quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

Sabry: «Agora sou grande amigo do José Mourinho»

Sabry: «Agora sou grande amigo do José Mourinho»

Entrevista ao faraó a propósito do PAOK-Benfica de 1999

PAOK, Benfica? Abdel Sattar Sabry. Ou, como diria Pedro Jorge da Cunha, o driblador de pirâmides. No lançamento do jogo desta quinta-feira, fomos ao encontro de uma personagem ímpar na história do futebol português.
Em 1999, fazer um bom jogo frente ao Benfica era meio caminho andado para garantir um contrato com a formação encarnada. Foi o que aconteceu a Sabry na segunda eliminatória da Taça UEFA. 
A equipa portuguesa venceu em Salónica (1-2, golos de Nuno Gomes e Ronaldo) mas sofreu intensamente no Estádio da Luz. O PAOK devolveu o resultado, com o egípcio a confirmar o cenário de reviravolta – após um tento inaugural de Kandaurov e a resposta de Marangos – na cobrança exemplar de um livre direto.
O malogrado Roberto Enke brilhou no desempate por castigos máximos. O Benfica seguiu em frente mas decidiu que iria buscar a melhor arma do adversário: Sabry. Machairidis também veio no pacote, mas ainda não foi possível descortinar porquê. 
«Fiz grandes jogos frente ao Benfica e tenho de agradecer ao PAOK por essa altura. Se não fosse isso, não teria ido para o Benfica. Marquei um golo a Robert Enke, na Luz, e poucos meses depois estava a ser apresentado», recorda o antigo jogador.
Aos 39 anos, Abdel Sattar Sabry é treinador-adjunto da seleção nacional do Egito. Desempenha o cargo desde o início de dezembro. Fala com alegria do outro lado da linha, num inglês de difícil compreensão. Pelo meio, breves palavras em português. 
«Vou estar dividido neste jogo, mas o Benfica é superior. Costuma estar na Liga dos Campeões, tem uma equipa forte e joga mais que o PAOK.»
A comunicação entre o ex-jogador e a Maisfutebol Total não foi fácil, mesmo recorrendo à segunda língua mais falada no país árabe. Esse terá sido, aliás, o grande problema do esquerdino em Portugal. É o que Sabry tenta explicar, pelo menos. José Mourinho foi mais longe. 
«Sabe, o grande problema para mim era a comunicação. Não sabia bem o que Mourinho queria. Para além disso, muitos queriam o Sabry a falar português, poucos falavam inglês», explica o faraó, revelando: «Tudo isso passou, aconteceu nessa altura mas agora sou grande amigo do José Mourinho». 
A transferência de Mohamed Salah para o Chelsea aproximou ainda mais as partes. Tanto que o adjunto da seleção egípcia pretende visitar o jovem e Mourinho a breve prazo. «Quero visitar o Salah e dar um abraço ao Mourinho, ver treinos dele, também para aprender. Conto ir a Inglaterra em abril ou maio.»
Antes, porém, Sabry quer passar pelo Estádio da Luz. Uma oportunidade proporcionada pela chegada de Shikabala ao Sporting. «Grande, grande jogador! Agora lesionou-se e acho que vai estar um mês de fora. Mas no final de março vou a Portugal falar com ele e aproveito para ir à Luz.»
«Tenho muitas saudades do Estádio da Luz, daquilo tudo vermelho, cheio de gente. Espero também encontrar o Rui Costa, grande número 10. Agora é diretor no Benfica, não é?» É sim.

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