Rúben Amorim, o utilitário do Benfica a jogar para o Mundial
Regresso ao onze alimenta a esperança de uma presença no
Brasil
Rúben Amorim substituiu Enzo Pérez no onze do Benfica e
esteve em destaque na vitória em Paços de Ferreira (0-2). O médio português foi
um dos melhores em campo no Estádio da Mata Real e alimenta seguramente a
esperança de ser convocado por Paulo Bento para o Mundial de 2014.
Sem conquistar um espaço nas opções iniciais de Jorge Jesus,
Rúben Amorim tem acumulado de qualquer forma minutos preciosos para se
apresentar como uma solução. Neste domingo, o médio disputou o seu 20º jogo na
temporada 2013/14.
«Competente a lançar e a organizar, mas sem a fúria de Enzo
Pérez. É um jogador maduro, consciente e uma garantia de solidez no meio-campo.
Com uma reserva deste calibre, Jorge Jesus pode estar descansado», escreveu
Pedro Jorge Cunha nos destaques do P. Ferreira-Benfica.
Rúben Amorim não tem alterado esse estatuto de reserva neste
regresso ao Benfica, após época e meia de cedência ao Sp. Braga. Porém, é o
português mais utilizado até ao momento, apresentando-se como tal como o maior
candidato encarnado a uma vaga nos 23 para o Campeonato do Mundo de 2014.
Sílvio e André Almeida podem ser opções para Paulo Bento mas
tem uma taxa de utilização inferior no clube da Luz. O segundo português com
mais jogos no Benfica, aliás, é o jovem Ivan Cavaleiro. André Gomes é o quinto
neste ranking, englobando todas as competições.
Presenças na época 2013/14:
Ruben Amorim: 20 jogos
Ivan Cavaleiro: 15
Sílvio: 13
André Almeida: 11
André Gomes: 9
O Mundial de 2010, o duelo com Neymar e a lesão
Rúben Amorim fez a sua estreia pela seleção nacional em
pleno Mundial de 2010. O médio do Benfica foi convocado para o lugar de Nani,
afastado por lesão. Na África do Sul, Carlos Queiroz utilizou o jogador por
cinco minutos no embate com a Costa do Marfim.
Foi a primeira de dez internacionalizações para o médio, que
regressaria à seleção apenas em setembro de 2012, já após o Campeonato da
Europa. 13 minutos no duelo frente ao Azerbaijão, na fase de apuramento para o
Mundial de 2014.
O jogador foi opção para Paulo Bento em quatro jogos na
qualificação, para além de alguns particulares. A última aparição foi a 10 de
setembro de 2013, num amigável de má memória frente ao Brasil. Rúben Amorim foi
suplente utilizado (3-1) e não gostou de um par de dribles de Neymar nos
minutos finais. Fez questão de demonstrar isso mesmo.
O médio atravessava um bom período, com presenças regulares
no Benfica e chamadas à seleção nacional. Porém, não foi convocado para os
jogos com Israel e Luxemburgo, em outubro, contraindo mais tarde uma lesão que
o afastou dos relvados por mês e meio.
«Feliz por Paulo Bento pensar de outra forma»
Rúben Amorim está no Benfica, o seu clube de coração, desde
2008. Já tinha, aliás, representado os encarnados nas camadas jovens, antes da
transição para o Belenenses.
O jogador natural de Lisboa fez a sua estreia na Liga há
cerca de dez anos. Após a afirmação no Restelo, foi recrutado pelo Benfica e
apresentou um rendimento muito interessante nas duas primeiras épocas de águia
ao peito: 35 jogos em 2008/09, 38 em 2009/10.
Uma lesão grave em janeiro de 2011 deixou Rúben Amorim fora
dos relvados até final da temporada. O regresso à competição não correu da
melhor forma, sobrando pouco espaço para o português no onze.
«São opções, acho que não tem a ver com a qualidade deste ou
daquele jogador, é uma opção do mister Jorge Jesus achar que eu não devo jogar
no Benfica. Fico feliz por o mister Paulo Bento pensar de outra forma», disse o
médio, a dada altura.
Meses mais tarde, uma alegada recusa em treinar motivou a
instauração de um processo disciplinar, seguindo-se o empréstimo por época e
meia ao Sp. Braga.
No final da época passada, Rúben Amorim recebeu instruções
para regressar ao Benfica. Com vínculo renovado até 2018, o jogador português
normalizou a relação com Jorge Jesus iniciou a temporada como titular.
O médio esteve no onze frente a Marítimo e Paços de Ferreira,
ao lado de Matic e Enzo Pérez. Aliás, o último jogo como titular na Liga tinha
sido perante os castores. Uma volta depois, voltou alinhar de início no embate
com a formação da Capital do Móvel.
À nona jornada, Rúben Amorim chegou aos 200 jogos no campeonato
nacional. Assinalou a marca no Académica-Benfica, como suplente utilizado. A
melhor exibição da temporada chegaria dias mais tarde, na amarga derrota no
Piréu, frente ao Olympiakos (1-0). Justificou nova presença no onze para a
Taça, perante o Sporting, mas viria a sucumbiu por lesão.
No dérbi, realizado a 9 de novembro de 2013, o médio fez uma
rotura parcial do ligamento lateral interno do joelho direito. Voltaria a 20 de
dezembro. Desde então, apenas três jogos como titular, nenhum na Liga. Tudo
mudou neste domingo. Em Paços de Ferreira, face ao impedimento de Enzo Pérez,
Jorge Jesus deu espaço a Rúben Amorim e o português justificou. Uma vez mais.
Sem comentários:
Enviar um comentário