Rugby - “Num Sporting-Benfica não existem vencedores antecipados”
Joga-se hoje às 15h no Estádio Universitário, com entrada
gratuita, para a 14.ª jornada da 2.ª divisão nacional
A época desportiva dos dérbis é muito mais que o futebol, em
que o Benfica é rei e senhor (1-1 em Alvalade para a Liga, 4-3 após
prolongamento na Luz para a Taça de Portugal e 2-0 na Luz para a Liga). Há
sempre animação garantida, ele é o andebol (29-28 para o Sporting), ele é o
futsal (8-7 para o Benfica), ele é o hóquei em patins (5-5), ele é o râguebi. É
disto que queremos falar, porque hoje há jogo às 15h no Estádio Universitário,
casa emprestada do Sporting.
É a 14.ª jornada da 2.ª divisão, cujo campeonato é liderado
pelo Caldas, perseguido pelo invicto Lousã. O Benfica é terceiro e o Sporting
quinto, separados por 21 pontos. Na primeira volta, em Novembro, na Sobreda, o
Benfica arranca decidido nos primeiros 10 minutos com o parcial 17-0. O
Sporting reage antes do intervalo (17-7). Na segunda parte, o Benfica volta ao
ataque e fixa o resultado final em 34-10.
ÀS RISCAS A história dos dois começa no século passado.
Aliás, há uma data especial: 19 de Dezembro de 1926. É levado a cabo "o
primeiro dia Benfica-Sporting", no Campo Grande. De manhã à noite, há mil
actividades e o saldo é um empate: o Sporting perde no futebol (1-3), ganha no
hóquei (5-0) e empata no râguebi. Acredite se quiser mas acaba 0-0. Zero-zero.
Curiosamente, é o dia em que o Sporting, por indicação de Salazar Carreira,
veste de verde e branco às riscas horizontais.
Dois anos depois, em 1928, o Sporting é campeão regional no
futebol e ganha uma viagem ao Brasil, no primeiro dia de Julho, via-paquete
Alcântara, para o Brasil. É a primeira digressão ao continente americano e o
Sporting faz quatro jogos, com um total negativo de um empate (Vasco da Gama) e
três derrotas (4-1 e 3-2 com Fluminense mais 3-2 com a selecção carioca). À
equipa leonina, juntam-se ainda os dois internacionais portugueses António
Roquete e Carlos Alves, o primeiro "luvas pretas", tio do João.
E como jogam os futebolistas leoninos? De verde e branco às
riscas horizontais. Isso mesmo, a ideia de Salazar Correia passa do râguebi
para o futebol, sob o pretexto de que as antigas camisolas são mais pesadas e,
por isso, menos aconselháveis para o clima tropical brasileiro. De regresso a
Lisboa, o futebol volta a optar pelas camisolas bipartidas (conhecidas como
camisolas Stromp), até que, no decorrer do tradicional jogo de comemoração do 5
de Outubro desse mesmo ano (1928), frente ao Benfica, a chuva copiosa que
fustiga o terreno faz mudar ideias os intervenientes, que, na segunda parte,
surgem com as camisolas listradas para, a partir daí, não mais delas abdicarem.
Vinte e dois anos depois do seu aparecimento, o Sporting dá, finalmente, por
encerrado o "contencioso" quanto a equipamentos...
E o râguebi? O Benfica está lançado em relação ao Sporting:
mais vitórias (9-6), menos derrotas (3-7), mais pontos marcados (411-261),
menos pontos sofridos (141-279), mais ensaios marcados (59-35), menos ensaios
sofridos (15-43), mais pontapés de transformação marcados (34-19) e menos
pontapés de transformação sofridos (9-17). Só estão empatados num detalhe:
pontapés de penalidade (16). A tendência é para se manter ou...? Já veremos
hoje, às 15h, no Estádio Universitário, com entrada gratuita.
Sem comentários:
Enviar um comentário