quarta-feira, 16 de abril de 2014

Os números do clássico e os destaques!

Dragão com a bola, mas águia com os golpes precisos

O FC Porto finalizou quatro vezes na área de Artur, o Benfica rematou menos, mas teve cinco junto de Fabiano

A expulsão de Siqueira inclinou os números do Clássico desta quarta-feira, na Taça de Portugal. O Benfica começou melhor, mas o cartão vermelho ao brasileiro deu o domínio territorial ao FC Porto. Assim, ao Benfica cabia ser fatal, aproveitar tudo o que criasse e na análise do Centro de Estudos do Futebol da Universidade Lusófona para a Maisfutebol Total percebe-se que as águias não só seguiram a ideia, como ela deu resultado. O Benfica valeu-se da eficácia para chegar ao Jamor. 

O FC Porto rematou o dobro do rival na primeira parte. Os dragões alvejaram a baliza de Artur em quatro tentativas. Enquadraram duas delas, mas saíram do primeiro tempo a zeros. Já o Benfica teve 50 por cento de eficácia. Dois remates, um golo. Um cenário que viria a verificar-se também no segundo tempo. 
Entre os 45 minutos e os 90, o FC Porto fez um golo em cinco remates; o Benfica fez dois em quatro. De novo, a eficácia de 50 por cento a decidir o Clássico. Isso e o talento de André Gomes, obviamente. Apesar de ter a bola, os dragões tiveram quatro finalizações dentro da área de Artur. As águias tiveram cinco na de Fabiano no total do jogo.  

Com um jogador a mais, os dragões dominaram o jogo com bola. Tiveram-na, mas quando a perderam deixaram de recuperar tanto à frente na segunda parte. Precisamente aquela em que chegaram ao empate. Os números mostram que no primeiro tempo, os dragões tiveram seis por cento das recuperações na zona de remate e nove por cento em zona ofensiva. Ou seja, bem inseridos no meio-campo contrário.
Já o Benfica teve de recuar. Com a linha a baixar um pouco no segundo tempo, as recuperações de bola deram-se sobretudo na parte mais perto da baliza de Artur. Ainda assim, quando se contrasta com as recuperações do FC Porto, nota-se que as águias conseguiram sempre passar a primeira pressão portista.
O total dos números mostra perfeitamente em que zonas as duas equipas jogaram, com os encarnados a terem tração atrás, mas quase sempre com boas soluções de saída de bola. A este dado não será alheio o bom desempenho de André Gomes. Na comparação com o primeiro jogo destas meias-finais, o Benfica esteve mais atrás e fez três golos: no Dragão não tinha feito nenhum. 


Ninguém aproveitou situações de contra-ataque, o Benfica teve um maior número de bolas paradas, influenciado por seis pontapés de cantos consecutivos no primeiro tempo. Nas faltas, destaque para a parte final do desafio, com grande confusão junto às laterais. O Benfica sofreu 12 faltas no total do segundo tempo, uma delas originou uma grande penalidade. O FC Porto sofreu metade.  Em suma, os números indicam uma coisa: o Benfica soube sempre o que fazer e como, o FC Porto não.

A figura:
 André Gomes De longe a melhor exibição na equipa principal do Benfica, por parte deste médio que tanto promete. Muitas vezes acusado de falta de intensidade, entrou no espírito do clássico e mostrou enorme garra, mesmo ainda antes da equipa ficar em inferioridade numérica. E depois falar do golo é falar de um momento genial, um pormenor de craque, a tirar Fernando do caminho e depois a fuzilar Fabiano com a serenidade que lhe é habitual. 

Positivo: 
Salvio
 Não fora o momento genial de André Gomes, a decidir a eliminatória, e Salvio talvez fosse o melhor em campo. Assustou Fabiano logo aos quatro minutos, com um remate ao lado, mas pouco depois apareceu bem ao segundo poste, com uma bela impulsão, a empatar a eliminatória, e depois ainda sofre a grande penalidade que renova a esperança encarnada. Aqui e ali agarrou-se demasiado à bola, mas isso acaba por ser mais uma prova da forma confiante com que encara os jogos, nunca acusando o ambiente. 

Negativo:
Siqueira 
Ainda que o primeiro cartão amarelo seja discutível, um jogador já admoestado não pode protagonizar uma entrada como a do brasileiro, já depois de Quaresma ter passado a bola. A meio-campo, sem qualquer necessidade. 

Outros destaques: Rodrigo 
Foi a sua mobilidade e irreverência a baralhar as marcações do FC Porto na fase inicial do encontro, quase como que a assumir o estatuto de líder da reviravolta necessitada. Aos quatro minutos apareceu na esquerda a cruzar, para desvio de Salvio ao lado; aos 17 surgiu entre linhas, na zona central, para depois abrir em Gaitán na esquerda, que cruzou para o golo de «Toto». Com a expulsão de Siqueira e a saída de Cardozo passou a jogar sozinho na frente, com a equipa em inferioridade numérica, e a influência caiu com alguma naturalidade. Ainda assim aos 60 minutos roubou a bola a Reyes e embalou para a baliza, mas já dentro da área optou por uma finta sobre Mangala e escorregou. Pouco depois cedeu o lugar a Lima. 

Enzo Pérez 
Aos poucos foi percebendo que o suporte de André Gomes lhe davam tranquilidade para fazer as habituais arrancadas, a empurrar a equipa para a frente. Muitas vezes foi ele a dar um murro na mesa, quando a equipa a equipa parecia abatida pela desvantagem numérica. Foi esse sinal de esperança que deu também na conversão da grande penalidade, com Jesus a exigir que fosse ele a marcar, e não Rodrigo, que tinha agarrado a bola. 

André Almeida 
Chamado a frio ao jogo, por força da expulsão de Siqueira, o camisola 34 até entrou bem no jogo, mas na segunda parte denotou claras dificuldades. Falhou no lance do golo portista, concedendo enorme liberdade a Varela, e revelou ainda mais um ou outro momento de intranquilidade.

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