terça-feira, 29 de outubro de 2013

É um grande líder, à imagem de Fernando Martins

Fernando Guerra rendido à obra de Vieira: 

É um grande líder, à imagem de Fernando Martins 

Os anos passam e a memória esvai-se. Os problemas do presente são imensos e graves. Consomem-nos a vida. As pessoas estão perdidas e sem uma gota de esperança. Talvez lhes faça bem revisitarem o passado e tentarem descobrir nele exemplos de coragem e abnegação que venceram obstáculos colossais: como o do Benfica, em que se derrubou o impossível e de um amontoado de ruínas nasceu um estádio considerado o melhor do mundo, na relação qualidade/preço, pelo arquiteto australiano que assinou o projeto. 

Eu próprio confesso a surpresa, ou o descuido, quando, na edição da última sexta-feira, a reportagem publicada em A Bola, da autoria do jornalista Fernando Urbano, me alertou para o décimo aniversário da data da inauguração do majestoso empreendimento. Logo me recordei do arranque de operação extraordinária que exigia denodada luta contra o tempo. Era preciso correr para concretizar obra de tamanha grandeza em 25 meses. Os jogos continuaram a realizar-se no antigo estádio. Inexplicável a sensação de se testemunhar a progressiva eliminação da bancada norte, como se implacável fenómeno da natureza tivesse cortado o estádio ao meio... até à demolição total.

Partindo atrasado na corrida para acolher o Euro-2004, comparativamente a FC Porto e Sporting, e numa situação de pré-falência, como vincou Manuel Vilarinho, o presidente na altura, a verdade é que, quando abraçou a empreitada, o Benfica não só deu início ao soberbo processo de recuperação, como provou que a chamada 'alma benfiquista' , não se explicando por definição, é qualquer coisa de místico que une os adeptos em torno de uma causa que atribui ao emblema da águia significado que o diferencia de todos os outros.

Afirmou o arquiteto Damon Lavelle que o novo Estádio da Luz «é uma verdadeira lição para todos». Foi desenhado para ser construído em «tempo recorde» e informou que tem conversado com pessoas em todo o mundo, garantindo tratar-se de «um estádio universalmente admirado pelo seu ambiente e energia».

Foi inaugurado a 25 de outubro de 2003 e Luís Filipe Vieira eleito presidente a 31, com 90 por cento dos votos, depois de ter acompanhado a par e passo o desenrolar da construção, então integrado na equipa de Vilarinho.
Seis dias separam dois acontecimentos que assinalam de forma indelével o despertar do 'Benfica do futuro': novo estádio e novo presidente. 

Os 'ilusionistas' foram derrotados e os trapaceiros excluídos. Apregoam os maledicentes congénitos, porém, na falta de argumentos minimamente interessantes e convincentes, que um clube desportivo 'vive' de títulos e não de obras. Isso é verdade, em parte, e pode dar balanço em estratégias eleitoralistas, em que se promete muito para se dar pouco: se não houver obra também haverá sucesso! Depois de amanhã, Vieira completará dez anos na presidência e, em minha opinião, tem sido um grande líder desde o primeiro dia, à imagem de Fernando Martins, e de quantos o antecederam e contribuiram para enriquecer e expandir a instituição Benfica.

No espaço da Segunda Circular surgiu um complexo desportivo moderno. Há piscinas, pavilhões, ginásios e outras instalações. Há um museu inovador. Há zonas comerciais e de lazer. Há um estádio notável e admirado, razão pela qual vai receber a final da Liga dos Campeões, em maio de 2014.

No Seixal, há um centro de estágio bonito, de agradável enquadramento paisagístico e de reconhecida qualidade. Proximamente, mais e melhores condições em perspetiva para atacar o século com entusiasmo e confiança e ainda uma Casa do Jogador, ideia que demonstra a nobreza de caráter do presidente benfiquista.

Para ele, a gente é muito importante: com gente feliz o clube não vai parar de crescer. Pois é, insistem os vendedores de promessas: o Benfica constrói e o Porto ganha. Tem sido assim, de facto. Mais do que ninguém Vieira deseja inverter essa tendência e tem investido na valorização da equipa de futebol como provavelmente nunca se fez. Jesus não ajuda, mas parece-me condenável que muitos dos que aplaudiram a sua escolha se aproveitem agora da inépcia do treinador para atacarem o presidente, desvalorizando a obra e o homem. A isso chama-se ingratidão. E os ingratos nunca trazem nada de bom.

Sem comentários:

Enviar um comentário