domingo, 31 de agosto de 2014

Montanhas de emoção e uma igualdade no fim

Montanhas de emoção e uma igualdade no fim
Benfica e Sporting empataram a uma bola, este domingo, no dérbi. No Estádio da Luz, Gaitán abriu o marcador mas Artur Moraes complicou a tarefa das águias e permitiu o empate para os leões depois de um erro. O duelo teve muita emoção, incerteza no resultado mas terminou empatado.

Gaitán a brilhar, Artur a estragar

A neuropsicologia, ciência que estuda a relação entre o cérebro e o comportamento humano, tem uma teoria que defende que as pessoas quando se encontram numa determinada situação extrema de condição emocional, tendem a variar a perceção de acordo com experiencias por elas vivenciadas. Pode-se dizer assim, que os processos mentais, memória e outros aspetos podem influenciar a interpretação dos dados percebidos.
O Sporting chegava à Luz com um histórico desfavorável, sobretudo, nas últimas épocas e o Benfica queria dar seguimento ao domínio aplicado em casa nos últimos anos onde só o Barcelona tinha vencido, na altura para a Liga dos Campeões.
Embora estas questões possam parecer laterais, a verdade é que quando pela frente está o eterno rival tudo conta, até o que parece cliché; das goleadas históricas aos triunfos arrancados no último suspiro às trocas de jogadores.
Entre a urgência dos pontos para lutar pelo título e o prazer de derrotar o rival de sempre, Benfica e Sporting tinham que fazer pela vida e consolidar uma candidatura. A psicologia diz que o ser humano traz ao nascer algumas emoções básicas como o medo, a tristeza, a raiva, a alegria ou a confiança de que tudo se consegue. Todas elas estavam presentes nas bancadas da Luz quer de um lado quer do outro.
Artur foi titular na baliza do Benfica, Slimani no ataque dos leões 
Emoção e razão a invadir a alma e a infinita crença dos adeptos que eram, este domingo, colocados sob uma pressão dos pontos e da necessidade de vencer o rival. É assim a natureza do ser humano. É assim a essência do futebol.
Um dérbi aquece sempre a alma. Se dentro das quatro linhas a intensidade, dizem os protagonistas, é a mesma que em outros jogos, a verdade é que nas bancadas o sentimento de rivalidade esteve sempre presente num cântico, numa picardia ou num cachecol que se esticava.
Benfica e Sporting encontraram-se na Luz para o primeiro grande dérbi do campeonato 2014/2015 tendo o fecho do mercado de transferências a ensombrar ambos os clubes. Os leões entravam em casa da águia na tentativa de vingar as últimas derrotas em casa do rival. Já o Benfica, por seu lado, tentava somar a terceira vitória na prova e manter a sua caminhada segura rumo à revalidação do título.
Os leões vinham de uma vitória arrancada nos últimos minutos diante do Arouca, enquanto que os encarnados chegavam de um triunfo no Estádio do Bessa que Jesus assumiu representar uma conquista importante para as aspirações dos campeões nacionais.
O estádio esteve cheio, o relvado impecável e houve emoção, muita emoção sempre com o público rendido nas bancadas.
Quanto ao jogo, esse, desde cedo as águias tentaram dar-lhe a intensidade que ele merece. Entrou melhor o Benfica, com mais bola, mas foi-a perdendo, na medida em que a equipa de Marco Silva ia conseguindo equilibrar as coisas.
Artur facilitou e o Sporting aproveitou 
Com William Carvalho de regresso após castigo, o Sporting ia recuperando bolas no meio-campo mas o Benfica era muito competente na forma de chegar junto das redes de Rui Patrício.
Sem Ruben Amorim, lesionado, o Benfica conseguiu recuperar o médio Enzo Pérez que reocupou o lugar no miolo. Anderson Talisca também foi titular, enquanto que a surpresa maior foi a entrada para o onze de Artur Moraes que relegou Júlio César para o banco, numa fase em que parecia que o internacional brasileiro podia ser aposta do técnico. No ataque, Nico Gaitán e Salvio estiveram no apoio a Lima.
Já Marco Silva reforçou o miolo defensivo com André Martins e Adrien Silva, avançando para jogo com o regressado Slimani, que teve André Carrillo e Nani no apoio. De resto, a baliza foi de Rui Patrício, a defesa teve Ricardo Esgaio, Naby Sarr, Maurício e Jefferson.
Até ao intervalo, a qualidade do futebol foi alta, com Gaitán no centro das movimentações encarnadas e com Nani na origem de quase todas as ameaças leoninas.
Gaitán voltou a brilhar na Luz 
Os rivais de Lisboa chegavam empatados. Marcou primeiro o Benfica por Gaitán, aos 12 minutos. Grande jogada dos encarnados, Salvio na direita foi à linha, atrasou para Maxi na área, este deixou mais para trás para Gaitán, que com muita calma e precisão, atirou para fora do alcance de Patrício, que ainda tocou na bola mas não conseguiu impedir o golo dos campeões nacionais.
A vantagem das águias não demorou muito. É que aos 20 minutos, Artur fez asneiras. O guarda-redes do Benfica aliviou a bola contra um jogador do Sporting e Slimani encostou a bola para dentro da baliza encarnada.   

Resultado não se alterou

No segundo tempo, o Benfica entrou forte e andou sempre a rondar a baliza de Rui Patrício. Gaitán, Salvio, Lima e Talisca, além de Eliseu - quase sempre "à bomba" - iam ameaçando as redes leoninas.
Os minutos iam avançando e era sempre o Benfica a estar mais perto do golo. Porém, a bola teimava em não entrar. A Luz, que acolheu este domingo, cerca de 61 mil adeptos, aguardava o desfecho do dérbi.
Na reta final, o golo podia cair para qualquer um dos lados. Por isso, ambas as equipas tentavam não errar e, por outro lado, espreitar um "golpe de sorte".
O Benfica tentava marcar a Patrício, o Sporting respondia do outro lado a ameaçar Artur. 
A verdade é que o resultado não se alterou. Benfica e Sporting empataram a uma bola na 3.ª jornada do campeonato.

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