FC Porto-Benfica, 2-1 (destaques das
águias)
Enzo, o comandante argentino de uma nau
inexperiente
FIGURA
Enzo Pérez
A intensidade de
Enzo fará muita falta ao Benfica em Turim. É um jogador adulto, compenetrado,
mas também explosivo e temperamental. Completo, pois. Além da grande penalidade
marcada com categoria, impôs os ritmos do meio-campo, entendeu-se bem com André
Gomes e não aliviou a carga emocional até ao apito final. É, acima de tudo, um
bom executante e um executante extremamente competitivo. Importante, essencial
até, num Clássico recheado de caras novas. Fecha o campeonato com a certeza de
ter sido uma peça fundamental no título.
POSITIVO
Paulo Lopes
O momento mais
vistoso de uma atuação segura ocorreu aos 62 minutos: Quintero, em boa posição,
puxou o pé esquerdo atrás e a bola saiu a prometer mundos e fundos; Paulo Lopes
voou para a esquerda e sacudiu para longe. Nos golos sofridos, nada a fazer. O
pontapé de Ricardo sofreu um desvio e chegou juntinho ao poste direito; o
penálti de Jackson foi, desta vez, muito bem colocado. A chamada a este
Clássico premeia uma carreira já longa e um elemento importante para o grupo,
apesar de poucas vezes jogar. A resposta do transmontano foi boa.
NEGATIVO
Djuricic
Não fosse o
desvio à barra, após desentendimento entre Maicon e Fabiano, e do ponto de
vista ofensivo nada de relevante teria conseguido. Lutou, quis a bola, tudo
verdade, mas jamais foi o número dez de ligação entre os dois médios mais
recuados e o trio da frente. Quando teve a bola decidiu mal, foi lento e
complicativo. Não é fácil perceber o futebol de Djuricic, aliás. Tanto quer
participar e decidir, como baixa os braços e aguarda ansiosamente que o tempo
passe. Tem de fazer muito mais para ser um elemento importante no Benfica.
Época dececionante.
OUTROS DESTAQUES
Funes Mori
A forma
absolutamente incorreta como executou um remate em boa posição, aos 30 minutos,
levanta uma questão séria: o defeito é de ordem técnica ou emocional? Não é
fácil responder, até porque as aparições do ex-River Plate têm sido raras e
discretas. O argentino movimenta-se, tem cabedal, não tem medo do choque, mas
depois é precipitado e incapaz a definir na zona de tiro. A falta de minutos na
equipa A é uma atenuante importante e por isso a crítica fica por aqui.
Deixamos só uma derradeira impressão: corre mais do que pensa e isso
dificilmente é um bom princípio.
Salvio
A lesão no braço
já lá vai e Salvio está pronto para mais lutas. Conquistou bem a grande
penalidade [mais uma a Reyes] e na segunda parte teve um par de arrancadas
interessantes. Um jogo com intermitências, sim, mas com bons pedaços de
futebol.
Jardel
Evolução óbvia e
natural de um atleta com condições para se afirmar na equipa titular. Poderoso
no ar, como sempre foi, e muito mais concentrado e confortável pelo chão. Uns
bons furos acima de Steven Vitória, a confirmar os bons sintomas do passado
recente.
Steven Vitória,
João Cancelo, Lindelof e Bernardo Silva
Fizeram os
primeiros minutos na Liga e ganharam o direito de figurar na galeria de
campeões. Destes quatro, nota muito positiva para o lateral Cancelo pela forma
como segurou Quaresma até ser substituído por Victor Lindelof. E, já agora, um
lamento: Bernardo Silva talvez justificasse mais minutos.
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