segunda-feira, 21 de abril de 2014

Maior investimento de sempre para tentar hegemonia

Maior investimento de sempre para tentar hegemonia

Benfica superou o FC Porto no estatuto de clube mais gastador em Portugal para chegar ao título de campeão nacional. Risco financeiro começa a dar retorno desportivo.

Gastar para vencer. O Benfica, recém-consagrado campeão nacional pela 33.ª vez, assumiu o risco de realizar o maior investimento de sempre para travar a hegemonia do FC Porto. Para já, a aposta da SAD encarnada tem corrido da melhor forma: impediu bem cedo o "tetra" dos dragões e soma a maior vantagem pontual da era Pinto da Costa sobre o FC Porto.
Tudo isto numa época na qual o Benfica ainda se deu ao "luxo" de vender o seu melhor jogador, Matic, a meio da temporada. Mas mal se deu pela falta do sérvio desde a saída para o Chelsea e os 25 milhões de euros que o trinco rendeu foram decisivos para assegurar a estabilidade financeira na Luz - bem como os 33,3 milhões de euros garantidos com a cedência dos direitos económicos de André Gomes e Rodrigo à Meriton Capital Limited.
O FC Porto apresenta, por norma, os maiores orçamentos do futebol português, mas o Benfica inverteu a tendência e é agora o clube mais gastador - e mais endividado, mas com ativo superior, embora insuficiente para assegurar capitais próprios positivos - a nível nacional. No primeiro semestre da época 2013/14, ponto de referência para a análise, o Benfica gastou 49,7 milhões de euros, superando FC Porto (48,6) e Sporting (24,15).
Para preparar a época 2013/14, o Benfica, recorde-se, investiu 49,3 milhões de euros em reforços e cruzou o primeiro semestre com uma subida de 2,1% para um passivo de 450 milhões de euros, números não consolidados e que representam quase tanto como FC Porto (212,7) e Sporting (265,39) juntos. Além disso, o Benfica é quem mais gasta em salários: os 28,48 milhões de euros desembolsados até dezembro representam o custo mais elevado da história da SAD, acima de FC Porto (24,67) e Sporting (15,24).
As vendas de Matic, André Gomes e Rodrigo, porém, deverão permitir ao Benfica sair da situação de falência técnica (os capitais próprios negativos ascendem a 39 milhões de euros), numa altura em que as receitas em prémios da UEFA ainda poderão subir. Ao ser eliminado na fase de grupos da Liga dos Campeões e ter chegado às meias-finais da Liga Europa, o Benfica amealhou 14,1 milhões de euros, podendo arrecadar mais 2,5 se for à final (valor que dobra em caso de vitória). Com as receitas de market pool, as águias podem igualar ou superar os 21,7 milhões ganhos em 2012/13.

Sem comentários:

Enviar um comentário