sexta-feira, 11 de julho de 2014

Até Maradona faz vénia a Enzo

Até Maradona faz vénia a Enzo


A Imprensa argentina considerou que o médio benfiquista esteve melhor do que Messi nas meias-finais

Criticado quando foi conhecida a lista final para o Mundial, Enzo Pérez está a viver neste Mundial a autêntica história do patinho feio que se transforma em cisne. O médio do Benfica não fez um único minuto até aos quartos de final, tendo entrado de forma surpreendente no jogo com a Bélgica quando Di María se lesionou. A exibição foi segura e valeu-lhe a titularidade na meia-final com a Holanda, onde deslumbrou, realizando um jogo elogiado por todos no seu país natal, desde a Imprensa a comuns adeptos no Twitter. E sem esquecer Maradona.

O portal "Terra" não teve problemas em nomeá-lo como o homem do jogo. E explicou porquê. "O jogador do Benfica deu à Argentina o equilíbrio que o treinador Alejandro Sabella reclamava já há vários dias. Durante os 81 minutos que esteve em campo, foi notável, subindo e descendo incansavelmente. Além disso, foi o motor do meio-campo que logrou conter a Holanda durante grande parte do jogo e ainda assistiu Higuaín em duas ocasiões", escreveu aquele sítio argentino.

O "Diagonales", porém, foi ainda mais longe, considerando que Enzo "desequilibrou mais do que Messi": "De coração quente e mente fria, o mendoncino superou o enorme desafio. Num jogo disputado ao mínimo detalhe, Enzo foi determinante nas poucas ocasiões criadas pela Argentina. Não contente com isso, e sabendo que o coletivo se sobrepõe ao individual, também ajudou na recuperação da equipa e apoiou Zabaleta, ganhando no duelo a Kuyt. No geral, fez um jogo próprio dos consagrados, fez esquecer Di María com os seus arranques eletrizantes, eclipsou o próprio Messi nas ações ofensivas e melhor: deu a garantia a Sabella de que pode contar com ele para a final."

Nas estatísticas oficiais da FIFA, é possível perceber que Enzo Pérez fez mais passes do que Messi (40 contra 34) e o mesmo número de remates (um), tendo apenas menos quilómetros percorridos - também resultante do facto de ter saído aos 81", enquanto a Pulga cumpriu os 120".

Os elogios, de resto, estenderam-se a Maradona. "Esteve bem nos lances que disputou. Sem acusar a pressão, encarou, não se escondeu. Deu velocidade ao jogo, fez algumas boas jogadas. Cumpriu", realçou El Pibe, reservando ainda palavras simpáticas para o sportinguista Rojo e para Garay, recentemente transferido do Benfica para o Zenit. "A Argentina não jogou bem, mas não deixou jogar bem a Holanda. Isso foi importantíssimo. Não deixaram jogar o Sneijder e o Robben teve de procurar sempre entrar por dentro, mas aí tinha o Mascherano, que o meteu no bolso com a ajuda do Rojo. E Garay foi soberbo", realçou o maior astro da história do futebol argentino.


Após o término da partida, nem o próprio Enzo acreditava naquilo que a equipa havia conseguido. "Ainda não conseguimos perceber a dimensão do momento que estamos a viver, eu pelo menos não. O que fizemos é muito importante. Soubemos gerir os tempos do jogo, sofremos quando tivemos de sofrer, e quando pudemos atacar também o fizemos. Não estava nervoso, sabia que o mais difícil já tinha passado no jogo anterior e tinha a consciência de que um Mundial não se joga todos os dias", realçou o médio, agradecendo ao Benfica pela projeção que lhe permitiu chegar à seleção.

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