segunda-feira, 10 de março de 2014

A montanha russa até ao final da Liga (e o Benfica com caminho aberto)

A montanha russa até ao final da Liga (e o Benfica com caminho aberto)

Faltam oito jornadas para acabar o campeonato e a equipa de Jorge Jesus tem uma vantagem que tradicionalmente é virtualmente impossível de anular. Sabe há quanto tempo não havia um Benfica tão «mandão»?

Oito jornadas para o fim do campeonato e uma vantagem enorme para o Benfica, que dificilmente não se sagrará campeão. Os sete pontos de diferença para o Sporting (na prática oito devido ao confronto direto) e os nove para o FC Porto oferecem uma segurança praticamente inédita nas Ligas das últimas décadas.

Para além disso, os encarnados têm o calendário mais favorável dos três primeiros classificados. Para aferir esta evidência classificámos os jogos em quatro graus de dificuldade: 3 - fácil; 2 - médio; 1 - difícil; estrela - clássico.

A equipa de Jorge Jesus é a única com quatro desafios considerados fáceis, um médio, dois difíceis e um clássico, mas na última jornada com o FC Porto, muito provavelmente quando tudo já estiver resolvido. Os dragões, por seu lado, têm três jogos fáceis, um médio, dois difíceis e dois clássicos, enquanto o Sporting enfrenta três difíceis, três médios, um fácil e um clássico.
A próxima jornada é um início muito interessante para esta viagem de montanha russa, com o clássico Sporting-FC Porto em Alvalade e o Nacional a receber o Benfica. Os madeirenses podem, aliás, ter uma palavra muito importante a dizer nesta fase final do campeonato, uma vez que vão receber os três grandes: para além dos encarnados no próximo fim-de-semana, segue-se o FC Porto na 25ª jornada e o Sporting no penúltimo jogo. A equipa de Leonardo Jardim tem mais uma viagem à Madeira, para defrontar o Marítimo, já na semana seguinte ao embate com os dragões.

Será também curioso saber como vai estar o Sp. Braga de Jorge Paixão quando receber Benfica e FC Porto, na 25ª e 27ª jornada, respetivamente. Para a derradeira jornada está ainda reservado um muito interessante Sporting-Estoril.

Uma vantagem (mais do que) segura
Se a vantagem do Benfica para o segundo classificado já era grande, nesta jornada poderá dizer-se que a equipa de Jorge Jesus sentenciou o campeonato, uma vez que diferenças destas em fases tão adiantas do campeonato nunca são anuladas.

Claro que os encarnados estão escaldados com o que aconteceu na época passada, mas o cenário era bem diferente, dado que o FC Porto esteve sempre muito próximo e ainda teve a oportunidade de mudar o rumo da caminhada para o título no confronto direto. A história é bem diferente este ano, porque o Benfica já venceu na segunda volta ao Sporting e a diferença para o segundo é bem maior.

Aliás, vantagem tão grande nunca foi anulada com tão poucos jogos do campeonato para disputar. O Benfica teria de perder dois jogos e empatar um, enquanto a equipa de Leonardo Jardim teria de vencer as oito partidas que restam para poder ser campeão. Algo parecido só sucedeu em 1951/52, num campeonato com 14 equipas e em que à 20ª jornada o Benfica detinha quatro pontos de vantagem para o segundo (duas derrotas), mas viria a perder o campeonato para o Sporting, que, ainda assim, venceu o clássico à 22ª (um recorde de bilheteira no Estádio Nacional) e viria a sagrar-se campeão com um ponto à maior. Era a equipa de Randolph Galloway, que ainda contava com quatro dos cinco violinos: Albano, Jesus Correia, Travaços e Vasques.

Há muito tempo que não se via um Benfica tão mandão na liderança nesta fase do campeonato. Algo semelhante nos campeonatos mais recentes só há precisamente 25 anos, na longínqua temporada de 1988/89, com Toni bicampeão, liderando um plantel com Mozer, Ricardo Gomes, Valdo, Paneira, Vata, Magnusson, entre outros, com seis pontos de vantagem para o segundo a oito jornadas do fim. O FC Porto não resistiu aos maus resultados, Pinto da Costa viu-se forçado a despedir Quinito e a repescar Artur Jorge, terminando o campeonato a sete pontos do primeiro.

É curioso que a vantagem atual do Benfica é considera como «à FC Porto», considerando os títulos confortáveis conquistados nos últimos anos por André Villas Boas (em 2010/11, quando à 22ª jornada tinha 11 pontos de diferença para o segundo) e Jesualdo Ferreira (em 2007/08, tinha 14 de vantagem a oito jogos do fim).

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