terça-feira, 17 de junho de 2014

Siqueira em entrevista ao Maisfutebol, nesta terça-feira

Siqueira em entrevista ao Maisfutebol, nesta terça-feira

Recordações do dia em que assinou pelo Benfica mas quase foi «merengue»

O dia agitado de 2 de setembro de 2013
Siqueira está de regresso ao futebol espanhol, depois de um ano emprestado ao Benfica pelo Granada. O clube português não acionou a opção de compra, fixada em sete milhões de euros, e o Atlético de Madrid desembolsou mais três para garantir o lateral esquerdo. O jogador brasileiro ruma à capital espanhola, para onde até esteve perto de se mudar a 2 de setembro de 2013, mas para juntar-se ao Real.

Nesse dia, em que o mercado de transferências fechou, Siqueira viajou para Lisboa de forma a assinar contrato com o Benfica, mas ao chegar a Portugal deparou-se com uma proposta «merengue». Dirigentes do Granada chegaram a dizer que o brasileiro foi do Real durante trinta minutos, mas tal acabou por não se concretizar. Quase um dia depois, o jogador recorda um dia bem agitado.

«O Benfica estava interessado há muito. Depois apareceu o Real Madrid, mas acabei por dar prioridade ao Benfica. As pessoas acham estranho, mas entendi que era o melhor. Podia ter feito outras escolhas. Agradeço o interesse de outros clubes, mas sabia que ia ser feliz no Benfica. Foi um dia conturbado, mas escolhi bem», começou por dizer, em entrevista ao Maisfutebol.

«Não quero fazer apenas parte de um grupo, quero ser feliz. Sempre quis jogar, independentemente do nome do clube. A proposta do Benfica era a melhor para mim. Seria mais importante no grupo. Fiz a escolha certa e estou feliz e grato ao Benfica», acrescenta.
Siqueira conversou com o nosso jornal pouco depois da estreia de Portugal no Campeonato do Mundo. A equipa das quinas foi goleada pela Alemanha, mas o jogador brasileiro lembra que tudo continua em aberto.
«A Alemanha é uma das favoritas à vitória final. Mostrou o seu potencial. Fiquei com pena, pois tenho os amigos André Almeida e Rúben Amorim na seleção portuguesa. Têm equipa para brigar pelo título, têm que levantar a cabeça e procurar o caminho certo», afirmou.
O esquerdino falou também do «escrete», antecipando uma melhoria exibicional mas defendendo que isso é secundário: «A seleção brasileira sabe a responsabilidade que tem, a jogar no seu país. O povo está com eles e a vitória sobre a Croácia aumentou a confiança. O próximo jogo será melhor, e digo sempre que numa Copa o importante não são as exibições, mas os resultados.»

Se o Benfica tivesse feito um esforço eu também faria»

Poucos dias depois de ter sido apresentado como reforço do Atlético de Madrid, Guilherme Siqueira dá uma entrevista ao Maisfutebol na qual explica o adeus ao Benfica, clube ao qual esteve emprestado pelo Granada na última época. Luís Filipe Vieira chegou a falar em elevadas exigências salariais do lateral esquerdo brasileiro, mas este garante ao nosso jornal que esse assunto nem chegou a ser discutido, uma vez que o Benfica não acionou, junto do Granada, clube que o emprestou, a opção de compra fixada em sete milhões de euros.

Quais as expectativas para esta nova etapa, ao serviço do At. Madrid?

A expectativa é boa, tendo em conta tudo aquilo que o Atlético tem feito nos últimos anos. Tem estado em finais, tem conquistado títulos. A responsabilidade e a pressão aumentam, mas sinto-me super-preparado.

Muito se fala da possível saída do Filipe Luis. Ao chegar a acordo com o Atlético disseram-lhe que essa era, pelo menos, uma forte possibilidade?

Não estou a contar com nada. Pode acontecer, mas não crio expectativas. Tenho de pensar positivo: se ele ficar vai ser bom para o grupo. É um grande amigo, e isso não será um problema.

Regressar a Espanha era uma prioridade?

Não. Sou profissional. Também não esperava ir para Portugal na última época e aconteceu. Não dava prioridade a nenhum país. Pensei no melhor para mim e para a minha família. A melhor oferta era do Atlético, tanto para mim como para o Granada.

Mas não houve, como disse o presidente Luís Filipe Vieira em entrevista à RTP, um desacordo relativamente ao vencimento?

Não. Não discutimos vencimento nenhum. O Benfica tinha uma cláusula e não acionou, é simples. Se tivesse acionado eu faria um esforço, até por conhecer a realidade do clube. Nunca quis ficar por cima de ninguém, é mentira que quisesse ser o jogador mais caro. Eu faria um grande esforço para ficar. Não houve acordo entre clubes.

Mas não se chegou mesmo a falar do ordenado?

Não houve nada. Nem começámos a negociar. Havia um prazo e ele passou. O Benfica sabia que eu tinha ofertas melhores. Eu podia ter-me limitado a sair, mas fui sincero com o clube. Se o Benfica tivesse feito um esforço eu também faria.

Mas mesmo assim seria difícil ao Benfica igualar a oferta do Atlético, não?

Tinha três propostas e nas outras duas o vencimento era superior. Mas pela temporada que fizemos, pelo carinho dos adeptos, pela grandeza do clube, eu ficaria. Mas se não houve interesse em pagar a cláusula, tive de pensar no meu futuro. O problema foi a cláusula, que o Benfica disse sempre que era muito alta.

Então, na sua opinião, o que levou o presidente a falar do vencimento?

Não sei. O presidente sempre me tratou de forma maravilhosa. Não tenho nada a reclamar. Esteve sempre próximo da equipa, e não é à toa que a equipa conquistou três títulos. Mas não conversámos sobre vencimento.

Que balanço faz desta época ao serviço do Benfica?

O balanço é o melhor possível. Entrámos para a história, e isso não é para qualquer um. Joguei com colegas e amigos brilhantes, e juntos formámos uma família. Só levo coisas boas. Hoje tenho outro clube, mas levo o Benfica no coração. Vou ser mais um benfiquista.
Vai recordar a festa do título, no Marquês de Pombal, durante muito tempo?

Foi um momento especial. Nunca tinha vivido nada assim e acho que nunca mais vou viver. A grandeza do clube e dos adeptos é de mais. Já tinha uma ideia, mas a realidade surpreendeu.
O que mais o surpreendeu durante este ano?
Não gosto de individualizar mas vou referir dois colegas. O Jardel, que apesar dos problemas familiares foi sempre um grande profissional, a batalhar nos treinos. E não é fácil substituir Luisão e Garay, que para mim foram a melhor dupla do futebol europeu esta época. E depois destaco o Luisão, um capitão dentro e fora de campo, que sabe a hora de dar uma bronca e a hora de dar um elogio. Tem uma mentalidade vencedora. O balneário era muito bom, muito unido, com uma mentalidade forte.

Qual foi o momento marcante da época?

O jogo com o FC Porto. O falecimento de Eusébio mexeu muito com os jogadores e com os adeptos. Sabíamos a responsabilidade que tínhamos, mas o jogo correu bem. A vitória por 2-0 foi mais do que merecida, e a equipa começou a ter bons resultados.

Siqueira e as saídas no Benfica: «É a última coisa que me preocupa»

Lateral esquerdo acredita que Jesus encontra soluções, uma vez mais

Em entrevista ao Maisfutebol, Guilherme Siqueira diz acreditar que o Benfica saberá colmatar a eventual saída de jogadores importantes. O lateral esquerdo, que já se comprometeu com o Atlético de Madrid, deixa elogios a Jorge Jesus, e acredita que este saberá encontrar substitutos, uma vez mais.

A nível individual foi uma época em crescendo?

Só comecei a jogar regularmente em janeiro. Um jogador precisa de regularidade, e por isso o melhor Siqueira apareceu mais para o fim. Com mais uns meses estaria ainda melhor (risos).

Como foi trabalhar com Jorge Jesus? Sente que evoluiu muito com ele?

O mister está sempre a tirar o melhor de cada um, e comigo não foi diferente. É um estudioso do futebol, sabe como melhorar cada jogador. Aprendi muito com ele. Os jogadores saem muito valorizados do Benfica, e há muito mérito dele.

Sentiu a responsabilidade de assumir a herança de Fábio Coentrão, depois de duas épocas em que o Benfica teve problemas no lado esquerdo da defesa?

Sempre soube o meu valor, a minha capacidade. Com confiança sei aquilo que posso render, sabia que seria importante no grupo. Não gosto de falar em substituições. Cada jogador tem o seu perfil, a sua história no clube, e eu acabei com por conquistar três títulos numa época, algo que nenhum lateral tinha conseguido.

A saída do Siqueira está confirmada, André Gomes e Rodrigo foram vendidos a um fundo e a saída de Garay ou Enzo também parece certa. O Benfica vai ressentir-se destas mudanças na equipa-base?

Todos os jogadores querem jogar num clube como o Benfica. Está bem desportiva e economicamente, e o mister tem o dom de substituir quem sai com alguém igual ou até melhor. É a última coisa que me preocupa.

Jorge Jesus disse que não trocaria o Benfica pelo Valencia, mas alguns jogadores parecem preparados para fazer essa troca, e muitos adeptos têm dificuldade em compreender. O Siqueira, que jogou no Benfica e na Liga espanhola, compreende tal opção?

Não pode ser visto como um passo para trás. A competição conta. O Benfica é muito grande para a Liga portuguesa, mas eles vão para uma liga mais competitiva. O Benfica não deixa nada a desejar a nenhum clube, mas a Liga portuguesa não é tão exigente. Os adeptos não podem questionar o futuro dos jogadores, devem pensar no que eles ajudaram, pensar que deram tudo pela camisola.

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