domingo, 17 de novembro de 2013

Jorge Jesus interrogado na segunda-feira por incidentes em Guimarães

Jorge Jesus interrogado na segunda-feira por incidentes em Guimarães

O treinador do Benfica, Jorge Jesus, deverá ser interrogado na segunda-feira pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, como arguido no inquérito aos incidentes no final da partida com o Vitória de Guimarães.

Pela sua conduta no final do jogo, Jorge Jesus pode responder pelos eventuais crimes de resistência e desobediência à autoridade pública (punido com pena de prisão até cinco anos) e ofensa à integridade física dos agentes policiais.

O incidente em questão aconteceu no final do desafio com o Vitória de Guimarães, da 5.ª jornada da Liga, onde Jorge Jesus intrometeu-se numa ação da polícia que tentava travar adeptos benfiquistas que invadiram o relvado para celebrar a vitória do Benfica, por 1-0.

Relatório da PSP confirma agressões de Jorge Jesus

De acordo com a SIC Notícias, o relatório da PSP confirma que Jorge Jesus agrediu por duas vezes o agente da PSP, após o fim da partida frente ao Vitória de Guimarães.

O incidente aconteceu quando o Jorge Jesus tentou afastar a polícia de um adepto do Benfica, que tinha entrado em campo, após o apito final.

Federação abriu inquérito disciplinar a Jorge Jesus

O Conselho de Disciplina da federação abriu um inquérito disciplinar ao treinador do Benfica, Jorge Jesus, na sequência dos incidentes registados no final do encontro em Guimarães, no passado domingo.

O processo segue para a Comissão de Instrução e Inquéritos, que tem 15 dias para remeter o caso para o CD para depois ser deduzida, ou não a acusação. Recorde-se que Jorge Jesus arrisca uma suspensão desportiva que pode ir de três meses a três anos.

Entretanto, a Polícia de Segurança Pública já enviou o auto de notícia dos factos ocorridos após o encontro no Estádio D. Afonso Henriques para o Tribunal Judicial de Guimarães. O Ministério Público deverá determinar a organização do inquérito para juntar provas e julgar o arguido.

Suspensão desportiva a Jorge Jesus pode ir até aos três anos

O Conselho de Disciplina (CD) da Federação Portuguesa de Futebol reúne-se hoje e, tudo indica, irá analisar o episódio que envolveu Jorge Jesus no final do jogo V. Guimarães-Benfica, anteontem. 

Aquele órgão deve anunciar a abertura de um processo disciplinar ao técnico, e, em última instância, ou seja, se for provada a agressão, Jesus será suspenso entre três meses e três anos (artigo 131º do Regulamento Disciplinar), dado que em causa está um agente da autoridade - se fosse um assistente de recinto desportivo, por exemplo, a pena iria de dois meses a dois anos.

A BOLA falou com Ricardo Costa, jurista e ex-presidente da Comissão Disciplinar da Liga. «A avaliação feita pelo CD dependerá dos relatórios dos delegados da Liga e das forças policiais. Se em ambos não existir algo que indicie a agressão, ou seja, o cenário mais grave, o ato pode então ser entendido como uma infração intermédia ao regulamento disciplinar, que prevê gestos grosseiros e injúrias, cuja pena vai de oito dias a três meses. Há uma terceira hipótese, que dá apenas multa e tem a ver com a violação do dever de correção para com outros agentes», sublinhou, acrescentando que a decisão só seria tomada hoje ou esta semana pelo CD caso tivesse um enquadramento leve, ou seja, «multa ou suspensão até oito dias». Ao invés, «as sanções que implicam imputação de pena acima de um mês passam pela abertura de processo disciplinar e não podem ser objeto de um castigo sumário». 

A confirmar-se o procedimento disciplinar, o processo é enviado então para a Comissão de Instrução e Inquéritos da Liga, que formulará acusação ou arquivará o caso. «Não arrisco a decisão que será tomada porque a experiência diz-me que muitas vezes o que se vê na televisão não tem correspondência nos relatórios, cuja descrição é mais vaga. Por isso é que muitas vezes resulta num enquadramento intermédio», explicou Ricardo Costa.

Apesar de, em termos regulamentares, não estar colocada de parte a possibilidade de suspensão preventiva de Jorge Jesus (artigo 41.º, 3 do Regulamento Disciplinar), até ser conhecida a decisão do processo disciplinar, esse cenário parece pouco provável. Note-se ainda que uma eventual suspensão preventiva nunca poderia ser superior a 25 dias.

Advogado de Jesus diz que incidentes «estão a ser extrapolados»

Miguel Henrique diz que Jorge Jesus se considera «moralmente responsável» pelo que aconteceu em Guimarães, uma vez que pediu aos jogadores para se aproximarem das bancadas e agradecerem o apoio dos adeptos.

«Está a extrapolar-se o que se passou. Jorge Jesus sentiu-se moralmente responsável por ter pedido aos jogadores que se dirigissem à bancada. Sendo moralmente responsável por esse ato, percebeu que, pela falha de segurança, deixaram entrar adeptos. O que agarrou a camisola já estava a voltar para a bancada e houve ali algum excesso de zelo, que só acontece a quem lá está», disse, considerando ainda que «podia ter havido mais tranquilidade» por parte das autoridades. 

«Havia três ou quatro homens a agarrar o miúdo e a torcerem-lhe o braço, o que levou à reação de Jorge Jesus, que chegou com intenção de serenar e acalmar.»

Em relação ao processo, o advogado lembrou que Jorge Jesus terá ainda que ser notificado, que «um auto de notícia apenas serve para saber se há matéria para investigar, e só depois se saberá se há matéria ou não para acusar» e admitiu que «possa haver outros interesses, paralelos ao que aconteceu, e que outras entidades e instituições, na defesa dos seus interesses, possam estar a movimentar-se para empolar esta situação».

Associação de Treinadores defende Jorge Jesus

O presidente da Associação Nacional de Treinadores de Futebol garante total apoio a Jorge Jesus no incidente protagonizado no final do jogo em Guimarães. José Pereira diz não querer branquear o comportamento do treinador do Benfica, mas considera que se trata de um incidente desculpável.

«Naturalmente que nos colocaremos à disposição de Jorge Jesus no que for necessário para a sua defesa, reconhecendo que, apesar não serem atitudes louváveis e recomendadas, são atitudes que porventura se desculpam, atendendo à situação com o adepto», afirmou José Pereira em declarações prestadas à Renascença.
«Não são gestos que se devam repetir, mas não podemos fazer disto um caso que lese a Pátria», vincou o dirigente.

Não houve agressões de ninguém», diz adepto que Jesus defendeu

Luís Filipe Sanches, adepto que Jorge Jesus procurou defender em Guimarães, considera que a atitude do treinador fortaleceu a união entre os adeptos e o treinador do Benfica. Explica como tudo aconteceu. 

«Estava a festejar a vitória pendurado no gradeamento, fui empurrado e caí no relvado. Decidi tentar a minha sorte e conseguir uma camisola do Benfica. Quando me apercebi, apanharam-me pelo pescoço e tinha quatro pessoas em cima de mim. Ouvi Jorge Jesus dizer “Por favor, larguem o rapaz. Deixem o rapaz regressar à bancada”, mas o polícia disse que já não podia ir. Não houve agressões de ninguém. A atitude de Jorge Jesus foi de uma pessoa que não deixa ninguém para trás, comoveu-me porque dá uma grande força à massa associativa ver a união entre o grupo e os adeptos. Foi uma grande ação de Jorge Jesus», disse em declarações àBenfica TV.

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