quinta-feira, 13 de fevereiro de 2014

Luisão já diz 33, antes de dizer 100... e 400

Luisão já diz 33, antes de dizer 100... e 400

Nuno Gomes homenageia o sucessor: «São números que só estão ao alcance de muito poucos»

Nesta quinta-feira, ainda a saborear a vitória no dérbi – a 11ª em 21 jogos com o Sporting - Luisão vai apagar um bolo com 33 velas. Chegado ao clube em 2003, o capitão do Benfica, que cumpre a 11ª temporada na Luz, já bateu variadíssimos recordes. E está perto, muito perto, de atingir mais alguns marcos históricos.

Na próxima quinta-feira, se entrar em campo em Salónica, diante do PAOK, na Liga Europa, Luisão vai cumprir o 
100º jogo nas competições europeias, reforçando ainda mais o estatuto de líder destacado nessa categoria. Veloso é quem se segue, com 77, com Eusébio e Nené logo atrás, com 75. O central brasileiro é também o jogador do Benfica que mais vitórias festejou em provas europeias (46), novamente à frente de Veloso (40) e de Eusébio (37), e também aquele que mais vezes envergou a braçadeira de capitão na Europa (56).

Mas não vão esgotar-se aqui os registos marcantes de Anderson Luís da Silva, que está a apenas três jogos de se tornar o 11º jogador do Benfica com mais partidas oficiais em toda a história do clube. Com 397 jogos, o internacional brasileiro poderia atingir essa marca já no dia 23 de fevereiro, caso esteja presente nos jogos fora com Paços (dia 16) e PAOK (dia 20) e no jogo em casa com o V. Guimarães.

A confirmar-se, iria ultrapassar Nuno Gomes, que regista 399 partidas de encarnado. Em conversa com o Maisfutebol o avançado, com quem Luisão partilhou o balneário da Luz ao longo de oito temporadas, e de quem herdou a braçadeira de capitão, é o primeiro a saudar as proezas do seu sucessor: «São números que só estão ao alcance de muito poucos. Não tenho dúvidas de que Luisão representa muito para o Benfica, e é hoje uma peça fundamental na equipa e no clube», afirma.

O antigo 21 da Luz lembra que o brasileiro teve de conquistar o seu espaço a pulso, chegando numa altura em que o clube lutava para sair da pior crise da sua história: «Tem todo o mérito em atingir este estatuto. Lembro-me bem de quando chegou. Ainda era jovem, mas não parecia. Sempre apresentou maturidade acima da média e isso ajudou-o a impor-se na equipa e no grupo. Ainda na minha altura, mesmo não usando a braçadeira, tornou-se um dos líderes do balneário. Quando eu era o capitão partilhei muitas responsabilidades com ele», sublinha.

O facto de Luisão ter marcado em 2005, ao Sporting, o golo com maior simbolismo no regresso do Benfica aos títulos de campeão, pondo fim a um jejum de onze anos, ajudou a cimentar o seu estatuto de referência no balneário encarnado, embora nem sempre tenha sido uma figura consensual para os adeptos, como jogador, primeiro, e como capitão, depois. Mas a capacidade de dar a volta por cima tem-no acompanhado, como o demonstra a excelente temporada 2013/14 que tem vindo a cumprir (é um dos totalistas da Liga), depois de uma época 2012/13 que começou mal, com uma suspensão disparatada, e acabou pior, com três troféus a fugirem sobre a meta.

Nuno Gomes sabe do que fala quando aponta esse dado como mais um ponto a valorizar no trajeto de Luisão no Benfica: «No futebol poucos conseguem agradar a gregos e troianos. À exceção dos melhores do mundo, que se afirmam de forma unânime, há sempre treinadores de bancada que não gostam desta ou daquela característica de um jogador. Mas até isso é um sintoma de persistência: há os que se deixam abater pelas críticas, ou que se escondem no jogo, e o Luisão nunca foi desses», reforça.

Por isso, não será exagero antecipar que, mesmo sem acompanhar a abundância de títulos dos ídolos encarnados das décadas de 60 e 70 (até agora conquistou dois campeonatos, uma Taça, uma Supertaça e quatro Taças da Liga), o aniversariante desta quinta-feira vai marcar uma era. Nuno Gomes confirma: «Os adeptos do Benfica têm o dom de não esquecer, lembram-se de tudo, mesmo de jogadores com passagens curtas pelo clube. Quanto mais de alguém como ele, com todos estes anos de Benfica. Acho que daqui por dez ou 15 anos ainda será recordado como um grande capitão, um grande jogador, que fomos felizes por acompanhar», conclui, de capitão para capitão.

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