Benfica falhou Ronaldo por um telefonema

Em 1996 o plano passava por suscitar a disputa pelo jogador, aos grandes de Lisboa. O Benfica não atendeu o telefone. Conheça a história, no dia do 29º aniversário de Cristiano Ronaldo.

O melhor jogador do mundo nasceu no Funchal, a 5 de Fevereiro de 1985. O local da primeira casa onde viveu está transformado numa pequena área de estacionamento, bem perto da sede do Clube de Futebol Andorinha, o primeiro clube da carreira de Cristiano Ronaldo.

A opção, aos oito anos de idade, pelo emblema de Santo António, no concelho do Funchal, tem uma explicação. "O pai era técnico de equipamentos do clube", justifica o presidente do Andorinha, José Bacelar.

Na altura, o dirigente era o treinador da equipa sénior do Andorinha e lembra-se bem do "filho do amigo Diniz Aveiro".

"Cristiano era um miúdo franzino. Diria, até, raquítico, porque era muito magro e pequeno ,mas tinha uma técnica fora do comum. Ele destacava-se dos demais", recorda Bacelar.

A história que ficou por contarRonaldo jogou no Andorinha, entre os 8 e os 10 anos. Seguiu-se o Nacional da Madeira e a chegada ao Sporting, com 11 anos de idade. A transferência para Alvalade tem, no entanto, uma história por contar.

"Cristiano Ronaldo chegou a ser oferecido ao Benfica, mas o clube nunca atendeu a quem o oferecia", começa por revelar José Bacelar.

O objectivo passava por gerar competição pelo jogador, entre os grandes de Lisboa, aumentando o valor do jovem talento. "Queríamos pôr o Benfica e o Sporting em concorrência, para tentar mais alguns benefícios para a família dele. Era uma família modesta, que vivia com dificuldades. Tentámos contactar o Benfica, mas nunca ninguém nos atendeu", reforça.

O grande responsável pela ida de Ronaldo para o Sporting acabou por ser "o seu padrinho de baptismo, o senhor Fernão Sousa".

"O Sporting já o tinha referenciado, num torneio em Câmara de Lobos, e manifestou sempre vontade em ter o Ronaldo nos seus quadros”, explicou, nesta entrevista a Bola Branca.

Ronaldo chegou ao Sporting com 11 anos, mas, já antes, na Madeira, tinha protagonizado uma disputa entre rivais. O jornalista Acácio Pestana, madeirense e antigo colaborador da Renascença, recorda que "o pai e, particularmente ,os dirigentes do Andorinha queriam direccioná-lo para o Marítimo".

"Foi proposta uma reunião com o Marítimo. Bernardo Rosa, o director que deveria ter comparecido a essa reunião, não apareceu. O Nacional foi mais lesto e conseguiu arrebatar o Cristiano, ao Andorinha", pormenoriza o jornalista.

Ronaldo jogou no Nacional, durante uma época, nos iniciados. Ainda o Andorinha não imaginava a sua entrada para o mapa do futebol mundial, por ter sido o primeiro clube de um menino que, anos mais tarde, viria a tornar-se no melhor jogador do planeta. Hoje, no Andorinha, centenas de crianças voam nas asas de um sonho comum: ser um dia como o seu ídolo.