O atacante sérvio Miralem Sulejmani, 25 anos, tem vindo a conquistar um papel cada vez mais relevante nas opções de Jorge Jesus, respondendo quase sempre bem às chamadas desde o banco de suplentes, e pode finalmente conquistar, segunda-feira, frente ao Nacional, para a Taça da Liga, aquilo que tanto tem procurado e até justificado mas que tem sido sucessivamente adiado pelas opções do treinador: a estreia a titular pelas águias.
Miki, nome pelo qual é tratado desde pequeno pelos amigos e companheiros de equipa (é o diminutivo utilizado na Sérvia para Miralem), tem sido, até aqui, a principal arma secreta de Jorge Jesus, ou seja, o jogador que mais vezes atuou na condição de suplente utilizado: dez. Precisamente o número de jogos que tem pelas águias, num total de 251 minutos apenas, já que esteve indisponível em vários compromissos devido a problemas físicos, nomeadamente fruto da lesão sofrida ao serviço da seleção, na sequência de uma aparatosa entrada do defesa croata Simunic, a 6 de setembro.
Sulejmani foi suplente utilizado nos últimos seis jogos da equipa, e em três dos últimos quatro entrou logo ao intervalo: Arouca, Olhanense e V. Setúbal, o que atesta a crescente confiança que tem vindo a ganhar junto de Jorge Jesus e também a aproximação consolidada ao onze, onde vai mostrando argumentos para lutar por um lugar numa das alas (Gaitán parece intocável, à esquerda ou à direita), face à ausência de Salvio, à perda de fulgor de Markovic, à intermitência de Ivan Cavaleiro, que tem vindo a ser lançado aos poucos, e ao eclipse de Ola John. Também Enzo Pérez é por vezes colocado nessa função, mas, como recentemente foi possível constatar em Setúbal, é no centro, com Matic, que o argentino mais rende.
Um dos argumentos mais fortes da candidatura do esquerdino ao onze prende-se com a capacidade para ajudar a decidir jogos, independentemente do tempo em campo. Como pode ver-se nesta página, fez as assistências para os golos das vitórias sobre Gil Vicente (2-1) e Anderlecht (3-2), ambas ao cair do pano, conquistou o penalty que valeu o empate com o Arouca (2-2) e apontou o tento que deu os três pontos contra o Olhanense (3-2).
Apesar de ser jovem (fez os 25 anos no dia 5), o camisola 8 é um jogador experiente e só a travessia do deserto no Ajax - primeiro devido à lesão num joelho, depois por recusar-se a renovar contrato - o impediu de se apresentar na Luz na plenitude das suas capacidades físicas, condição indispensável para que qualquer jogador renda ao máximo. Frente ao Nacional, prepara-se para subir mais um degrau.
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