segunda-feira, 14 de outubro de 2013

Gaitán quis camisola da Aimar mas já estava prometida a Djuricic


Gaitán quis camisola da Aimar mas já estava prometida a Djuricic

Sétima época de sénior, sétima época sem usar o número desejado, mais uma vez adiado o sonho de Nicolás Gaitán em vestir a camisola 10. Se houve momento em que o jogador argentino esteve perto de usar o mítico duplo dígito foi neste verão, após a saída de Pablo Aimar, mas a promessa feita a Djuricic impediu a concretização dos anseios do esquerdino de 25 anos.

Ao que A BOLA apurou junto de fonte próxima do jogador, Gaitán chegou a pedir aos encarnados para trocar o 20 pelo 10 vago com a partida do compatriota El Mago. Apesar de a SAD ter entendido os anseios de Nico, havia, no entanto, a garantia apresentada ao internacional sérvio quando ele se comprometeu com os encarnados, com a época 2012/13 ainda a decorrer.

Esse argumento teve, aliás, alguma importância no momento de Djuricic trocar o Heerenveen (Holanda) pelo Benfica. Não foram apenas os €6 milhões, mas também a certeza de que iria ser o sucessor de Aimar na Luz, no número e na posição ocupada em campo - embora a realidade tenha mostrado que apenas o primeiro objetivo foi concretizado, uma vez que Jorge Jesus não considera Djuricic um 10, antes um «nove e meio».

um dos «exilados»?

Esperar por um número não é uma realidade nova para Gaitán. No Boca Juniors, onde foi formado, o esquerdino teve sempre à frente o ídolo dele, Juan Roman Riquelme, cuja diez no equipamento inspirado na bandeira da Suécia era (e ainda é) uma instituição tão intocável quanto Eva Perón. Respeito, portanto, o mesmo que teve quando chegou ao Benfica, em 2010, e encontrou Aimar - ficou com o 20 (10 + 10), que pertencera a Di María.

O desejo de Gaitán não se estenderá apenas a um número. Porque apesar de já ter dito sentir-se bem nas alas (na esquerda ou na direita), o internacional argentino nunca escondeu a vontade de liderar a equipa.

Chegou a fazê-lo algumas vezes, mas a famosa «ideia de jogo» de Jorge Jesus nos últimos anos pressupõe um 10 com maior proximidade ao ponta de lança e que faça golos, nem que para isso tenha de obrigar um dos avançados a jogar mais recuado (Lima). E em matéria goleadora Gaitán apresenta números modestos: 18 remates de sucesso em três épocas.

O homem dos golos bonitos e que na Argentina tinha a rebeldia tática, proibida na Europa, parece ser caso clássico da morte do mediapunta anunciado por Jorge Valdano: «Um jogador que parava durante o jogo tinha um grande estatuto. Esse jogador está hoje a desaparecer. Veem-se relegados para o banco ou exilados como falsos extremos agarrados à linha. Parece que se procura uma posição onde incomode menos.»

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