Um título de gente que soube aprender
O 33.º título de campeão nacional do Benfica é resultado de
uma verdadeira aprendizagem.
De Luís Filipe Vieira, que percebeu que a solução para
vencer não passava por despedir um treinador debaixo de fogo por causa de um
final de época traumático. E que manteve esta ideia já esta época, depois de um
início de campeonato titubeante, que contou com apenas quatro triunfos nos
primeiros oito jogos da temporada. Vieira resistiu às muitas opiniões que
apontavam ao técnico a porta de saída e segurou Jesus contra quase todos.
E de Jorge Jesus, que entendeu a necessidade de realizar uma
verdadeira gestão do plantel, não sobrecarregando sempre os mesmos jogadores
como sucedeu o ano anterior. Esta tomada de consciência do treinador permitiu
ao Benfica suportar uma temporada em que até foram várias as lesões de
jogadores importantes (Salvio ou Cardozo, por exemplo) para não falar da saída
de um jogador tão influente como era Matic.
Uma nota final para a quase ausência de referências a
Eusébio. Não digo que ninguém tenha referido o nome do maior símbolo do clube,
falecido em Janeiro. Mas nas inúmeras horas de transmissões televisivas e de
reportagens em directo que os diversos canais emitiram na noite de ontem,
contaram-se pelos dedos de uma só mão aqueles que lembraram Eusébio. E mais do
que em estátuas, é na memória dos homens que os ídolos perduram.
P.S. Já depois de a edição em papel do jornal PÚBLICO ter
fechado, Luís Filipe Vieira, no Marquês de Pombal, dedicou o título a Eusébio e
Coluna. Aqui fica a merecida referência, que o distinguiu da maioria dos que
ontem falaram aos microfones.
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