sexta-feira, 15 de agosto de 2014

Entrevista de Rui Costa à Benfica TV

Rui Costa: «Vamos estar à altura das dificuldades»
DIRIGENTE ENCARNADO OTIMISTA PARA A NOVA ÉPOCA

A dois dias do arranque da Liga, Rui Costa admitiu que o otimismo reina no seio do Benfica, mesmo depois de uma pré-temporada menos bem conseguida. Mesmo assim, o administrador do clube encarnado ressalva que os encarnados nada perderam até agora... e até ganharam um troféu.


"Mesmo otimismo de sempre. Entrámos em ação para defender os três títulos conquistados na época passada e estamos preparados para isso. Vamos estar à altura das dificuldades, sabendo que a responsabilidade é cada vez maior. Entramos em campo sendo campeões, com objetivo de revalidar o título, com as mesmas armas de sempre, com a mesma ambição e a mesma dinâmica", começou por dizer, à BTV.


"Claro que compreendo. O adepto do Benfica quer sempre ganhar, até nos matraquilhos! Não aceita perder nem na pré-temporada. Aceito e respeito. Eu nasci aqui e sei como é o adepto do Benfica. Eu próprio sou adepto, mesmo sendo também administrador. Quem trabalha no departamento de futebol tem como objetivo conquistar títulos. E este ano conquistámos já o único que podíamos conquistar. Iremos trabalhar com todo o afinco para ganhar tudo, como em todos os anos. Entendo que a pré-temporada tenha criado ansiedade no adeptos, por verem a equipa perder e às vezes por resultados pesados, mas o trabalho foi feito para as competições a sério. Costumo perguntar por brincadeira: 'quantos pontos temos de atraso?' Não perdemos nada e até ganhámos a primeira competição, e vamos ganhar mais! Estamos aqui a trabalhar para o que os adeptos querem"

«Sabemos o que estamos a fazer»
DIZ QUE ESTRUTURA DO FUTEBOL MERECE CRÉDITO
Em entrevista ao canal televisivo do clube, Rui Costa admite que o Benfica tem mais responsabilidade em 2014/15, mas admite querer ver as águias continuar numa onda de vitórias. Quanto ao processo de construção do plantel, o dirigente do clube da Luz assegura que a equipa será competitiva e adianta que a estrutura de futebol merece crédito pelo que tem feito.

"Dá grande responsabilidade. O que foi feito dá responsabilidade grande a todo o clube, até ao adepto. Hoje somos vencedores do campeonato, da Taça de Portugal e da Taça da Liga e na época seguinte nunca se quer menos. Sabendo que o que foi feito no ano passado foi extraodinário, pois quatro troféus num ano não é fácil de atingir. Compreendo o desejo que as pessoas têm de ver o Benfica ganhar sempre, mas o trabalho está a ser feito para isso mesmo. Queremos uma onda de vitórias, que é o que o nome do Benfica obriga. Nesta casa não pensamos em nada mais além de ganhar", disse, à BTV.

Em relação ao mercado, Rui Costa recordou o passado. "Não me alongo muito nisso. Apenas digo que o mercado acaba a 31 de agosto e até lá pode haver muitas modificações no futebol europeu. Se o mercado estivesse fechado, falaríamos de algo concreto, mas com o mercado aberto, pela forma como evolui, só prometo que, como nos anos anteriores, entraremos com uma equipa competitiva. Recordo de quando perdemos o Witsel e o Javi García no fecho do mercado, algo que criou ansiedade nos adeptos ao perder dois titulares. Passado pouco tempo estávamos com o Matic e o Enzo no meio e pouca gente se lembrava de ter perdido o meio campo anterior. No ano passado perdemos o Matic e ganhamos tudo menos a Liga Europa. Quem trabalha aqui merece crédito, pois sabemos o que estamos a fazer. Sabemos com que linhas se cose o clube e o futebol do Benfica e a garantia que dou é que seremos competitivos. Interessa é entrar bem no campeonato e o Benfica sempre será competitivo"

«Jovens e adeptos devem ter paciência»
DIZ QUE EXIGÊNCIA NÃO PERMITE MUITOS TESTES
Em relação à aposta na formação, Rui Costa deixou de parte a ideia de que os encarnados não a fazem, deixando no ar a ideia de que se se comenta tanto a questão dos jovens jogadores do clube é porque algo de bom tem sido feito no Seixal.

"Há uma coisa que é verdade. Se se fala tanto na formação do Benfica, é porque fazemos algo de muito bom, é porque estamos a trabalhar bem. Não é verdade que não há aproveitamento. Há e vai haver mais, até porque o futebol português terá de se encaminhar para a formação. Nós tentamos sempre apresentar as melhores equipas possíveis, sendo nunca descurar a formação. Iremos aproveitar cada vez mais. Por exemplo, na final da Liga Europa terminámos com dois jogadores da formação. Não se pode dizer que não se aproveita... Se se fala tanto é porque o que fazemos é bom. Tudo tem o seu processo. Não é fácil entrar com 18 ou 19 na equipa principal, seja para um português como para um estrangeiro, pois temos uma equipa forte e de qualidade. As saídas demonstram o valor dos jogadores", começou por dizer.

"E, não sendo fácil entrar imediamente na equipa principal, venha dos juniores ou da B, não há desaproveitamento da nossa parte, antes pelo contrário. Cada vez temos mais de olhar para a formação. No entanto, a exigência de um clube que luta para títulos não permite muitos testes. É um processo de paciência e a difuculdade é criada pela falta dela por parte de quem está a volta dos jogadores. Todos têm um processo evolutivo. No meu caso, fui para a Segunda Divisão, voltei e fiquei meio ano no banco antes de ganhar o meu lugar. Passei por isso, não quer dizer que todos o têm de fazer. Se saem daqui para clubes importantes é porque o que tem sido feito é bom. Os jogadores não podem pensar que não têm aproveitamento, pois estão a ter e terão cada vez mais. Têm é de ter paciência, assim como os adeptos. Por muita qualidade que tenha nos escalões de formação, a Liga e a Champions são diferentes a nível de dificuldade", explicou, falando depois do caso de André Gomes:

"Teve três anos na equipa principal e quando foi necessário responder em campo, fê-lo. Foi transferido por uma verba que, olhando para trás, não sei quando foi a última vez que um jogador formado nos três grandes saiu por tanto. Prova que aproveitamos a formação, mas com paciência. Os jovens têm de aprender e crescer neste clube"

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