António Sousa: «Clássico não decide campeão»
O ex-jogador do FC Porto António Sousa pensa que o clássico de domingo na Luz é de "desfecho imprevisível" e que "o Benfica tem na vantagem do fator casa a única margem que lhe concede o favoritismo".
António Sousa reconhece que "pontuar nestes jogos é sempre importante, principalmente para a equipa que está a jogar em casa", mas que "o resultado final não será determinante para a decisão do campeonato, dado que faltam ainda muitos jogos".
"É muito cedo. Os campeonatos não se ganham nestes jogos e embora os pontos em disputa sejam importantes não são decisivos", considerou à agência Lusa Sousa, que representou o FC Porto durante oito épocas.
Para António Sousa, independentemente de haver muito equilíbrio nesta fase do campeonato, em que Sporting, FC Porto e Benfica seguem irmanados na liderança da Liga, "há ainda muitos jogos e pontos em disputa".
"Este jogo não decide o campeão. Independentemente da perda de pontos, para uma ou outra equipa, há ainda margem mais do que suficiente para mais tarde recuperar", explicou.
O ex-jogador recordou, no entanto, que se a equipa que estiver a jogar em casa perder pontos ficará sempre em posição mais desconfortável do que a que conquistar pontos no terreno do adversário direto.
Sousa espera que o clássico de domingo proporcione "um grande jogo de futebol em que, acima de tudo, os próprios intervenientes façam do encontro uma festa e que corra tudo pelo melhor". "Em relação ao jogo, de desfecho imprevisível, penso que para estes clássicos esperamos coisas muito boas em termos de qualidade das duas equipas", disse Sousa, recordando que o Benfica apresenta a vantagem teórica do fator casa.
O ex-jogador portista, que nessa qualidade marcou dois golos ao Benfica, espera um jogo "contido, de parte a parte, principalmente na primeira fase, em que as equipas, receosas uma da outra, procurarão encaixar o seu jogo no do adversário".
Depois desta esperada postura de ambas as equipas na fase inicial do encontro, o também ex-jogador do Sporting conta que o jogo seja mais aberto, pois só desta forma é que o espetáculo de futebol ganha qualidade.
Questionado sobre se a carga emotiva em redor do desaparecimento de Eusébio da Silva Ferreira, com quem jogou no Beira-Mar, poderia interferir no clássico, Sousa minimizou essa influência, considerando que, após o apito inicial, os jogadores vão estar apenas focados no jogo.
Ao longo das épocas em que envergou a camisola dos dragões, de 1979/80 a 83/84 e 1986/87 a 88/89, período coroado com oito títulos, o médio António Sousa, que tinha a imagem de marca no seu potente pontapé, marcou 78 golos em 309 jogos.
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