sábado, 18 de janeiro de 2014

Principais vendas do Benfica na era Jorge Jesus já renderam mais de 200 milhões de euros

Principais vendas do Benfica na era Jorge Jesus já renderam mais de 200 milhões de euros

Nemanja Matic foi o sétimo jogador a sair do Estádio da Luz por mais de 20 milhões de euros nas últimas épocas.

No final da temporada passada, quando a discussão em torno da renovação contratual de Jorge Jesus atingia o auge, dois factores fundamentais terão pesado na decisão da direcção do Benfica de prolongar o vínculo com o treinador: a preservação da estabilidade desportiva e as mais-valias geradas no mercado de transferências. A venda de Nemanja Matic ao Chelsea, na quarta-feira, é apenas o mais recente exemplo de uma filosofia de valorização de activos que o técnico tem exponenciado. O sérvio foi o sétimo jogador do clube a ser transferido acima da fasquia dos 20 milhões de euros desde que Jesus chegou à Luz.

Nunca o Benfica vendeu tanto e por valores tão significativos como nas últimas épocas. E se é certo que Luís Filipe Vieira, presidente do clube, tem também investido forte na altura de comprar, não é menos verdade que a maioria das apostas tem dado frutos, especialmente desde que Jorge Jesus assumiu o comando dos “encarnados”, em 2009.  

No final da primeira época, o clube vendeu, de uma assentada, Angel Di María ao Real Madrid (33 milhões de euros, 25 + 8 decorrentes da utilização e rendimento do jogador) e David Luiz (30) e Ramires (22) ao Chelsea. Por estes três jogadores, tinha desembolsado 16 milhões de euros e encaixou 85 milhões. Mesmo tendo em conta que a estes valores há que subtrair comissões, pagamento do fundo de solidariedade e outros encargos financeiros, a mais-valia é evidente.

Bem sucedidos foram também os casos de Fábio Coentrão, que Jesus reinventou como lateral-esquerdo e que rendeu aos cofres da Luz 30 milhões de euros, pagos pelo Real Madrid, em 2011; de Javi García, vendido ao Manchester City por 20,2 milhões; e de Axel Witsel, a transacção mais cara da história do clube: 40 milhões de euros desembolsados pelo Zenit.


Problemas desportivos para a equipa
A transferência de Matic para o Chelsea, oficializada a meio da semana por 25 milhões de euros, eleva para sete o número de negócios chorudos realizados na era Jorge Jesus. Feitas as contas, se juntarmos as principais saídas desde 2009-10 (ver quadro), o Benfica realizou 207,8 milhões de euros com um investimento de 38,66 (sem contabilizar salários e prémios), o que perfaz um saldo positivo de 169 milhões.

“Normalmente, quando saem jogadores do Benfica, não saem, e estou a falar em sentido figurado, para o Standard Liège. Saem para o Manchester City, para o Real Madrid, para o Chelsea. Mas quando vêm, não vêm daí. É o trabalho que me compete fazer”, assinalou ontem Jorge Jesus, durante a conferência de imprensa de antevisão do jogo com o Marítimo, para a 16.ª jornada da Liga.

O técnico reconheceu, porém, que as mais-valias negociais levantam problemas desportivos à equipa. O mais premente prende-se com a ocupação da posição seis, que Matic ocupou de forma indiscutível durante época e meia. “É muito difícil encontrar um jogador com as características do Matic. Ele tem 1,96m. Estes jogadores aparecem de dez em dez anos. A sua morfologia é adequada para a posição. Ele foi uma peça rara”, defendeu.

O sérvio aproveitou a saída de Javi García para se afirmar na Luz e na Europa e não poupou elogios a Jesus na altura da partida para Londres. Mas também há vários casos de jogadores que significaram um investimento sério e que o treinador não conseguiu potenciar. Neste lote, o guarda-redes Roberto Jiménez surge à cabeça, pela avultada soma a que ascendeu o seu passe desportivo (8,5 milhões de euros) – acabaria por ser vendido ao Saragoça e, mais tarde, por incumprimento do plano de pagamentos, transferido para o Atlético Madrid, por seis milhões.

Franco Jara (5,5 milhões), por outro lado, foi contratado em 2010 como uma séria alternativa para o ataque mas tem vivido de empréstimo em empréstimo desde então. A mesma sorte tem tido o brasileiro Sidnei, um defesa central contratado antes da chegada de Jesus por cinco milhões (50% do passe) mas com o qual o treinador nunca contou. Mesmo no actual plantel, Ola John é uma incógnita dispendiosa: o Benfica desembolsou pelo holandês cerca de nove milhões.

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