quinta-feira, 9 de janeiro de 2014

Jornal “O Benfica” nas bancas esta sexta-feira

Edição n.º 3637

Jornal “O Benfica” nas bancas esta sexta-feira

O Rei partiu! A notícia chegou... cruel, cortante, dorida! Eusébio da Silva Ferreira morreu…e morreu, também, tanto, tanto de nós! O Rei partiu! Partiu com 71 anos, os mesmos do nosso Jornal. Estamos de luto, luto negro e profundo, tal ferida na alma. O Rei partiu!

Há momentos na vida em que não há cores, não há clubes, não há credos ou diferenças. Há momentos em que somos todos um! A divisa do Clube é clara, divisa de união, fraternidade, divisa de família e entrega… E Pluribus Unum: De todos um… De todos e todos por Eusébio.

E se a notícia parecia irreal, à medida que o tempo ia correndo tornou-se cada vez mais crua e dorida. A Família Benfiquista uniu-se e, como se de um dia de jogo grande se tratasse, a romaria até à Catedral começou… Vieram de todo o lado, de todos os sítios, de todos os quadrantes, raças, credos e cores… Vieram todos por Eusébio, o Rei que partira e que levara tanto, tanto de cada um de nós!

A urna chegou ao Estádio da Luz cercada por uma multidão ávida de gratidão… e assim se manteve, como Eusébio tanto gostava, rodeada de gente, de gentes, de povo, de Nação. Ele nunca esteve só! Durante dois dias o "King" recebeu a visita, a homenagem de milhares… “Obrigado” foi a palavra mais ouvida e todos, todos à sua maneira e com uma singularidade única se quiseram despedir.

O Rei tinha um último desejo… e cumpriu-se! A urna subiu ao relvado, e bem lá no centro o trono guardou o Rei durante largos minutos, tamanha eternidade, tão pouco tempo! Última volta triunfal ao relvado, último golo, último adeus! Estádio da Luz, a sua casa querida, milhares, largos milhares nas bancadas cantando em uníssono o Hino do Benfica e também o Hino de Portugal… “Tu és o nosso Rei, Eusébio”, palmas, tantas, tantas palmas, gritos de dor, silêncios ensurdecedores, lágrimas sofridas na face, abraços de conforto, fumo, tochas acesas em tamanha chama imensa: Eusébio despediu-se de casa, a sua tão querida casa, os seus súbditos despediram-se de forma inenarrável do Rei… E aqui entra o cliché… “O essencial é invisível aos olhos” e só quem esteve sentiu, só quem esteve guarda em si tamanho sentimento… Para todo o sempre, até nos tornarmos a reunir. E num dia assim, como este, “o povo saiu à rua”. As nuvens cerradas, tal como os nossos corações cercaram os céus de Lisboa, uma Lisboa “menina e moça” que se vestiu de tristeza para dizer adeus ao seu Rei. Cortejo fúnebre lento, como que a adiar o inadiável, adeus querida Lisboa que tanto amaste, chegada à Igreja para a Missa de Corpo Presente. E lá estava o povo, as gentes, a Nação.

Novo cortejo, este mais breve, mas tão longo… noite cerrada e até as nuvens choraram por ti, Eusébio. Nunca estiveste só e a acompanharem-te até à última morada terrena estiveram milhares de rostos, corações e lágrimas.

E Pluribus Unum: De todos um… De todos e todos por Eusébio.

O Rei partiu! Estamos de luto!

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