quarta-feira, 12 de fevereiro de 2014

Jesus multado por incidentes em Guimarães

Jesus multado por incidentes em Guimarães

Jorge Jesus foi esta quarta-feira condenado ao pagamento de 25 mil euros a duas instituições de solidariedade pelos incidentes no final do jogo com o V. Guimarães, disputado a 22 de setembro do ano passado no Estádio D. Afonso Henriques.

Em comunicado emitido pela Procuradoria Geral do Porto pode ler-se que «o Ministério Público considerou que os elementos de prova recolhidos no inquérito indiciavam a prática, por este, de um crime de resistência e coacção a funcionário, previsto e punível pelo artigo 347º nº1 do Código Penal».

«Ponderados todos os elementos relevantes, concluiu que estavam reunidos os requisitos para que o processo fosse suspenso provisoriamente. Como esta medida processual depende da concordância do arguido, foi o referido treinador confrontado com ela, nos termos delineados pelo Ministério Público quanto a prazo e injunções, aceitando-a. Nesta conformidade, obtida também a necessária concordância judicial, foi o processo de inquérito, quanto ao referido treinador principal, suspenso pelo prazo de oito meses, prazo durante o qual deverá dar cumprimento às seguintes injunções: Entrega de satisfação pecuniária ao lesado, agente da PSP, no valor de €500; pagamento de €25 000 a duas instituições de solidariedade social identificadas - €12 500 a cada uma delas -, uma com actuação na área da saúde, outra na área do apoio à criança», especifica o documento.

Jorge Jesus terá ainda de proceder «ao pagamento ao Estado das despesas relacionadas com a assistência médica prestada ao agente de autoridade no valor total de €75,66», bem como «das despesas realizadas com o exame pericial de avaliação do dano corporal, no valor de €71,40».

«Se o arguido cumprir as referidas injunções e não cometer, durante o prazo da suspensão, crime da mesma natureza, o processo será arquivado; caso contrário, o processo prosseguirá para julgamento», termina o comunicado.

Jorge Jesus, recorde-se, procurou libertar um adepto do Benfica que estava a ser controlado pelas forças de segurança depois de este ter invadido o relvado do Estádio D. Afonso Henriques para festejar a vitória das águias, por 1-0, na partida da jornada cinco da Liga.

O treinador do Benfica já havia sido punido pelo Conselho de Disciplina da Federação Portuguesa de Futebol com um mês de suspensão em consequência dos incidentes ocorridos em Guimarães.

Raul José absolvido
O Ministério Público «determinou o arquivamento do inquérito» instaurado a Raul José, adjunto de Jorge Jesus na equipa técnica do Benfica, «por considerar que os elementos indiciários recolhidos durante a investigação não permitiam, com a devida sustentabilidade, imputar-lhe qualquer crime».



Advogado de Jesus fala em decisão "intempestiva"
CARLOS DO PAULO DESAGRADADO COM DESENVOLVIMENTOS

Carlos do Paulo, advogado de Jorge Jesus, qualificou esta quarta-feira como "intempestiva, inoportuna e precipitada" a divulgação pela Procuradoria Distrital do Porto do andamento do processo de inquérito movido pelo Ministério Público (MP) contra o treinador do Benfica.


"Como mandatário judicial do meu constituinte, o arguido Jorge Jesus, no processo judicial e criminal que corre os seus termos na comarca judicial de Guimarães, sinto uma reação de censurabilidade ao comunicado da Procuradoria Distrital do Porto por ser inoportuno, intempestivo e totalmente inusitado", disse Carlos do Paulo, em declarações à agência Lusa.


O advogado do técnico encarnado sustenta a sua argumentação no facto de Jorge Jesus "não ter sido sequer notificado dos procedimentos, tal como o próprio ofendido" [o agente da Polícia de Segurança Pública], bem como na possibilidade de, "no limite, tudo o que consta do comunicado ficar sem efeito e haver lugar a julgamento".


Carlos do Paulo reitera "a inoportunidade da decisão" da Procuradoria Distrital do Porto, que "só deve dar explicações públicas, quando há alarme social, o que não é o caso", e a "precipitação ao divulgar algo que não lhe competia divulgar".


"As explicações, a serem dadas, devem sê-lo pelos sujeitos processuais. A Procuradoria não tem nenhuma necessidade de justificação pública do que se está a passar no processo quando os próprios interessados ainda não têm conhecimento dos factos", argumentou Carlos do Paulo, que irá, na quinta-feira, dar uma conferência de imprensa, no Hotel Marriot, em Lisboa, a partir das 20H30, na qual dará explicações públicas sobre o caso na condição de mandatário judicial de Jorge Jesus.

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