segunda-feira, 7 de julho de 2014

António Simões e José Augusto falam de Di Stéfano

António Simões: «O jogador mais completo que defrontei»

HOMENAGEM A DI STÉFANO
António Simões classificou hoje Alfredo di Stéfano como o "jogador mais completo" que defrontou, considerando que o futebol precisa de exemplos como o seu. "As memórias são muitas e muito interessantes. Um futebolista de eleição. Um homem cuja relação com o jogo foi extraordinária. Talvez o jogador mais completo que defrontei. Desde o gesto do pontapé de bicicleta até à cultura do jogo, percebendo, já nessa altura, a multiplicidade de funções, quer nos aspetos ofensivos quer nos defensivos. Um jogador de todo o campo com momentos de grande magia. Um jogador que não teve época", resumiu.


Em declarações à agência Lusa, o campeão europeu pelo Benfica lamenta que 2014 esteja a ser um ano "terrível, com o desaparecimento de grandes figuras, modelos", recordando ainda Eusébio e Coluna.


"Não sendo estrelas na altura, mas apenas ídolos de uma juventude com um comportamento que se deve registar", justifica, defendendo que os futebolistas atuais têm "muito a aprender" com os seus exemplos.


António Simões enaltece o caráter e humildade de um dos maiores de sempre: "Na morte de Eusébio, Di Stéfano considerou-o o melhor do Mundo. E o Real Madrid [do qual era presidente honorário] convidou-o para estar presente na assinatura do contrato de Cristiano Ronaldo. Recordo esses momentos fantásticos...".


O futebol juntou Simões e Di Stéfano na final da Taça dos Campeões de 1962 (5-3 para os portugueses), momento que o antigo atleta "encarnado" guarda vivo na memória. "Lembro-me quando tinha 18 anos e fomos a Amsterdão jogar. Olhar para ele impressionava. Lembro-me desse pequeno momento que me marcou. E recordo a relação do Eusébio com ele. Aquela ansiedade do Eusébio de ficar com a camisola do Di Stéfano desse jogo", relata.


Simões defende que "a sociedade necessita cada vez mais de gente com a postura" de Di Stéfano: "Fica a memória, imagem de um grande jogador, de um homem simples capaz de ter magia e ser tao grande, sendo ao mesmo tempo tão solidário".

José Augusto: «O melhor de sempre»
DESCREVE DI STÉFANO COMO "FORMIDÁVEL"
José Augusto considerou, esta segunda-feira, Alfredo Di Stéfano como o "melhor jogador de sempre", enaltecendo as qualidades desportivas e humanas do falecido presidente honorário do Real Madrid.

"Vi-o jogar inúmeras vezes antes de o defrontar a ponto de o considerar o melhor jogador de sempre do futebol, até esta data. Tinha todas as condições excelentes de grande jogador", resumiu o antigo jogador do Benfica.

Em declarações à Lusa, José Augusto, que na terça-feira representará o Benfica nas exéquias fúnebres, fala de "excelentes memórias".

"A final [da Taça dos Campeões de 1962] com o Real Madrid é ele quem faz penalti sobre o Eusébio e no fim do jogo abraçaram-se e trocaram camisolas", refere.

José Augusto recorda um "jogador modelar", alguém que em campo "percorria todo o terreno": "vinha à defesa, organizava, defendia e marcava, chegando a ser o melhor marcador do campeonato de Espanha. Era o cérebro daquela equipa".

O antigo jogador referiu ainda as vezes que se encontraram em Madrid quando Carlos Queiroz treinou os "merengues", sintetizando as suas memórias de Di Stéfano como "um homem formidável".

Vieira na cerimónia póstuma em memória de Di Stéfano
PRESIDENTE DAS ÁGUIAS DESLOCA-SE NA TERÇA-FEIRA
Luís Filipe Vieira vai estar presente na cerimónia póstuma em memória de Alfredo Di Stéfano, que está agendada para terça-feira, em Madrid. O presidente das águas vai deslocar-se à capital espanhola acompanhado pelos campeões europeus das águias Artur Santos, Fernando Cruz, António Simões, José Augusto, Ângelo Martins e Mário João.

Di Stéfano, que ficou conhecido no mundo do futebol como Don Alfredo, faleceu esta segunda-feira, em Madrid, aos 88 anos, vítima de uma paragem cardiorrespiratória.

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