuto nove, Markovic, depois de uma
jogada individual rematou para defesa de José Sá.
Com este lance percebeu-se que o conjunto da casa iria
tentar resolver cedo a contenda e isso comprovou-se em nova oportunidade de
golo, desta vez criada por Lima, cujo disparo proporcionou nova intervenção de
José Sá (15’). Cheirava a golo na Luz e três minutos depois fez-se a festa nas
bancadas da Luz. Rodrigo aproveitou da melhor forma uma má intercepção da
defensiva insular, disparou de pé esquerdo e inaugurou o marcador.
A perder, o Marítimo respondeu no minuto 24 obrigando Oblak
a dupla intervenção. Primeiro, um remate de Derley, com o esloveno a defender
com o peito e na sequência do pontapé de canto, Nuno Rocha cabeceou para nova
intervenção.
O susto acabou por alertar as hostes “encarnadas” que
responderam com o 2-0 aos 35’. Rodrigo e Markovic recuperaram uma bola a
meio-campo, o camisola 19 arrancou em direcção à baliza e só com José Sá pela
frente aumentou a vantagem.
O descanso chegou com o Benfica a
vencer por 2-0 e perspectiva-se mais golos na etapa complementar. Isso
não aconteceu, mas os comandados por Jorge Jesus somaram várias oportunidades
para ampliar o “score”. Mais Marítimo, mas também mais Benfica
A segunda parte fez questão de sublinhar uma ideia: o
Benfica deixou de jogar tanto em posse e fê-lo sempre em transição rápida. O
Marítimo subiu no terreno, até porque Weeks foi melhor que Marakis, teve mais
bola e andou quase sempre a rondar a área de Oblak. A defesa encarnada
mostrou-se segura, coesa e, mesmo que houvesse mais Marítimo na partida, a verdade
é que as grandes e principais ocasiões de golo pertenceram aos encarnados.
Rodrigo desperdiçou o hat-trick em contra-ataque, Lima
falhou o 3-0 após lançamento lateral de Gaitán e muitas outras vezes faltou aos
encarnados um pontinha de maior discernimento e, quem sabe, faltou também um
penálti por assinalar sobre Markovic. Do outro lado, também houve perigo. Mas
voltou a surgir Oblak, demasiado grande para o Marítimo.
Em suma, o Benfica marcou nos erros que houve no jogo e
depois mostrou-se confortável com linhas mais baixas, a defender e, atenção,
também confiante no rapaz que estava na baliza. Tudo somado no jogo, continua
líder isolado e continua numa série sem sofrer golos
Após este lance notou-se a subidas das linhas do Marítimo
que se acercou com maior propósito da área benfiquista, sem ter, todavia,
criado lances de verdadeiro perigo. Pelo contrário, o Benfica voltou a estar
perto do golo aos 67 minutos. Lima recebeu o esférico de Siqueira num
lançamento lateral, flectiu para o meio e atirou forte para estirada de José
Sá.
Havia cada vez mais Benfica e aos 77’, Maxi Pereira cruzou
com conta, peso e medida para Enzo Perez que cabeceou à barra. Dois minutos
volvidos, o argentino, num ataque rápido, fez uma excelente abertura para Lima
que, na área” permitiu a defesa a José Sá.
Com este triunfo, o Benfica alcança a sua oitava vitória
consecutiva e passa a somar 39 pontos, cifrando-se como líder isolado da tabela
classificativa.
O Sport Lisboa e Benfica alinhou com o seguinte onze: Oblak;
Maxi Pereira, Luisão, Garay, Siqueira; Fejsa, Enzo Perez (André Gomes, 90’),
Gaitán, Markovic (Ivan Cavaleiro, 88’); Lima e Rodrigo (Ruben Amorim, 73’).