terça-feira, 12 de agosto de 2014

A mentira do Presidente

A mentira do Presidente
Vou deixar para segundas núpcias a minha reflexão sobre os primeiros passos do Benfica versão 2014/2015. A época passada foi de aprendizagem para mim e, por isso, serei o primeiro a estampar na folha de serviço do mister Jesus e do grupo de trabalho o selo do benefício da dúvida. A minha preocupação – e indignação – centra-se, infelizmente, novamente na liderança mentirosa de Luís Filipe Vieira, um líder avesso à transparência e profundamente contraditório no binómio propaganda/gestão.
Para fazer entender o ponto que me dói é preciso relembrar os mais amnésicos de uma tirada tão irrisória quanto estapafúrdia do Presidente do Sport Lisboa e Benfica. A 23 de agosto de 2013, Luís Filipe Vieira garantia aos benfiquistas o seguinte: «Este é o último ano em que vamos precisar de vender jogadores.» Não é preciso ser-se um iluminado para perceber o ponto em questão; é um cordão umbilicalmente ligado à situação que o plantel do futebol profissional vive a três dias de disputar a Supertaça.
Jan Oblak, Ezequiel Garay, Nemanja Matic, Lazar Markovic, André Gomes, Rodrigo e Óscar Cardozo eram jogadores do Benfica à data do anúncio pomposo e mentiroso do Presidente. Foram, todos eles, esteios de um Benfica campeão e absolutamente dominador em Portugal; injetaram na vasta massa encarnada a confiança de uma nova era, seguros que estávamos que muitos não precisariam de rumar a outras paragens. Um ano depois a realidade é brutal: saíram quase todos (e outro, pelo menos, está de saída) e o que resta é um corpo esfrangalhado e chupado até ao tutano.
Aquilo que me custa aceitar não são as incontáveis saídas. Eu, ao contrário do Presidente, percebo que do Benfica para Espanha, Inglaterra ou Rússia haverá sempre a cratera da projeção e dos milhões. Já me custa a engolir a propaganda para parvos, como se fossemos todos animais amestrados. Se todos partiram quero saber porquê senhor Presidente. E se este ano não precisávamos de vender, quero saber porquê é que o Garay saiu por 2,6 milhões de euros. Quero saber isto como quero perceber o negócio Djavan. Ou Fariña. Ou Pizzi. No fundo, a única coisa que peço é que abra a boca com a mesma destreza com que dispara mentiras para explicar as verdades.
Posto isto, o resto é estrada para percorrer com a mesma paixão de sempre. Nunca deixarei de questionar lideranças dúbias e uma gestão mentirosa, assim como nunca deixarei de amar o Benfica. 
Duarte Monteiro

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