Eusébio, mesmo desaparecido, continua a ser um activo
importante para o Benfica, contribuindo para gerar rentabilidade. Na semana que
se seguiu à sua morte (5 de Janeiro), encerrada com a recepção ao FC Porto (12
Janeiro), o canal do clube registou o maior incremento de assinaturas de sempre
num curto período de tempo. Foram aproximadamente 48 mil novos subscritores que
quiseram seguir de perto as cerimónias de homenagem ao “Pantera Negra” (a
maioria das quais transmitidas em exclusivo na Benfica TV) e não perder pitada
do clássico com os “dragões”. Segundo o PÚBLICO apurou, o total de assinantes
situa-se agora perto dos 280 mil. E ainda falta transmitir o Benfica-Sporting,
agendado para dia 9 de Fevereiro, que poderá contribuir para o canal
ultrapassar a barreira psicológica dos 300 mil subscritores.
Números que já superam as expectativas mais optimistas dos
responsáveis pelo canal “encarnado”. Numa recente entrevista à própria Benfica
TV, em Dezembro do ano passado, Domingos Soares Oliveira,
administrador-executivo da SAD (Sociedade Anónima Desportiva) do clube da Luz,
confessava esperar apenas atingir valores perto das três centenas de milhares
de subscritores no próximo ano. “Do ponto de vista da rentabilidade está acima
daquilo que esperávamos. O plano era chegar aos 200 mil assinantes até ao final
do ano, mas no mês passado [Novembro de 2013] já ultrapassámos os 230 mil,
mantendo-se a perspectiva de crescimento. Daqui a um ano esperamos estar perto
dos 300 mil assinantes”, referiu na altura o dirigente.
Para o economista António Samagaio, a receita gerada
actualmente pela Benfica TV (aproximadamente 2,8 milhões de euros mensais) é
considerável, mas considera que é ainda prematuro fazer um balanço nesta fase.
“É um valor importante, significativo. Mas a avaliação financeira deste
projecto terá de ser feita numa perspectiva de médio e longo prazo e sobretudo
no final de uma época”, defendeu em declarações ao PÚBLICO.
Aumento do número de assinantes
“Os assinantes do canal têm a possibilidade de desistir ao
final de um mês de assinatura”, lembrou: “Para já, há um conjunto de
circunstâncias que estão a contribuir para este aumento do número de
assinantes. Para além do efeito provocado com a morte de Eusébio, é igualmente
importante a equipa estar no primeiro lugar do campeonato. Mas só no final da
época e depois de serem apresentadas as contas [da SAD] é que se poderá fazer
um balanço da rentabilidade do projecto. Neste momento, tirar conclusões
baseadas nas vendas de um ou dois meses é prematura.”
“A avaliação da decisão do Benfica em avançar para um canal
do clube por subscrição para transmitir as partidas da equipa em casa para o
campeonato assenta em três vertentes fundamentais. A primeira que passou por
abanar omonopólio da Sport TV e tudo o que isso implica ao nível do futebol e
da relação desta empresa com os clubes. Depois, há outra vertente que considero
importante, que passa pela tentativa do clube de tentar aumentar a relação com
os sócios e adeptos e reforçar a marca Benfica, mas terá de ser feita com mais
tempo. Por fim, a questão financeira propriamente dita”, enumerou.
As emissões da Benfica TV arrancaram oficialmente a 10 de
Dezembro de 2008 (a primeira emissão experimental fora para o ar a 2 de Outubro
desse ano), mas só no Verão de 2013 o canal passou a ser premium (por
subscrição). No final de Julho do ano passado, os responsáveis do canal
revelaram ter atingido os 100 mil assinantes, um número que não parou de
crescer nos meses seguintes, ultrapassando os 230 mil subscritores no final do
ano passado.
Um resultado que foi assinalado pelo presidente do Benfica,
Luís Filipe Vieira, numa entrevista ao jornal A Bola, publicada no início deste
ano: “É um número absolutamente impressionante e que demonstra bem que tínhamos
razão quando decidimos avançar para este projecto.” A liderar o campeonato, a
equipa de futebol tem dado o seu contributo, assim como involuntariamente deu
Eusébio nos dias que antecederam a recepção ao FC Porto.
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