O estreante que quer estragar a primeira final em doze dias
Benfica entra em fase crítica da época em que pode fazer um percurso absolutamente histórico. Para o Rio Ave esta é a primeira final da Taça da Liga e a primeira oportunidade para levantar um troféu
O jogo desta quarta-feira em Leiria (TVI, 20:30) apresenta-se como a oportunidade do Benfica conquistar a sua quinta Taça da Liga, uma competição onde esmaga completamente toda a concorrência. Para os vila-condenses é apenas a primeira oportunidade de levantar o troféu, como evidenciou Nuno Espírito Santo na conferência de imprensa de antevisão: «As finais são para ganhar, pode ser que desta vez toque a nós». O jogo será apitado por Hugo Miguel.
Com as finais da Liga Europa, face ao Sevilha (14 de maio), e da Taça
de Portugal, novamente com o Rio Ave (18), para disputar, abre-se a
possibilidade de Jorge Jesus fazer uma gestão da equipa, embora isso não
convença o treinador do Rio Ave, que vislumbra no adversário muitas
soluções.
Sem receio do que sucedeu na época passada, em que os encarnados perderam tudo, Jesus deixa o aviso: «Nunca tivemos fantasmas. Tivemos foi sempre uma luz que nos guiou para fazer aquilo que fizemos a época passada. Fantasma é não ter capacidade de chegar lá»
As duas equipas tiveram trajetos muitos diferentes para a final.
Enquanto o Benfica teve de eliminar Nacional, Gil Vicente, Leixões e FC
Porto, o Rio Ave teve pela frente Paços de Ferreira, Vitória de Setúbal,
Sporting da Covilhã e Sporting de Braga. Em todo o caso, ambos venceram
três vezes e empataram um.
Rodar ou apostar tudo?
Enquanto Jesus insiste que as finais são para se jogar e Nuno
considera que são para ganhar, umas das incógnitas para o jogo desta
quarta-feira está relacionada com o onze que o Benfica poderá
apresentar, tendo em vista eventuais poupanças. O treinador do Rio Ave
não acredita nisso e Jorge Jesus não abre o jogo, mas será de esperar
que Enzo Pérez, Sálvio ou Markovic, jogadores que não podem jogar a
final de Turim por castigo, alinhem de início em Leiria.
Com o título conquistado, o Benfica pode repetir a proeza do FC Porto
em 2010/11 (foi campeão, venceu a liga Europa e a Taça de Portugal), e
ainda com o bónus de lhe juntar a Taça da Liga, o que seria
absolutamente inédito. Um cenário que o clube nunca saboreou em 110 anos
de história, embora por duas vezes tenha sido campeão e estado na
finais europeias e da Taça de Portugal. Em 1964/65 perdeu na final da
Taça de Portugal e na Taça dos Clubes Campeões Europeus e em 1982/83
venceu a Taça de Portugal e perdeu na final da Taça UEFA.
Enorme desnível no historial de confrontos
O Benfica tem uma grande supremacia no histórico dos
confrontos com o Rio Ave, com 33 vitórias e apenas três derrotas (98
golos marcados e 32 sofridos), sendo que o primeiro jogo ocorreu apenas
em 1979/80, quando os vila-condenses se estrearam na I Divisão, e logo
com uma goleada das antigas (11-0).
Por tudo isto, Pires e Miguelito, que escreveram as vitórias por 1-0
de 1981/82 e 2004/05, respetivamente, são nomes incontornáveis, bem como
Peu, Nenad e Marcos, que, em 1997/98, selaram o 3-1 que, à quarta ronda
do campeonato, despediu Manuel José do cargo de treinador dos
«encarnados». Três jogos que são a exceção no domínio benfiquista, que,
logo em 1979/80, “batizaram” o Rio Ave na primeira divisão com um total
de 11-0.
A superioridade continua nesta época, com dois triunfos: 4-0 na Luz e
3-1 em Vila do Conde. O primeiro jogo ocorreu no Estádio dos Arcos, na
11.ª jornada, a 1 de dezembro de 2013, e o segundo a 7 de abril, na 26ª.
Nos dois jogos, Rodrigo, Lima e Cardozo marcaram, cada qual, dois
golos, o paraguaio de grande penalidade, sendo que Gaitan faturou o
outro tento dos «encarnados», enquanto Ukra foi o autor do tento
solitário da equipa de Nuno Espírito Santo.
O novo palco
Leiria estreia-se como palco da final da Taça da Liga, depois das das
três primeiras edições, entre 2007/08 e 2009/10, terem sido disputadas
no Estádio Algarve, em Faro/Loulé, e as mais recentes, entre 2010/11 e
2012/13, no Estádio Cidade de Coimbra.
A cidade do Liz recebeu, porém, duas edições da Supertaça Cândido de
Oliveira: em 2005/06, o FC Porto do interino Rui Barros, conquistou a
sua 15ª Supertaça, vencendo o Vitória de Setúbal por 3-0; na época
seguinte, a 11 de agosto de 2007, um golo do russo Marat Izmailov,
frente ao FC Porto, foi suficiente para que o Sporting de Paulo Bento
erguesse o troféu pela sexta vez.
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