sábado, 7 de dezembro de 2013

Benfica assustado pelo “fantasma” do Porto

Benfica assustado pelo “fantasma” do Porto
Depois de recuperar e ultrapassar o FC Porto, as águias voltaram a ceder à pressão. Em partida realizada no Estádio da Luz, levantam-se as dúvidas: o Benfica perdeu pontos contra o Arouca… ou contra o Porto?

As últimas duas décadas foram cronicamente marcadas pelo domínio portista. A instituição Benfica e seus envolventes tentam mostrar argumentos que sustentem a teoria de serem o maior clube nacional, o mais ganhador… o “Glorioso”. Com a “avalanche” azul e branca, torna-se difícil resistir e contrariar aqueles que nomeiam o FC Porto como o representante mais popular do futebol português, ainda por cima quando, oficialmente, os dragões já reúnem mais títulos que os encarnados.

Este é o grande dilema com que Benfica e benfiquistas se debatem há largos anos. O estofo de campeão já não mora na Luz, mas no Dragão. O prestígio, a glória que apelida o clube e as memoráveis conquistas do passado do Benfica ainda pertencem à génese encarnada, mas com menos relevância a cada época que passa. Acima de tudo, está a pressão de tudo e todos que rodeiam o Benfica, a sede insaciável – mas também insatisfeita – de vitórias e a luta sem fim para que o Benfica volte a ser o do passado. A mística vai-se perdendo com cada desafio “que se tinha de ganhar”, mas não se ganhou porque exigiram demais e porque o medo de perder e deixar o Porto superiorizar-se é maior que a descontração de ganhar e de “ser Benfica”.

Esta é a explicação mais credível para ilustrar o que aconteceu ontem com o Arouca, independentemente de se ter rodado a equipa ou das opções técnico-táticas não terem sido as melhores. Se o Benfica não estivesse à frente do Porto, provavelmente o resultado teria sido outro, talvez até dilatado para benefício das hostes encarnadas. Independentemente até de ser o Sporting CP o líder do campeonato e não o Porto, porque todos sabemos que, se há “grande” que tem menos história e um passado recente menos positivo que Benfica e Porto, esse clube é o intermitente e imprevisível Sporting.

Enquanto o Benfica não se curar deste complexo de inferioridade relativamente ao Porto, nunca será o mesmo. É necessário “lavar a cara” e isso consegue-se com tempo e, quiçá, com a mudança das suas maiores figuras diretivas – Jesus e Vieira. O primeiro já teve tempo e espaço suficiente para provar que merece treinar o Benfica e o segundo, pese embora as boas intenções e a criação de vários órgãos que fortaleceram a estrutura (Centro de Estágio do Seixal, Benfica TV, Fundação Benfica e o recente Museu Cosme Damião, por exemplo), o que é certo é que o seu plano falhou. A prioridade de um clube é o seu êxito desportivo e Vieira conseguiu desenvolver tudo, menos isto. Nem o aumento do passivo para a contratação de grandes jogadores e o consequente plantel mais forte lhe valeram. Neste caso, não é a tática, a técnica ou a frescura física que contam, mas sim a força mental que pode trazer o Benfica verdadeiramente “Glorioso”.

O Benfica só será Benfica quando ganhar traquejo, força mental e estofo de campeão. No entanto, o mais importante no perder e quando digo isto refiro-me ao medo do Porto.

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