terça-feira, 3 de dezembro de 2013

Cardozo: é normal uma lombalgia demorar a ser debelada?

Cardozo: é normal uma lombalgia demorar a ser debelada?

Domingos Gomes diz que normalmente as lombalgias curam-se facilmente, mas acrescenta que nem todos os casos são iguais e que o problema está na dor que provocam

Óscar Cardozo fez o último jogo pelo Benfica a 9 de novembro, há mais de três semanas, portanto: desde então falhou os jogos com Sp. Braga, Anderlecht e Rio Ave.
O paraguaio está a contas com aquilo que o Benfica revelou ser uma «lombalgia aguda» e o empresário Pedro Aldave confirmou ao jornal O Jogo que o jogador não vai precisar de realizar uma intervenção cirúrgica para debelar a lesão: apenas tratamento e muito descanso.
Ora perante estes dados o Maisfutebol falou com Domingos Gomes, especialista em medicina desportiva, para perceber se é normal uma lombalgia significar tanto tempo de paragem.
«Normalmente uma lombalgia cura-se em três, seis, nove ou dez dias, depende do casos: os antigos colocavam uma botija de água quente nas costas e o problema passava alguns dias depois», começa por referir. 
«Neste caso, porém, é uma lombalgia aguda, o que quer dizer que apareceu de repente, é mais forte e tem características agudas de inflamação, dor e mal-estar.»
Domingos Gomes diz que se trata de uma inflamação «dos músculos da goteira da coluna» e que é complicado ter certezas absolutas ou poder estabelecer um prazo de recuperação.
«Há uma estatística enorme de lombalgias em que a causa não se descobre. Por vezes há dificuldades muito grandes em delebelar a dor forte e incapacitante. É uma lesão que incomoda muito e só quem já teve uma lombalgia é que percebe o berbicacho que é.»
As causas, acrescenta, podem ser tão díspares como uma simples corrente de ar, um desequilíbrio da coluna, um pé cavo, uma frangilidade dos músculos da coluna ou uma torsão forte.
O antigo chefe clínico do FC Porto acrescenta de resto que por vezes a lombalgia não vem sozinha. Pode ser acompanhada de discopatia, atingindo o disco vertebral, ou pode ser uma lombacitalgia, se a dor irradiar por uma das pernas abaixo. Nestes dois casos a recuperação é mais complicada.
«Sendo uma lombalgia aguda normal, o tratamento é normalmente conservador, com fisioterapia, com frio e calor, electroterapia, mobilização e estiramento da coluna, fortificação dos músculos e medicamentos anti-inflamatórios. É preciso carregar-lhe porque não é uma dor fácil e o sofrimento pode ser muito grande.»
Relativamente à possibilidade da intervenção cirúrgica, Domingos Gomes esclarece que só seria obrigatória no caso de atingir o disco, o que pelas informações do Benfica não é o caso. 
Por isso faz sentido insistir no tratamento conservador, mesmo que isso já mantenha o jogador afastado da equipa há mais de três semanas. Domingos Gomes insiste que nem todas as lombalgias são iguais, que há casos de lombalgias complicados e que é difícil falar sem conhecer o caso.
Henrique, central do Arouca, por exemplo, está parado há praticamente dois meses com uma lombalgia.
«Importante é referir que estamos a falar de um departamento médico bom, de ponta, que tem experiência, como é o caso do departamento médico do Benfica, e de um ramo da medicina, a medicina desportiva, que evolui mais rapidamente do que a medicina geral.»

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