Muro degradado dá lugar a tributo ao Benfica
Carlos Dantas restaurou duas paredes em Campolide para
homenagear o clube da Luz.
Recorda as antigas estrelas benfiquistas e agradece
a Jorge Jesus pelo 33º título.
A ideia de homenagear não era recente, mas a morte de
Eusébio foi decisiva para o arranque. «Este
mural é uma homenagem ao Benfica e a Eusébio e um agradecimento ao Jesus
e ao presidente Vieira», conta Carlos Dantas, autor das pinturas da Travessa da
Rabicha, no bairro lisboeta de Campolide.
Em janeiro deste ano, restaurou a parede degradada e começou
a dar cor à ideia. A imagem do Pantera Negra foi a primeira a decorar o mural.
Quatro meses depois, o muro já conta com a «presença» de
outros cinco emblemáticos ex-jogadores do Benfica: José Torres, Cosme Damião,
José Águas, Mário Coluna e Miklós Fehér.
Para além do tributo às antigas glórias, Carlos Dantas quis
agradecer a Jorge Jesus e a Luís Filipe Vieira. Depois da vitória do campeonato,
decorou outro muro com a imagem do treinador e do dirigente, com o emblema e o
hino do clube. Dentro de dias, irá pintar o Estádio da Luz.
O autor, de pouco mais de 40 anos, tem uma empresa de
climatização. É na sua oficina que dá forma ao projeto. «Faço os moldes em
cartão e recorto com x-ato. Na pintura não uso sprays, é tudo feito a pincel»,
esclarece.
Carlos Dantas diz que é preciso ter «muito amor e muita
paciência» para continuar o projeto. «Só para fazer o emblema fiquei aqui das
oito da manhã até à meia-noite. Aproveito sempre os domingos e os feriados».
A mãe, Lúcia Dantas, de 74 anos, vive a uns metros do mural.
«Aquele meu filho é mesmo terrível pelo Benfica, é mesmo capaz de chorar pelo
clube!», conta.
Em frente à parede, já na Rua de Campolide, está a Tasquinha
do Lagarto. Um restaurante de sportinguistas que parece conviver bem com o
mural dos encarnados.
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