O manual de guerra rejeita a arte do croché
Homens de barba rija não fazem croché. Selvagens de olhos
vítreos desconhecem as regras do gamão. Futebolistas na Mata Real nada resolvem
através da arte da diplomacia ou da falinha mansa.
Os três pontos do Benfica foram registados através da
barbárie argentina num lance de bola parada e da carnificina numa invasão
sérvia. Antes, quando o respeito pela organização pacense e a incapacidade de
ser indelicado protelavam o advento do golo, as águias sofreram. Sofreram
muito.
Findas as tréguas, mais impostas pelos bravos de Paços
Ferreira do que sugeridas pelos artistas de Jesus, o Benfica foi tudo aquilo
que um campeão deve ser: implacável com o adversário, agressivo e indisponível
nas concessões.
Tudo aquilo que o palco de acerbo da Mata Real exige. Se é possível
colocar as coisas nestes termos, um título nacional edifica-se com vitórias
desta génese. Duras, desgastantes, saborosas.
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