«Tenho sempre a mala feita»
Treinador não acredita em estados de graça mas sim na
qualidade do trabalho
Apesar de já ter garantido o título de campeão nacional e
Taça da Liga, Jorge Jesus prefere não falar em estados de graça.
"As dinâmicas são de vitória e essas dão confiança,
moral para abordarmos o jogo de uma maneira que não nos deixe dúvidas. Já conquistámos
dois troféus e temos mais duas finais pela frente. Independentemente do que
acontecer, estamos a fazer história este ano. Os objetivos do trabalho estão a
ser conseguidos. Nunca há estado de graça do treinador. Sabe o que é o estado
de graça para mim? É o meu pensamento: tenho sempre a mala feita. Tenho o meu
critério, acredito muito no meu valor mas escolhi uma profissao que não me
ilude: hoje é estado de graça, amanhã não", referiu esta sexta-feira em
conferência de imprensa.
Sobre o seu futuro próximo, Jorge Jesus preferiu não se
pronunciar.
"Prefiro não comentar. Mas quanto mais chegamos a estas
decisões, mais são conhecidos no Mundo os jogadores e as pessoas envolvidas,
são mais valorizados. O que vai acontecer? Não sei, mas é como o português
costuma dizer: a Deus pertence".
Técnico não esconde ambição para turim
Jorge Jesus não esconde o otimismo antes da final da Liga
Europa na qual vai defrontar o Sevilha na próxima quarta-feira, em Turim. Em
conferência de imprensa de antevisão ao encontro no âmbito do Media Open Day, o
técnico dos encarnados garante que ainda tem algum trabalho para fazer até voar
para Itália.
"A estratégia ainda não está definida, mas ainda tenho
tempo para o fazer, está concebida mas não está consumada. Espero um adversário
forte. Conheço bem o Sevilha, mas ainda não me debrucei bem sobre a equipa e o
seu valor. Já vi vários jogos. Acredito que vou encontrar uma equipa que, tal
como o Benfica, quer vencer. Está supermotivada e já fez história nesta
competição vencendo duas vezes. Nas finais, não há favoritos e qualquer uma
delas pode conquistar o troféu", começou por assumir.
E prosseguiu: "Vamo-nos agarrar ao que é o nosso valor
coletivo, individual e emocional; é a 2.ª vez que vamos estar numa final.
Sabemos trabalhar a ansiedade e acreditamos que temos todas as possibilidade de
sairmos vencedores".
Jesus:
«Maldição? Não sou uma pessoa supersticiosa»
Técnico desvaloriza «maldição» de Belá
Guttmann antes de mais uma final europeia
Jorge Jesus não
dá qualquer valor à suposta maldição de Belá Guttmann. A poucos dias de mais
uma final europeia para o Benfica, o atual técnico encarnado prefere agarrar-se
a elementos mais concretos.
«Não sou uma
pessoa supersticiosa. Ponto número um», começou por dizer, em conferência de
imprensa.
«Acredito no
valor das pessoas, na qualidade do trabalho. Acredito que nem sempre o melhor
vence uma final, mas também acredito que possamos ser melhores do que o Sevilha
e sairmos vencedores desta final, que é a segunda», acrescentou.
Jesus falou da
ausência de Salvio, Markovic e Enzo Pérez, castigados para a final da Liga
Europa, acrescentando ainda os nomes dos lesionados Silvio e Fejsa, confirmando
que o sérvio não recupera a tempo de jogar em Turim.
«Temos tido
soluções e de certeza que as vamos encontrar, mas é verdade que são cinco
jogadores, e as soluções começam a diminuir. Mas acredito no trabalho que temos
feito e no valor coletivo e individual. Vamos certamente estar à altura da
exigência de uma final da Liga Europa e do nosso adversário», prometeu.
Jesus: «Eliminação de Tottenham e Juve
não nos dá mais favoritismo»
Emery disse que dançava a sevilhana se
ganhasse a Liga Europa, mas Jesus não sabe dançar
Jorge Jesus
defende que não há favoritos nas finais, e mantém-se fiel a esse pensamento,
mesmo que o treinador do Sevilha tenha atirado a vantagem teórica para o lado
do Benfica.
«Volto a dizer
que numa final não há favoritos. É a minha opinião. A eliminação do Tottenham e
da Juve, que tinham esta prova entre os objetivos, não dá mais favoritismo ao
Benfica», respondeu o técnico português.
Questionado se
era mais fácil motivar a equipa por causa da final perdida em 2013, Jesus
defendeu que «só se consegue motivar quem trabalha com a melhor qualidade, seja
qual for a área». «Eu não consigo motivar um trabalhador se ele não conseguir
os seus objetivos ao mais alto nível. Há mais alguma coisa para motivar? Há!
Mais uma final», acrescentou.
Jesus adiantou
ainda que a estratégia para o jogo «não está definida mas está programada».
«Está concebida mas não consumada», acrescentou, antes de falar um pouco sobre
o Sevilha.
«Para estar numa
final tem de ser um adversário forte. Conheço bem o Sevilha, mas ainda não me
debrucei muito bem sobre o valor dele. Vi vários jogos deles no campeonato. Vai
querer vencer, vai estar super motivado. Também já fez história nesta prova, ao
vencer duas vezes. Vamos encontrar um adversário tão forte quanto o Benfica. E
como tenho dito não há favoritos nas finais», reforçou.
Se Unai Emery já
prometeu dançar a sevilhana se conquistar a Liga Europa, Jorge Jesus perspetiva
uma comemoração mais tranquila se for ele o vencedor: «Dou-me muito bem com ele
[o treinador do Sevilha]. Não sei dançar. Nem sevilhana nem nada. Se ganhar vou
comemorar com os jogadores, com os adeptos, e nos dias seguintes com os meus
amigos.»
Jesus até trocava a Liga Europa por outra
taça
Declaração curiosa do treinador do
Benfica, que mostrou boa disposição perante os jornalistas
Perante uma sala
de conferências um pouco mais composta do que é habitual, tendo em conta que a
conferência de imprensa se destinava a antecipar a final da Liga Europa, Jorge
Jesus mostrou-se tranquilo e bem-disposto nas respostas. Ao abandonar a sala
até se despediu com um aceno, e segundos antes, na última frase, deixou uma
confissão curiosa: pela Liga Europa até abdicava de outro troféu.
«É importante
não só para o clube. Eu e os jogadores também queremos dizer que ganhamos o
campeonato, a Taça da Liga, a Taça de Portugal e a Liga Europa. Isto tudo faz
parte do currículo. É para isso que trabalhamos, para nos valorizarmos»,
começou por dizer.
«Quem não quer
ganhar uma Liga Europa? Quero eu, os jogadores, os adeptos, toda a gente…Até
trocava por outra», acrescentou depois, a terminar a conferência.
Antes o técnico
falou também da «bagagem» que a final perdida em 2013 dá para esta nova
decisão: «A única coisa que se aprende quando chegas a finais é a experiência.
Isso reflete-se emocionalmente. Não é estratégias, nem tática, nem físico. Dá é
um suporte emocional, uma adrenalina mais compatível com o controlo da
ansiedade. Faz-te crescer. Quantas mais finais tiveres, mais te valorizas e
mais história tens.»
Questionado se
sentia que o Benfica estava com a «estrelinha» necessária para conquistar a
prova mesmo jogando mal, Jesus respondeu que esperava que sim, mas garantiu que
o Benfica «não se vai agarrar a isso». «São juízos de valor para depois do
jogo. O Benfica vai agarrar-se ao seu valor coletivo e individual. Ao valor
emocional, tendo em conta que é a segunda final. Sabemos trabalhar melhor com a
ansiedade. Acreditamos que reunimos essas condições e que temos todas as
possibilidades de sairmos vencedores», afirmou.
«Fejsa não deve recuperar»
Médio recupera de lesão no tendão de Aquiles
Jorge Jesus admitiu, esta sexta-feira em conferência de
imprensa, que Fejsa, com uma inflamação no tendão de Aquiles, "não deve
recuperar" para a final da Liga Europa, quarta-feira em Turim com o
Sevilha.
O treinador do Benfica procurou, contudo, minimizar a
ausências para o jogo, frisando que o plantel dará a resposta adequada.
"Temos tido soluções e de certeza que as vamos
encontrar. As soluções começam a diminuir, mas acredito muito no trabalho e valor
coletivo e individual e vamos de certeza responder à exigência do
adversário", disse.
Jesus realçou que a final da Liga Europa "é uma montra
para todos os intervenientes" e que "isso é um dos motivos pelos
quais o Benfica tem vendido jogadores para equipas europeias com mais poder
económico". "Estamos sujeitos a isso. Para mim é tudo normal",
frisou.
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