terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Morreu Mário Coluna

Morreu Mário Coluna

Morreu esta terça-feira à tarde Mário Coluna, antigo jogador e capitão do Benfica e da seleção nacional. O anúncio foi feito pela família.

Coluna estava em coma e com respiração assistida, não tendo resistido a uma paragem cardíaca sofrida esta terça-feira.

Coluna tinha atualmente 78 anos. Nascido em 1935, em Inhaca, Moçambique, começou a jogar no Benfica em 1953. Nos encarnados fez quase 700 jogos.

Em 1961 e 1962 conquistou a Taça dos Campeões Europeus ao serviço do Benfica. Foi campeão nacional 10 vezes e conquistou a Taça de Portugal por sete ocasiões.

Na seleção nacional efetuou 57 jogos e marcou oito golos. Foi o capitão da equipa das quinas no Mundial de 1966, de boa memória para Portugal, que conquistou o terceiro lugar.

Antes de representar o Benfica, jogou no Desportivo de Lourenço Marques, e depois de deixar os encarnados alinhou pelos franceses do Olympique de Lyon e pelo Estrela de Portalegre, clube no qual terminou a carreira.


Perfil de Mário Coluna, o Capitão dos Capitães

Mário Esteves Coluna nasceu há 78 anos na província de Inhoca do Magude, em Moçambique. Começou a jogar Futebol no Desportivo de Maputo corria o ano de 1952, chegando à Luz na época 1954/55.

Aí começava uma saga gloriosa que terminou em 1969/70 e que de permeio, 21 títulos oficiais, o consagraram como um dos melhores jogadores da Europa e do Mundo da sua geração e de sempre.

Mais conhecido como médio cerebral, Coluna estreou-se de “águia ao peito” como avançado num jogo que assinalava a despedida de Rogério Pipi. Não se manteve nessa posição por muito tempo, pois Otto Glória via em José Águas apetências natas para essa posição e tinha outros planos para o grande capitão. Recuou no terreno para uma posição central, nevrálgica, muito semelhante ao que conhecemos como o “número 10”. A sua inteligência de jogo, capacidade física, robustez, técnica e forte pontapé tornaram-no, naturalmente, um colosso e um atleta admirado, inclusive, por adversários.

Aí se fixou como “patrão” e a sua personalidade de liderança e de respeito mútuo, características inatas que Coluna sempre transpor para dentro de campo, levaram-no a capitão do Benfica na temporada de 1963/64. À sua capacidade futebolística inegável e incontornável, a glória benfiquista era, agora, a voz de comando.

Foi médio, mas foi, sobretudo, um “todo-o-terreno” que o permitiu ser goleador. Marcou 150 golos de “águia ao peito” a cerca de 50 adversários e está no top-20 da história dos goleadores de sempre do Clube (14.ª posição).

Não só no Benfica pulverizou recordes. Deu o seu contributo ao País na Selecção Nacional que representou entre 1955 e 1968. Realizou 57 jogos e marcou oito tentos. Foi um dos “Magriços” que levou Portugal ao 3.º lugar, em Inglaterra, no ano de 1966.
Deixou o Manto Sagrado no final de 1969/70, aos 34 anos, rumando ao Ol. Lyon em 1970/71. Regressou a Portugal para jogar no Estrela de Portalegre e terminou a carreira de futebolista em 1971/72.

Mário Esteves Coluna é Sócio de Mérito há 48 anos e foi galardoado com a Águia de Ouro.  
Luís Filipe Vieira: «Obrigado Coluna por tudo o que nos deixaste»
MENSAGEM DO PRESIDENTE DO BENFICA
Luís Filipe Vieira ja reagiu à notícia da morte de Mário Coluna. O "monstro sagrado" faleceu esta terça-feira, aos 78 anos e o presidente do Benfica não deixou de sublinhar a vida de quem "não é apenas património do Benfica, é património do futebol, a pátria onde verdadeiramente Coluna sempre esteve mais à vontade".


Leia a mensagem de Luís Filipe Vieira na íntegra:


"Não é fácil despedirmo-nos de alguém a quem a vida já consagrou entre os maiores.


Alguém cujo percurso de vida é único e cujo legado irá perdurar muito para além dele. Dizem que quando nascemos nascemos todos iguais. Mentira! Coluna nasceu diferente, para melhor, para bem melhor. Foi e será sempre um génio que engrandeceu o futebol e projectou o Sport Lisboa e Benfica para numa dimensão mundial.


O exemplo de Mário Coluna não é apenas património do Benfica, é património do futebol, a pátria onde verdadeiramente Coluna sempre esteve mais à vontade.


Coluna ganhou em vida a admiração daqueles que tiveram o privilégio de o ver jogar, mas ganhou igualmente o respeito e o reconhecimento de todos quantos, não tendo tido a oportunidade de ver o seu futebol, sabem por relatos e testemunhos que ele foi dos maiores talentos da sua geração.


Obrigado, Coluna! Por tudo o que nos deixaste.


Coluna estará sempre connosco. Estará presente nos nossos dias porque ganhou esse direito, com o seu exemplo e com as suas conquistas. Até breve, Coluna!


António Simões: “Coluna é eterno no Sport Lisboa e 

Benfica”


António Simões foi colega de equipa de Mário Coluna no Benfica e não o esqueceu na hora em que o Monstro Sagrado faleceu.

“Tinha aquela atitude gentil e de grandeza e deu-me confiança. É difícil, nós sabemos, a vida é assim. Creio que o Benfica sabe o que está a acontecer e tem tido uma elegância e compreensão fantásticas. Seguramente, sabemos que o Coluna é eterno no Sport Lisboa e Benfica”, apontou.

Simões recordou a importância que duas glórias, recentemente falecidas, tiveram na história do Clube. “Estas pessoas [Eusébio e Coluna] deram glória, que soube ganhar e deu dimensão e grandeza ao Clube”, lembrou.


Sem comentários:

Enviar um comentário