domingo, 16 de fevereiro de 2014

Vitória com “fato-macaco” e laivos de magia (destaques)

P. Ferreira-Benfica, 0-2 (destaques)

P. Ferreira – Benfica, 0-2: Vitória com “fato-macaco” e laivos de magia

Tarde de sol na cidade da Capital do Móvel e jogo ao fim da tarde foram os ingredientes que resultaram na perfeição para lotar o estádio pacense, isto em dia de inauguração da nova bancada.

Pintado de vermelho, uma vez mais – é recorrente – o Benfica parecia jogar em casa. Na antecâmara, Jorge Jesus disse que o Paços de Ferreira seria o verdadeiro adversário da equipa e não se enganou. Aqui e ali, o relvado pode ter criado problemas, mas foram uns “castores” aguerridos e disciplinados tacticamente que dificultaram a tarefa ao líder da classificação.

Apoiado pelo público, o Benfica não se fez rogado e desde cedo pegou na batuta da partida e tocou a música que mais lhe convinha para ganhar. Porém, na primeira parte esbarrou num Paços de Ferreira que deu poucos espaços entrelinhas não permitindo que os da Luz se acercassem da baliza de Degra.

A excepção veio dos pés de Maxi Pereira que, aos 38’, num cruzamento “venenoso” quase traía Degra. Ao intervalo, o 0-0 acabava por penalizar um Benfica mais ofensivo.

Transfigurados para a etapa complementar, o Benfica subiu ainda mais o seu bloco, pressionou mais alto e o Paços de Ferreira viu a bola a rondar a sua baliza com maior frequência.

Já o fazia por merecer (o mesmo já acontecera nos primeiros 45 minutos) e o golo apareceu aos 54 minutos através da cabeça de Garay que disse “Sim!” a um cruzamento tenso de Ruben Amorim.

A perder, os “castores” subiram as linhas com o objectivo de empatar. As dificuldades em entrar na área benfiquista eram muitas tal o inteligente posicionamento táctico da defensiva forasteira.

Esse atrevimento teve consequências. Numa transição rápida pelo meio, Rodrigo foi solicitado, a bola sobrou para Markovic que arrancou ao seu estilo e tirou um remate potente para o 0-2 (67’).

A vencer por 0-2, o Benfica “fato-macaco” deu lugar ao Benfica “nota artística” com trocas de bola ao primeiro toque e com bastante assertividade que colocaram a cabeça em água aos pacenses. Ao colectivo aprumado juntaram-se pormenores individuais interessantes e que trouxeram magia à Capital do Móvel.

Garay e Markovic “coloriram” o marcador e o Benfica segue líder com 46 pontos.

O Sport Lisboa e Benfica alinha com o seguinte onze: Oblak; Maxi Pereira, Garay, Luisão, Siqueira; Fejsa, Ruben Amorim (André Gomes, 88’), Gaitán (Sulejmani, 60’), Markovic; Lima (Djuricic, 83’) e Rodrigo.

A cabeça de Garay está na Luz

A FIGURA: Garay  está com a cabeça no Benfica. Sai, não sai, ninguém sabe. Por enquanto, com o Zenit lá longe a piscar-lhe o olho e a acenar-lhe com um carregamento de dinheiro, mantém os pés no chão e o profissionalismo em tudo o que faz. Além do golo, desbloqueador, não perdeu um lance e resolveu tudo com classe e concentração. É um central de eleição e será, por certo, uma baixa grave caso rume para São Petersburgo.

NEGATIVO: protestos a maisAo intervalo, o Benfica tinha três defesas amarelados, dois por protestos com o árbitro. É um problema comportamental dos nossos futebolistas. Falam, abusam, levam longe de mais os seus argumentos e quase sempre de forma incorreta. Mais cabeça fria, por favor.

MOMENTO DO JOGO: golo de Markovic, minuto 68Terá sido o frio? O relvado empapado? A exigência física num jogo de poucos espaços? Tudo junto talvez ajude a explicar o desaparecimento do internacional sérvio na Mata Real. Zero, não fez nada de significativo, nem de útil, até… pois, o nosso raciocínio foi quebrado com a arrancada imparável para o segundo golo do Benfica. Salvou a noite e fechou a contagem. Nota positiva para ele.

OUTROS DESTAQUES:

Oblak – Foi um espectador durante toda a primeira parte. Segurou algumas bolas que chegaram com tranquilidade. Na segunda metade continuou a ter pouco que fazer, mas sempre que chamado mostrou segurança.

Maxi Pereira – Lutador, o uruguaio foi incansável defensiva e ofensivamente. Esteve muito combativo conforme pediam as características do jogo. Permitiu poucas veleidades na sua zona de terreno.

Luisão – Marcou Bebé e a estampa física do avançado não o atemorizou. Dominou o sector mais recuado e ainda teve tempo de aparecer na área contrária a desequilibrar.

Siqueira – Como habitual esteve muito ofensivo mas não foi surpreendido nas costas. Combinou bem com Gaitán e tirou uma série de cruzamentos perigosos.

Fejsa - Equilibrado no posicionamento, simples no passe, forte no ar, sereno no choque. Não é Matic, nunca será, pois falta-lhe dimensão no arranque do processo defensivo. Garante, porém, segurança e eficácia num lugar-chave. Em Paços Ferreira esteve confortável em todas as ações. Bom jogo.

Rúben Amorim - Competente a lançar e a organizar, mas sem a fúria de Enzo Pérez. É um jogador maduro, consciente e uma garantia de solidez no meio-campo. Com uma reserva deste calibre, Jorge Jesus pode estar descansado.

Nico Gaitán - A riqueza técnica não é novidade nem surpresa, mas a raça e o desejo com que encarou o jogo merecem um elogio especial. Foi ao chão, roubou bolas, ganhou no corpo a corpo, surpreendeu. Fez tudo o que Markovic foi incapaz de garantir. Por inépcia ou, lá está, falta de ambição. Os pezinhos de veludo de Nico não se envergonharam com o tapete modesto de Paços Ferreira.

Markovic – No início da partida pareceu não se adaptar ao estilo combativo do jogo. Com o decorrer dos minutos percebeu melhor como teria de estar em campo e subiu de rendimento. Tal subida foi culminada com o segundo tento das “águias”.

Lima – Correu quilómetros e lutou muito. Deu trabalho à defensiva pacense. Jogou bem de costas para a baliza, segurou bem o esférico e permitiu que a equipa subisse no terreno.

Rodrigo – Tentou jogar entrelinhas e nas alas, mas não conseguiu muitos espaços para criar perigo. Esteve envolvido no lance do golo de Markovic.

Sulejmani – Entrou na partida com vontade de mostrar serviço. A sua técnica deu trabalho a Tony. Sofreu muitas faltas.

Djuricic – Tentou pegar no jogo na posição 10, mas o jogo já estava resolvido

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